A PAZ DO SENHOR!

LIÇÃO 05 – DEUS ABOMINA A SOBERBA - 4° TRIMESTRE 2014 (Professor ALRS)


LIÇÃO 05 - DEUS ABOMINA A SOBERBA 4º TRIMESTRE 2014 (Pastor Adilson Guilhermel)

NOVE RAZÕES PARA ABOMINARMOS A SOBERBA, ASSIM COMO DEUS ABOMINA
Introdução: 
A soberba é um sentimento negativo caracterizado pela pretensão de superioridade sobre as demais pessoas. Esse sentimento pode ser encontrado em pessoas individualmente ou coletivamente. A soberba não é um privilégio dos ricos, pois os pobres também experimentam esse sentimento quando buscam fingir serem o que não são. O soberbo se sente auto realizado e procura mostrar-se para os outros a todo preço, querendo despertar a inveja e a admiração dos outros para elevar sua alta estima buscando prazer nisso. A correção da soberba vem através da humildade sincera, pois o excesso de humildade pode denotar uma soberba focada na inferioridade. No mundo secular podemos notar que em vários segmentos da sociedade existem muitos soberbos, mas isso não é de se estranhar porque como a bíblia diz: “o mundo jaz no maligno”. Agora o que é de se estranhar é que no meio evangélico encontramos Igrejas, líderes e pessoas impregnadas com esse sentimento que Deus abomina. 

1 - O SOBERBO PODE CRESCER COMO UMA GRANDE ÁRVORE, MAS COMO ELA PODE SER DERRUBADO - Daniel 4.10 Eis, pois, as visões da minha cabeça, estando eu na minha cama: Eu estava assim olhando, e vi uma árvore no meio da terra, cuja altura era grande;
O rei Nabucodonosor foi designado por Deus a fim de levar cativo o povo judeu para a Babilônia, onde ficariam neste reino por um período de setenta anos, por causa da sua desobediência. Dada à grandiosidade dessa missão que Deus havia lhe atribuído, a soberba subiu a cabeça desse rei, o qual entendeu ser ele quem estava impondo o juízo aos judeus, não entendendo que era apenas um instrumento nas mãos de Deus para que o juízo fosse executado. Na sua soberba não compreendeu que esse juízo estava sendo imposto pelo Deus desse povo. Entendemos que Deus não iria permitir que esse rei continuasse nesse orgulho ascendente e, através de um sonho dado a ele iria mostrar a condição de altives deplorável, a qual se achava por causa do orgulho. Figuradamente Deus mostrou nesse sonho que uma árvore pode ser muito grande, mas com todo o seu tamanho pode ser facilmente derrubada. Assim também esse rei com toda a sua grandeza e poder, poderia ser facilmente derrubado pelo Deus de Israel. (Mas Deus é o Juiz: a um abate, e a outro exalta. Salmos 75:7).

2 - O SOBERBO PODE QUERER SE ERGUER ATÉ O CÉU, PORÉM A SUA ENTRADA LÁ, É SÓ POR CRISTO - Daniel 4.11 Crescia esta árvore, e se fazia forte, de maneira que a sua altura chegava até ao céu; e era vista até aos confins da terra.
Quanto maior é a árvore, maior será a sua queda e quanto maior quer ser o homem na sua soberba, maior também será a sua queda. (A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito precede a queda. Provérbios 16:18). O reino da Babilônia exerceu a supremacia sobre todos os povos da terra subjugando-os como tributária. Com todo esse domínio sobre os povos, o sucesso lhe subiu a cabeça, nascendo assim uma soberba tão abominável aos olhos do Senhor que chegou ao ponto de ser revelada a esse rei através desse sonho, a indignação divina. Vemos uma situação com alguma semelhança no episódio da torre de babel; (Gn 11.4 Eia, edifiquemos para nós uma cidade e uma torre cujo cume toque os céus). Todos os que tentaram construir essa torre foram humilhados, assim como Nabucodonosor também foi humilhado por querer ser grande demais. Esse rei soberbo precisava saber que o altíssimo tem o domínio sobre o reino dos homens; e o dá a quem quer e até ao mais humilde dos homens constitui sobre eles.
3 - O SOBERBO QUER TODOS SENDO DEPENDENTES DELE E DOMINIO DAS PESSOAS PARA SÍ PRÓPRIO - Daniel 4.12 A sua folhagem era formosa, e o seu fruto abundante, e havia nela sustento para todos; debaixo dela os animais do campo achavam sombra, e as aves do céu faziam morada nos seus ramos, e toda a carne se mantinha dela.
NNo reino de Nabucodonosor era tudo grande em magnificência: grande em extensão, grande em crueldade, grande em soberba, grande em idolatria e muito mais. É bem verdade que é preferível viver sob um regime tirânico a sem nenhum governo, pois o povo sem governo transformaria tudo na mais terrível anarquia. O rei Nabucodonosor não era excepcionalmente reto e justo. Entretanto, sob essa figura, Deus o designou para dominar todos os reinos da terra e manter cativo o povo judeu naquele reino. Tudo isso Deus não abominou; o que Deus abominou foi à soberba desse rei que após ter conquistado tudo, o seu coração se exaltou a tal ponto, que provocou a ira de Deus. Assim será com todos os líderes tanto do mundo secular como do mundo religioso. Eles podem crescer, mas não podem deixar esse crescimento lhe subir a cabeça ao ponto de menosprezar os outros. (Toda a alma esteja sujeita às potestades superiores; porque não há potestade que não venha de Deus; e as potestades que há foram ordenadas por Deus. Romanos 13:1).

4 - O SOBERBO NÃO SABE QUE DEUS É UM VIGIA ETERNO O QUAL NÃO SE CANSA E NEM SE AFADIGA/strong> - Daniel 4.13 Estava vendo isso nas visões da minha cabeça, estando eu na minha cama; e eis que um vigia, um santo, descia do céu,
O Deus que nunca dorme não se cansa, nem se afadiga. Não dormita em nem dormitará o guarde de Israel (Não sabes, não ouviste que o eterno Deus, o Senhor, o Criador dos fins da terra, nem se cansa nem se fatiga? É inescrutável o seu entendimento. Isaías 40:28). Deus tem um ministério de anjos sempre a sua mão, às suas ordens, chamados de vigilantes. Correm daqui para acolá em velocidade que para nós é incompreensível, e voam do céu para a terra, de um extremo para o outro, do leste para o oeste. Com todos esses atributos eles se dispõem e se prontificam de tal forma a executar as ordens divinas. Nabucodonosor não foi capaz de compreender isso sozinho, pois a ele foi dado apenas o sonho e não a interpretação do sonho. O rei iria saber que a queda da sua árvore não seria causada por homens, mas pela determinação divina. (Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe para que não caia. 1 Coríntios 10:12).
5 - O SOBERBO NA SUA INSENSATEZ NÃO COMPREENDE QUE DEUS DÁ, MAS TAMBÉM QUE DEUS TIRA - Daniel 4.14 Clamando fortemente, e dizendo assim: Derrubai a árvore, e cortai-lhe os ramos, sacudi as suas folhas, espalhai o seu fruto; afugentem-se os animais de debaixo dela, e as aves dos seus ramos.
O vigia eterno anunciou com grande poder a queda da grande árvore, ou seja, Nabucodonosor. Lembrando que as autoridades são constituídas por Deus, o qual exalta se merecer, como também humilha quando for necessário. Deus é infinitamente bom, mas também é infinitamente justo e, por essa razão, Ele sempre dá a colheita de acordo com a semeadura. Nabucodonosor confiando em todo o seu poder e glória, não seria nada diante do poder do Deus verdadeiro. Esse rei, assim como muitos líderes seculares e religiosos, quando pensarem que são alguém, Deus mostrará a eles que não são ninguém.
6 - O SOBERBO QUE PERSISTE NA SUA EXALTAÇÃO SOFRERÁ OS JUÍZOS DIVINOS E NÃO FICARÁ IMPUNE - Daniel 4.15 Mas deixai na terra o tronco com as suas raízes, atada com cadeias de ferro e de bronze, na erva do campo; e seja molhado do orvalho do céu, e seja a sua porção com os animais na erva da terra;
O juízo ao rei foi determinado por Deus e, ele não conseguiria escapar do seu castigo. (Ainda antes que houvesse dia, eu sou; e ninguém há que possa fazer escapar das minhas mãos; agindo eu, quem o impedirá? Isaías 43:13). Pode-se perceber pelo texto que Deus usaria de misericórdia para com esse rei, pois indicou que o juízo seria por um tempo. Ele seria cortado, mas seria restaurado ao reino. (Porque há esperança para a árvore que, se for cortada, ainda se renovará, e não cessarão os seus renovos). Se envelhecer na terra a sua raiz, e morrer o seu tronco no pó, ao cheiro das águas brotará, e dará ramos como a planta. A promessa de restauração e restituição do reino foi porque Deus encontrou lugar no coração desse rei para agir com juízo e misericórdia.

7 - O SOBERBO QUANDO MERGULHA NA INSANIDADE DEUS O FARÁ ENXERGAR A SUA IRRACIONALIDADE - Daniel 4.16 Seja mudado o seu coração, para que não seja mais coração de homem, e lhe seja dado coração de animal; e passem sobre ele sete tempos.
Se o rei tivesse tido um verdadeiro arrependimento de todos os seus pecados e principalmente da sua soberba, certamente a sentença teria sido mudada. Mas isso não seria fácil para aquele rei que demonstrava ter um coração duro. Ninguém muda o seu coração com facilidade e muitas vezes precisarão passar por uma grande humilhação para poder enxergar a sua real situação diante de Deus. Quantas almas soberbas e arrogantes só se convertem a Cristo depois de passar por uma dura prova.
8 - O SOBERBO PELOS JUÍZOS ENTENDERÁ QUE DEUS DÁ PODER A QUEM QUER E TAMBÉM TIRA O PODER - Daniel 4.17 Esta sentença é por decreto dos vigias, e esta ordem por mandado dos santos, a fim de que conheçam os viventes que o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens, e o dá a quem quer, e até ao mais humilde dos homens constitui sobre ele. -
Deus não perdoou a culpa desse rei ímpio, senão que se restringiu de aplicar-lhe um castigo mais duro, em virtude de ele aparentar algum sinal de arrependimento. Todos os homens devem saber que o Altíssimo é o soberano no reino dos homens. Porém muitos pela sua ignorância e cegueira espiritual, imaginam que pelo uso da sua própria força, recursos e outros meios, são capazes de também preservar seus reinos e seus ministérios neste mundo. (Não é do oriente, não é do ocidente, mas dos céus que vem o poder).
9 - O SOBERBO PRECISA IRRADIAR UM MOMENTO DE HUMILDADE E DAR OUVIDOS AOS PROFETAS DE DEUS - Daniel 4.18 Este sonho eu, rei Nabucodonosor vi. Tu, pois, Beltessazar, dize a interpretação, porque todos os sábios do meu reino não puderam fazer-me saber a sua interpretação, mas tu podes; pois há em ti o espírito dos deuses santos.
 Deus tem o homem certo para cada coisa que Ele mesmo determinou. Daniel era o homem certo para estar naquela corte de tantos segredos. Como se tratava de um segredo e que envolvia a aplicação de juízo sobre o rei o Senhor não deixaria antes de revelar o porquê estava aplicando esse juízo, como diz a palavra: (Certamente o Senhor DEUS não fará coisa alguma, sem ter revelado o seu segredo aos seus servos, os profetas. Amós 3:7). Nabucodonosor também pode conhecer através de Daniel, quem era o verdadeiro profeta de Deus e que todos os seus adivinhos do seu reino eram falsos. No meio evangélico também há muitos profetas, mas nem todos são verdadeiros e por isso é necessário ter o discernimento para saber e distinguir o falso do verdadeiro. 

LIÇÃO 05 - DEUS ABOMINA A SOBERBA 4º TRIMESTRE 2014 (Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa)

INTRODUÇÃO
Na aula de hoje daremos continuidade ao tema da intervenção divina na história. Os governantes são servos de Deus, a fim de cumprir responsabilidades, principalmente para o bem da maioria. Mas como aconteceu com Nabucodonosor, nem sempre eles atentam para essa missão, e se ensoberbecem. Primeiramente destacaremos a soberba do monarca babilônico, em seguida, mostraremos que essa é abominação aos olhos de Deus, e ao final, refletiremos sobre a importância da humildade na vida cristã, especialmente para aqueles que estão na liderança.

1. A SOBERBA HUMANA
A natureza caída do ser humano o faz propenso à soberba, principalmente àqueles que ocupam posições sociais mais elevadas. Mas Deus, com sua graça maravilhosa, busca alcançar o pecador, mesmo que este esteja caminhando na direção oposta. No caso de Nabucodonosor, Deus colocou pessoas que acreditavam nEle para influenciar suas decisões. Muito embora o rei tenha se distanciado várias vezes para o orgulho, a presença de Daniel, Hananias, Mizael e Azarias oportunizava que o monarca mudasse suas práticas. O papel dos cristãos nas instituições sociais é bastante importante. Eles podem influenciar positivamente as pessoas através do testemunho, não apenas pelas palavras. Isso porque há aqueles que falam demais, mas não vivem o que dizem, sendo instrumento de escândalo para o evangelho. Várias vezes, por causa da influência de Daniel, Nabucodonosor reconheceu que o Deus daqueles jovens era verdadeiro (Dn. 2.47). Mesmo assim, o rei, talvez por se deixar conduzir pela vaidade humana, preferiu o caminho da exaltação pessoal. A construção de uma estátua de ouro, para ser adorada como divindade, demonstrou sua soberba,  o rei queria que seu governo fosse eterno, mas Deus não dá Sua glória aos homens (Is. 42.8). A fixação no poder pode levar qualquer governo à loucura, como aconteceu com o rei da Babilônia. Existem alguns políticos que enlouqueceram por causa do seu fascínio pelo poder (Dn. 4.17,25,32). O poder, assim como o dinheiro e o sexo, podem se tornar ídolos, diante dos quais muitos se dobram. A busca desenfreada pelo poder, como um fim em si mesmo, é tão maléfica quanto o prática do adultério. Não apenas os pecados sexuais devem ser dignos de disciplina na igreja, mas também aqueles de cunho financeiro e de abuso de poder. Não podemos esquecer que somente Jesus tem toda autoridade no céu e na terra (Mt. 28.18), a liderança da igreja deve conduzir o rebanho com mansidão e sabedoria (I Pe. 5.1,2).

2. É ABOMINAÇÃO
Nabucodonosor teve um sonho que o perturbou bastante, ele viu uma árvore que chegava ao céu, sendo vista em toda terra (Dn. 4.10-18). Aquela árvore, de acordo com a interpretação corajosa de Daniel, era o próprio rei da Babilônia (Dn. 4.19-27). O rei seria retirado do seu cargo e iria viver entre os animais, até reconhecer que Deus é soberano (Dn. 4.25). A restauração do seu reino dependeria da sua disposição para se humilhar diante do Senhor. A soberba tem levado muitos à ruina, não podemos deixar de destacar que esse foi o pecado que transformou Lúcifer em Satanás (Is. 14.14). A soberba de muitos governantes está causando doenças purulentas, alguns deles estão sendo comidos por bichos (At. 12.21-23). A política dos homens se caracteriza pela autopromoção, a propagação dos feitos pessoais, diferentemente do que foi ensinado por Jesus (Mt. 6.3). O princípio bíblico permanece, Deus resiste os soberbos e exalta os humildes (I Pe. 5.5; Tg. 4.6-8). Nabucodonosor, ao invés de dar glória a Deus, colocou-se em primeiro lugar. O uso do pronome exagerado do pronome “eu” pode ser indício de soberba (Dn. 4.30). Toda opulência da Babilônia não foi capaz de resistir ao juízo de Deus. No tempo oportuno o Senhor subjugará todos os reinos da terra, nesse tempo os joelhos se dobrarão para reconhecer que Jesus é o Rei dos reis e Senhor dos senhores (Ap. 19.16). Enquanto esse dia não chega, os governos humanos seguem seu curso, de acordo com a vontade do povo. Do mesmo modo que Deus permitiu que Israel tivesse um rei, escolhendo Saul, nos dias atuais, o Senhor deixa que os homens governem. A democracia é um exemplo de exercício dessa escolha, Deus não toma partido, nem pela esquerda, e muito menos pela direita. Essas ideologias são humanas, o reino de Deus somente se concretizará no futuro, quando Cristo reinar.

3. DIANTE DE DEUS
A queda repentina do governo de Nabucodonosor é uma representação do que virá a acontecer no futuro (Dn. 4.31,32). O governo desse monarca foi marcado pela opulência, e assim tem sido a maioria dos governos humanos. Deus abomina aqueles que governam com injustiça, ai daqueles que criam leis para oprimir os mais pobres (Is. 10.1). Os profetas de Deus denunciaram muitos reis, inclusive os de Israel e Judá, que ao invés de favorecerem os pobres, governaram apenas para eles mesmos. Em um processo democrático, Deus delega aos homens a responsabilidade para escolherem seus representantes. Cabe aos cidadãos, inclusive os evangélicos, saber optar por seus candidatos. Essa escolha passa pelo processo de avaliação de desempenho, a partir de critérios não apenas individuais, mas principalmente sociais. Quando Cristo voltar, todos os governos da terra terão fim, então, o Senhor governará com reta justiça. Vários profetas anteciparam as glórias desse reino eterno, que será marcado pela equidade, sobretudo pela paz (Is. 11). Aqueles que têm posição social, incluindo as lideranças eclesiásticas, devem se colocar na condição de servos (Jo. 13). E saberem que um dia prestarão contas a Deus sobre como lideraram, se com autoridade ou autoritarismo. Nenhuma liderança deve fazer promoção pessoal, como João Batista, devem declarar humildemente a supremacia de Cristo (Mt. 3.11). O culto a celebridade, comum também no contexto evangélico, nos envergonha perante a mídia. A construção de obras salomônicas é uma demonstração da vangloria humana. Alguns apóstolos, bispos e pastores estão indo longe demais em sua ostentação. Esses também serão julgados pelo Senhor, quando o Seu trono for estabelecido para julgar as obras (At. 17.31; Ap. 20.11-15).

CONCLUSÃO
Somente o governo de Jesus é para sempre, todos os reinos da terra estão com os dias contados. Mas nem todos os governantes compreendem sua missão na terra, tendo em vista que, para alguns governar é ter posição elevada sobre os demais. Esses que agem com o espírito de Nabucodonosor, que é o do próprio anticristo, serão julgados pelo Senhor, quando vier em glória para estabelecer o Seu reino sobre a terra. Finalmente todos desfrutarão de um governo eterno, marcado pela paz e verdadeira prosperidade.

LIÇÃO 05 - DEUS ABOMINA A SOBERBA 4º TRIMESTRE 2014 (IEAD/PE)

INTRODUÇÃO
Nesta quinta lição, veremos no mau exemplo do Rei Nabucodonosor, que a soberba é um grave pecado contra Deus. Estudaremos a definição da palavra soberba, as características deste sentimento e analisaremos as sérias consequências que ela (a soberba) proporciona. Também pontuaremos alguns exemplos de pessoas que foram soberbas na Bíblia.
- DEFINIÇÃO DA PALAVRA SOBERBA
A soberba é o encurvamento do homem a si mesmo. Soberbo no grego éhuperephanos que significa: “mostrar-se a si mesmo acima dos outros” formada dehuper que é “muito acima de” e da expressão phainomai que é “aparecer, ser manifesto”, embora muitas vezes denote “preeminente”, sempre é usado no NT no mau sentido de “arrogante, desonesto, orgulhoso, altivo, soberbo” (Lc 1.51? Rm 1.30? 2Tm 3.2? Tg 4.6? 1Pe 5.5) (VINE, 2002, p. 996 - grifo nosso). Um outro termo equivalente é “arrogância”. O Aurélio define como: “orgulho que se manifesta por atitudes altivas e desdenhosas” (FERREIRA, 2004, p. 199). O termo deriva-se do hebraico zadôn e significa “altivez”, “orgulho” ou “soberba” (Ml 3.15? 4.1? Sl 119.51,69,78,122? Jr 43.2). O orgulho é um pecado abominável diante de Deus (Pv 21.4? 6.16).
II - CARACTERÍSTICAS DA GRANDEZA DA BABILÕNIA
O império babilônico recebeu na Bíblia Sagrada o título de “a jóia dos reinos, a glória e orgulho (soberba) dos caldeus…”, e sua capital foi chamada de “cidade dourada” (Is 13.19? 14.4). Jeremias 51.41, diz de Babilônia: “A glória de toda terra”. A cidade era extravagante? suntuosa além do que se possa imaginar? era sem rival na história do mundo. “A grandeza do reino dos caldeus pode ser medida pelas dimensões e riquezas de Babilônia. Esta cidade ocupou uma área quadrada de 576 Km com avenidas de 45 metros de largura por 24 km de comprimento, que dividiam luxuosos quarteirões com exuberantes jardins, suntuosas residências, magníficos palácios e gigantescos templos. Um desses templos, dedicado a Bel, media 5 km de circunferência, e um dos palácios reais ocupava uma área superior a 12 km quadrados. Os historiadores afirmam que os muros de Babilônia eram duplos e alcançavam a altura de 112 metros, com uma largura de 24 metros […] essa grande metrópole inventou um alfabeto, resolveu problemas de aritmética, inventou instrumentos para medição do tempo, descobriu a arte de polir, gravar e perfurar pedras preciosas? alcançou grande progresso nas artes têxteis, estudou com êxito o movimento dos astros, concebeu a ideia da gramática como ciência e elaborou um sistema de leis civis. Em grande parte, a cultura dos gregos provinha de Babilônia” (ALMEIDA, sd, p. 10 ).
III - CARACTERÍSTICAS DA GRANDEZA DE NABUCODONOSOR
O profeta Jeremias, contemporâneo do período do exílio de Israel e Judá na Babilônia, diz que Deus chamou a Nabucodonosor de “meu servo”, seu significado evidentemente é “meu instrumento” (Jr 25.9? 27.6 e 43.10.). Na verdade, Nabucodonosor foi a vara de Deus de punição ao seu povo por ter abandonado o Senhor e tomado o caminho da idolatria e dos costumes pagãos. Ao referir-se a Nabucodonosor, um escritor disse que: “o Império era ele e ele era o Império.
Como supremo e absoluto […] ele era o ‘tudo’, a majestade suprema... Além disso, desempenhou uma administração que conservou todas as nações em harmonia, bem como sob completa segurança e proteção. Jamais a história registrou um soberano político no trono do mundo maior do que ele. Ele a todos sobrepujou em glória, grandeza e majestade. Assim, achou por bem Deus que lhe dera todo o poder e a glória (Dn 2.37-38? Jr 25.9), honrá-lo no símbolo da cabeça de ‘ouro fino’ da estátua de seu impressionante sonho inspirado… É surpreendente notar que a interpretação de Daniel ignorou por completo, não somente os reis que precederam Nabucodonosor no trono de Babilônia como também os que lhe sucederam. Em toda a Terra e em toda a História não houve outro potentado que governasse o mundo tão a contento de Deus” (ALMEIDA, sd, pp. 11,12).
IV - CARACTERÍSTICAS DA SOBERBA DE NABUCODONOSOR
O relato do quarto capítulo de Daniel demonstra o sutil, mas desastroso, efeito da soberba. Um comportamento excessivamente orgulhoso, arrogante e presunçoso caracteriza o sentimento da soberba. A ideia de poder sobre os outros por si só é uma loucura. “A soberba leva o homem a desprezar os superiores e a desobedecer as leis. Ela nada mais é que o desejo distorcido de grandeza” e completa: “a pessoa que manifesta a soberba atribui apenas a si próprio os bens que possui. Tem ligação direta com a ambição desmedida, a vanglória, a hipocrisia, a ostentação, a presunção, a arrogância, a altivez, a vaidade, e o orgulho excessivo, com conceito elevado ou exagerado de si próprio”. Nabucodonosor concentrou todas estas características perdendo-se em si mesmo no mundo obscuro do orgulho. … Nãé esta a grande Babilônia que eu edifiquei […] para glória da minha magnificência? (Dn 4.30) (Revista Ensinador Cristão. Editora CPAD. p. 38).
- EXEMPLOS NEGATIVOS NA BÍBLIA DE SOBERBA
A soberba é o orgulho excessivo que uma pessoa demonstra e não tem nenhum senso de autocrítica. É como uma doença contagiosa que se aloja no coração do homem e ele perde a capacidade de admitir que para viver no mundo dos homens precisa lembrar que o outro existe. A falta do senso de autocrítica o faz agir irracionalmente (Sl 101.5? 2 Cr 26.16).
A soberba nada mais é do que o egoísmo na sua mais alta plenitude. Uma pessoa soberba é capaz de menosprezar até o poder de DEUS, achando que não precisa Dele. A Bíblia nos mostra que a soberba torna os olhos altivos, apodrece a alma (Pv 21.4) e cega a vista (1 Tm 3.6? 6.4). Vejamos:
  • A história de Lúcifer infere-se em dois textos proféticos de Isaías e Ezequiel nos quais, encontramos em linguagem metafórica, a história literal da queda de Lúcifer, perdendo sua posição na presença de Deus. Ele é identificado na Bíblia como Diabo, Satanás (Is 14.1316? Ez 28.14,16). Essas duas escrituras revelam que Lúcifer perdeu seu status celestial na presença de Deus por causa da sua soberba. Por isso, a soberba é um pecado do espírito humano, que afeta diretamente as relações verticais do homem com Deus.
  • Rei Saul é outro exemplo negativo do significado da soberba. Saul começou bem o seu reinado, até que se deixou dominar por inveja, ciúmes e, então, começou a agir irracionalmente. A presunção de se achar superior a tudo, o levou a agir com atitudes arbitrárias dentro do Palácio e nos assuntos do reino. Foram atitudes que feriam princípios morais, políticos e espirituais de Israel. Sua arrogância o fez praticar ações que não competiam à sua alçada e, por isso, foi lhe tirado a graça de Deus na sua vida. Então passou a agir irrefletidamente dominado pela soberba que fez Deus rejeitá-lo, porque sua desobediência era fruto da soberba (1 Sm 9.26? 10.1? 15.2,3,9? 15.23).
  • O Rei Herodes é outro personagem que se destaca na Bíblia por sua soberba Ele era um homem altivo, presunçoso e teve um fim triste para a sua história. Em Atos dos Apóstolos está registrado sua arrogância (At 12.1,2? At 12.311? At 12.21,22). Para que todos entendessem que Deus não aceita que se zombe da sua soberania e justiça, enviou o seu anjo que feriu-o…, porque não deu glória a Deus e, comido de bichos, expirou (At 12.23).
  • Nabucodonosor é o grande exemplo do perigo da arrogância. Por esta causa ele perdeu seu trono e seu reino. A soberba é um dos pecados do espírito humano que afeta diretamente a soberania de Deus. Por causa da sua arrogância contra o cetro do Deus Altíssimo, Nabucodonosor, assim como a árvore do sonho, foi cortado até a raiz (Dn 4.18). A profecia cumpriu-se integralmente na vida deste rei, e ele, depois de humilhado, perdeu a capacidade moral de pensar e decidir porque seu coração foi mudado, de “coração de homem” (Dn 4.16) para “um coração de animal” (Dn 4.25).
VI - ENSINOS SOBRE SOBERBA E A ARROGÂNCIA
Nos dias de Daniel, Nabucodonosor era o rei do maior império da época de 605 a 562 a.C. Certa ocasião, quando ele passeava no palácio real de Babilônia, disse: Nãéesta a grande Babilônia que eu edifiquei para a casa real, com a força do meu poder, e para glória da minha magnificência? (Dn 4.30). Quando ele reconheceu que o poder e a soberania pertence única e exclusivamente a Deus, foi restabelecido o seu reino e sua glória foi acrescentada (Dn 4.35,36).
Vejamos o que a Bíblia nos diz sobre a soberba:
  • Vindo a soberba, virá também a afronta… (Pv 11.2). A soberba conduz a afronta. A Bíblia está repleta de exemplos: Golias desafiou o exército de Israel (I Sm 17.8-10)? Hamã desejou exterminar Mardoqueu e o povo judeu (Et 3.615) ? o rei Belsazar tomou vinho juntamente com seus oficiais, suas mulheres e concubinas nos utensílios da casa de Deus (Dn 5.23).
  • A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito precede a queda (Pv 16.18). O fim do soberbo é sempre trágico. Golias foi morto por Davi, um pastor de ovelhas (I Sm 17.48-54)? Hamã conduziu Mardoqueu pelas ruas da cidade, gritando: assim se fará ao homem cuja honra o rei se agrada, e, depois, foi morto na forca que preparou para Mardoqueu (Et 6.11? 7.10)? e o rei Belsazar foi morto na mesma noite que bebeu vinho nos utensílios do templo (Dn 5.30).
  • Abominável é para o Senhor todo altivo (soberbo) de coração (Pv 16.5). A palavra abominar derivase Do hebraico: nã‘ats e significadesprezarrejeitarabominar. Também tem o sentido de aborrecer,detestar odiar. Deus abomina o orgulho porque conduz o homem a uma falsa sensação de independência, auto suficiência e superioridade aos demais? sentimentos estes, condenados na Palavra de Deus (Pv 6.17? 8.13? Ob 1.3? Lc 14.11? At 17.28? Fp 2.3).
CONCLUSÃO
Vimos que Deus não derrama Seu juízo antes de chamar o homem ao arrependimento. O Senhor deu doze meses para Nabucodonosor se arrepender, porém, ele exalta-se
em vez de dar glória a Deus (Dn 4.29-30).
Eu edifiquei“? pela força do meu poder para a glória da minha majestade.Quando o homem não escuta a voz da graça, ouve a trombeta do juízo. O orgulho é algo abominável para Deus, pois Ele resiste ao soberbo (Tg 4.6).

LIÇÃO 04 – A PROVIDÊNCIA DIVINA NA FIDELIDADE HUMANA - 4º TRIMESTRE 2014


LIÇÃO 04 - A PROVIDÊNCIA DIVINA NA FIDELIDADE HUMANA - 4º TRIMESTRE 2014 (Pastor Adilson Guilhermel)

Introdução: Desde o princípio da criação que Satanás vem agindo contra os planos divinos através dos séculos. Ele não dá qualquer tipo de trégua, pois é incansável nos seus propósitos de tentar estabelecer o seu domínio sobre toda criação divina e principalmente o homem. A sua saga só terminará no final do reino milenar, pois durante o milênio ele estará em prisão junto com todos os seus demônios até ser solto no final deste reino quando terá a sua derrota final através de Cristo. Após essa derrota ele estará sendo lançado junto com todos os seus demônios no lago de fogo e enxofre por toda a eternidade. Enquanto o seu fim não chegar, ele continuará agindo usando de todos os meios para levar com ele milhares de almas para a condenação eterna. A estátua do sonho de Nabucodonosor que foi revelada e interpretada por Daniel, mostrava o seu reino e os demais reinos, os quais um subjugaria o outro, numa sequencia escatológica. Porém Nabucodonosor a princípio aceitou a revelação, mas certamente orientado pelo espírito do anticristo resolveu fazer uma estátua toda revestida de ouro, não dando espaço para as demais nações que faziam parte da estátua. Foi um gesto desafiador a Deus, da parte de Nabucodonosor, no sentido de que poderia alterar os planos que Deus revelou através de Daniel. Essa atitude de Nabucodonosor aponta para o anticristo que na grande tribulação tentará unificar o reino, a qual procurará implantar, através da religião e do medo.
I. INSTITUIR O ECUMENISMO É UMA TENTATIVA CONTRA OS PROPÓSITOS DE SALVAÇÃO 
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1. O inimigo sempre procura levantar meios idólatras para concorrer com Deus - Daniel 3.1 O REI Nabucodonosor fez uma estátua de ouro, cuja altura era de sessenta côvados, e a sua largura de seis côvados; levantou-a no campo de Dura, na província de Babilônia.
Apesar de Daniel ter deixado bem claro que nenhum império permaneceria, inclusive a grande Babilônia de Nabucodonosor, não foi o suficiente para esse rei orgulhoso, que não se contentou ser simplesmente uma cabeça de ouro; ele tentou mostrar cobrindo toda a estátua com ouro, querendo demonstrar assim que o seu reino não seria conquistado por outro reino. Apesar de todas as conquistas desse rei que deixaram o seu coração cheio de soberba, havia medo e preocupações de perder o seu grande império. Fazendo a estátua ele procuraria se certificar de que seu povo era leal a ele e de que não haveria rebeliões. Isto porque ele não sabia como o seu reino poderia ser conquistado, e assim resolveu tomar medidas para que isso não acontecesse. 
2. Tudo que o inimigo levanta é tão insensível como é insensível àqueles que o seguem - Daniel 3.2 Então o rei Nabucodonosor mandou reunir os príncipes, os prefeitos, os governadores, os conselheiros, os tesoureiros, os juízes, os capitães, e todos os oficiais das províncias, para que viessem à consagração da estátua que o rei Nabucodonosor tinha levantado.
Toda idolatria é abominação, Nabucodonosor forçou a todos a adorarem essa abominação e não permitiria qualquer voz que discordasse das suas pretensões. Os desobedientes seriam brutalmente executados, conforme o restante da história demonstra claramente. Essa prática continuou ao longo da história com Roma forçando o povo a adorar a estátua do imperador, também no período da inquisição imposta pela igreja católica romana quando martirizou milhares de cristãos que não aceitavam as suas imposições idólatras, e assim será quando o anticristo exigir ser adorado no período da grande tribulação.
3. O inimigo exige compromisso absoluto de todos os que se inclinam para os seus ídolos - Daniel 3.3 Então se reuniram os príncipes, os prefeitos e governadores, os capitães, os juízes, os tesoureiros, os conselheiros, e todos os oficiais das províncias, à consagração da estátua que o rei Nabucodonosor tinha levantado; e estavam em pé diante da imagem que Nabucodonosor tinha levantado.
Todos os graduados do rei foram convocados vindos de várias províncias para honrar a sua estátua. Trazendo os seus graduados para a cerimônia como exemplo de fidelidade a ele, não havia dúvida de que as pessoas inferiores fariam o mesmo. Todas as autoridades do reino se puseram de pé diante da imagem, reverenciando e assim aprovando a nova religião imposta pelo rei. Nessa insensibilidade da adoração a um ídolo material, juntou-se todo o povo com o mesmo comportamento. As escrituras dizem: somente ao Senhor teu Deus adorarás e não farás imagens de escultura para se inclinares diante delas. É dois mandamentos que são violados pelas igrejas que introduziram ídolos e imagens nos seus cultos, o que é uma afronta a Deus. Assim também várias igrejas denominadas como evangélicas também tem adotado sutilmente várias formas de idolatria com objetos, águas, óleos como ponto de fé, o que não passa de pura heresia para enganar o povo incauto.
II. DESAFIAR A IDOLATRIA É UMA CARACTERÍSTICA FIRME DE UM VERDADEIRO CRISTÃO -
1. O povo já tem tendência a prática da idolatria e isso facilita para os arautos do mal - Daniel 3.4 E o arauto apregoava em alta voz: Ordena-se a vós, ó povos, nações e línguas:
O arauto era uma autoridade respeitada pelo povo, povo esse que obedecia prontamente as suas convocações ordenadas pelo rei. Como esse povo já tinham uma tendência idólatra, como a maioria do povo dos nossos dias também tem, não foi difícil fazê-los obedecer a esta convocação, especialmente considerando as consequências da desobediência. A multidão acreditava no arauto do rei e, portando, obedeceu prontamente. Como a bíblia diz que os filhos das trevas são mais prudentes que os filhos da luz, o que é uma realidade. Seria aqui, um exemplo que deveria ser seguido pelos cristãos de hoje, que deveriam atender prontamente as convocações para os cultos feitas pelo líder da igreja.
2. As multidões tem uma fé ingênua, porém os cristãos devem mostrar uma fé segura - Daniel 3.5 Quando ouvirdes o som da buzina, da flauta, da harpa, da sambuca, do saltério, da gaita de foles, e de toda a espécie de música, prostrar-vos-eis, e adorareis a estátua de ouro que o rei Nabucodonosor tem levantado.
As multidões são fáceis de serem manipuladas, pois elas seguem e querem construir a sua vida sobre aquilo que é fácil e fútil. Estão preocupadas apenas com as coisas materiais e fazem qualquer coisa para obtê-las, mesmo tendo que escravizarem-se aos mitos vazios dos homens promovidos pelas suas engenhosidades, como diz a escritura: Jó 2.4 Pele por pele, e tudo quanto o homem tem dará pela sua vida, que é o oposto da visão dos verdadeiros cristãos que entendem assim: Quem ama a sua vida perdê-la-á, e quem neste mundo odeia a sua vida, guardá-la-á para a vida eterna. João 12:25.
3. O verdadeiro cristão não se curva diante de ameaças para fazer concessões à idolatria - Daniel 3.6 E qualquer que não se prostrar e não a adorar, será na mesma hora lançado dentro da fornalha de fogo ardente.
Para o rei não importava quais eram os deuses que eles adoravam em outros tempos, porque agora eles deveriam adorar esse que foi levantado. O que o rei impôs foi condicional a duas alternativas: ou obedece e se inclina diante da estátua para que viva, ou desobedece não se inclinando diante da estátua e morre. A ameaça feita pelo rei foi real e, ele iria realmente cumprir o que tinha proposto. Todos ali sabiam disso, e ninguém iria se atrever a desobedecer à determinação do rei, mas, estava ali três jovens tementes a Deus, que não se curvariam diante das ameaças sofridas. Quem é crente, é crente em qualquer situação que enfrentar na sua caminhada e jamais negará a sua fé no Deus que ele serve.
III. QUEM É FIEL NÃO SE CURVA AS AMEAÇAS DO DIABO ANTE A FORNALHA ARDENTE -
1. Quem é fiel a Deus sabe que em qualquer situação é sómente a Ele que adoramos - Daniel 3.7 Portanto, no mesmo instante em que todos os povos ouviram o som da buzina, da flauta, da harpa, da sambuca, do saltério e de toda a espécie de música, prostraram-se todos os povos, nações e línguas, e adoraram a estátua de ouro que o rei Nabucodonosor tinha levantado.
A música daria o sinal para o ponto alto do culto de dedicação. Esse culto religioso de Nabucodonosor não havia coisa alguma para trazer benefícios ou agradar a alma do povo. Tudo que foi montado e preparado era apenas um culto formalista com coisas atrativas perante a imagem, no intuito de despertas as emoções no povo. Era um culto fantasioso como muitas igrejas praticam e, que não tem nada do Espírito Santo. Os jovens obedeceriam ao rei até onde fosse possível, porém se curvar diante da sua estátua era algo que expressaram não fazer. Com a sua atitude eles deram um testemunho público contra esse tipo de idolatria grosseira. Nem tudo que parece ser é, por isso todo crente deve procurar na bíblia para saber se a Igreja que frequenta pratica o que está escrito nos preceitos divinos e caso não esteja procure uma igreja que esteja. 
2. Quem confia em Deus não se desencoraja diante de qualquer acusação do inimigo - (Dn 3.16-18). - Daniel 3.14 Falou Nabucodonosor, e lhes disse: É de propósito, ó Sadraque, Mesaque e Abednego, que vós não servis a meus deuses nem adorais a estátua de ouro que levantei?
Havia um propósito dos tres jovens de não adorarem aquela estátua sob qualquer circunstância que tivesse que enfrentar. A verdadeira fé não procura argumentos para tentar escapar de uma situação difícil, simplesmente se obedece a Deus sabendo que Ele fará aquilo que for melhor. A fé baseia-se em ordens e em promessas, não em argumentos e explicações. É nas adversidades que temos oportunidades de confirmar a nossa fé diante de qualquer perseguição que estivermos sofrendo. Os jovens não estavam preocupados consigo mesmos nem estavam com medo da fúria do rei. A única preocupação deles era se manterem fiéis ao Senhor e dar um testemunho firme a todos que estavam presenciando aquela situação. Essa é a postura dos verdadeiros crentes que creem na providencia divina, a qual chega no momento certo para todos aqueles que mantém a sua fidelidade com Deus.
3. Quem confia em Deus tem sempre respostas corajosas mesmo sob ameaças de morte - Daniel 3.17 Eis que o nosso Deus, a quem nós servimos, é que nos pode livrar; Ele nos livrará do forno de fogo ardente e da tua mão, ó rei.
Os jovens que corajosamente desafiaram a ordem do rei com expressa confiança de fé, não sabiam como Deus os livraria da mão do rei - se pela morte, chamando-os à Sua presença, ou por intermédio de um ato especial da sua providência, salvando-os com vida. Mas mortos ou vivos, sabiam que pertenciam a Deus. Entendemos que Deus permitiu que os jovens fossem jogados na fornalha, para ai sim, mostrar a sua providência e mostrar ao rei idólatra que era o verdadeiro Deus. Os propósitos de Deus puderam ser cumpridos porque esses jovens se colocaram como seus instrumentos demonstrando uma fé corajosa para que isso acontecesse. Deus nos quer como seus instrumentos, porém para os seus propósitos se cumprirem em nossas vidas dependem do grau da nossa fé.

LIÇÃO 04 - A PROVIDÊNCIA DIVINA NA FIDELIDADE HUMANA - 4º TRIMESTRE 2014 (Francisco A. Barbosa)

COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
A história narrada no capítulo três ocorreu possivelmente no final do reinado de Nabucodonosor. O texto é mais uma prova de que vale a pena ser fiel a Deus até mesmo quando somos desafiados em nossa fé. Nabucodonosor já havia se esquecido da manifestação do poder de Deus na revelação dos seus sonhos (Dn 2.1-49). Tornou-se um déspota que exigia dos seus súditos um servilismo irracional. No meio da multidão dos súditos, porém, estavam os três jovens hebreus, fiéis ao Deus de Israel, do qual não transigiram de modo algum. [Comentário: Na história que o capítulo 3 de Daniel nos apresenta, percebe-se a obsessão do rei da Assíria, Nabucodonosor, pelo poder quando ele se engrandece e exige que seus súditos o adorem como um deus. Os especialistas em Antigo Testamento afirmam que essa história ocorreu quase ao final do seu reinado (Jr 32.1; 52.29). Temos mais uma prova, aqui no capítulo três, de que vale a pena ser fiel a Deus até mesmo quando nossa fé é desafiada. Aquele soberano esquecera da manifestação do poder do Deus de Israel quando teve resposta na revelação dos seus sonhos, mas embriagado pelo poder e pelo fulgor de sua própria glória, conseguiu com sua presunção, chegar ao ápice da paciência de Deus; não se contentou em ser apenas “a cabeça de ouro” da grande estátua do seu sonho no capítulo dois. Ergue uma imensa estátua de ouro, tendo cerca de 30 m de altura, equivalente a oito andares de um edifício, e ordena que os representantes das nações, seus súditos, se ajoelhassem e adorassem àquela estátua que representava ele mesmo.Tornou-se um déspota que exigia dos seus súditos um servilismo irracional. No meio da multidão dos súditos estavam os três jovens hebreus fiéis ao Deus de Israel, que não temiam recusar-se a adorar a outro deus que não YAHWEH.] Convido você para mergulharmos mais fundo nas Escrituras!
I. A TENTATIVA DE SE INSTITUIR UMA RELIGIÃO MUNDIAL
1. A grande estátua. Embriagado pelo poder e pelo fulgor de sua própria glória, o rei caldeu chegou ao ápice da presunção, não se contentando em ser apenas “a cabeça de ouro” da grande estátua do seu “primeiro” sonho (Dn 2.36-45). Nabucodonosor perdeu o bom senso e construiu uma enorme estátua de ouro maciço (Dn 3.1). Também ordenou que os representantes das nações, súditos seus, se ajoelhassem e adorassem a estátua que o representava. A grande estátua de Nabucodonosor remete-nos a uma outra estátua que será erguida pelo último império mundial gentílico, profetizado como o reino do Anticristo que aparecerá no “tempo do fim” (Ap 13.14,15). [Comentário: Não parece provável que Nabucodonosor tenha erigido uma imagem a um dos antigos deuses da Babilônia, visto que a terra estava cheia de deidades e templos competindo entre si. É possível, no entanto, que esse sonho tivesse marcado profundamente o rei, em relação ao seu lugar no mundo e na história. Afinal, não era ele a cabeça de ouro? Não era ele o primeiro e maior de todos os reis da terra? Não é difícil imaginar a crescente vaidade desse déspota oriental, cuja mente pagã falhou em sondar o verdadeiro significado das percepções espirituais que Deus havia tentado compartilhar com ele. Essa estátua de dois metros e sessenta de largura e vinte e sete metros de altura, que se elevava acima do campo de Dura, sendo visível a quilômetros de distância, proclamava a todos o esplendor do homem que a havia projetado e a glória do rei que ela simbolizava. O campo de Dura certamente ficava próximo de Babilônia, mas sua localização exata é desconhecida. Qualquer que tenha sido o motivo de Nabucodonosor, o decreto que convocava todos os líderes políticos do reino, grandes e pequenos, não deixava dúvida quanto à exigência do rei. Instantaneamente, após o sinal combinado de antemão se o som da orquestra imperial, cada homem deveria prostrar-se em adoração diante da imagem. Roy E. Swim. Comentário Bíblico Beacon. Daniel. Editora CPAD. Vol. 4. pag. 509.]. 2. A diferença entre as estátuas.  É necessário destacar a diferença entre a estátua do capítulo dois e a do capítulo três de Daniel. Enquanto a estátua do capítulo dois era simbólica e apareceu no sonho de Nabucodonosor, a do capítulo três era literal, construída por ordem do rei caldeu. A estátua erigida tinha a forma de um obelisco que revelava, segundo se supõe, a intenção vaidosa de Nabucodonosor em autodeificar-se (cf. Dn 4.30). A inauguração da estátua  de ouro.  Com o coração engrandecido, Nabucodonosor desejou ser adorado como deus (vv.1-5). Não lhe bastou a revelação de que o único Deus verdadeiro triunfaria na história (Dn 2.47). Ele preferiu exaltar a si mesmo e aos seus deuses. O objetivo era escravizar todos os seus súditos e obrigá-los a servirem as divindades caldeias. Ele queria uma religião totalitária em que as pessoas obedecem não pela lealdade, mas pela força bruta (vv.5,6). [Comentário: Elienai Cabral, em sua obra “Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje” (Editora CPAD), escreve o seguinte: “A obsessão pelo poder faz a pessoa perder o bom senso. O rei Nabucodonosor estava dopado pela ideia de ser o maior e perdeu a autocrítica embriagado pelo próprio poder e cego pelo fulgor de sua própria glória. Ele não se contentou em ser apenas a cabeça de ouro da estátua do seu sonho. No capítulo dois havia uma estátua no seu sonho e no capítulo três ele constrói literalmente uma estátua para si. Essa presunção vislumbra profeticamente outra estátua (imagem) que será erguida pelo último império mundial gentílico profetizado como o reino do Anticristo e será no “tempo do Fim” (Ap 13.14,15). Outra lição que aprendemos neste capítulo é a diferença entre a estátua do capítulo 2 e a do capítulo 3. A estátua do capítulo 2 era simbólica que surgiu no sonho do rei Nabucodonosor e a estátua do capítulo 3 era literal, construída pelos homens. A estátua do capítulo 3 tinha a forma de um obelisco e tinha um desenho um tanto grotesco que revelava a intenção vaidosa de Nabucodonosor de impor-se pela idolatria do homem e sua auto deificação aos olhos dos súditos“. Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 56-57].
3. A inauguração da estatua de ouro. [Comentário: Matthew Henry, no Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias (Editora CPAD), escreve o seguinte: “Uma convocação geral dos estados do império para comparecerem à solenidade de consagração dessa imagem (w. 2,3). Mensageiros são enviados a todas as partes do reino para reunir os sátrapas, os prefeitos, os presidentes, todos os pares do reino, com todas as autoridades civis e militares, os capitães e comandantes das forças, os juízes, os tesoureiros ou recebedores gerais, os conselheiros, os oficiais, e os governantes das províncias. Todos eles devem vir para a consagração dessa estátua, sob pena de sofrerem a dor e o perigo do que lhes sobrevirá depois disso. Ele convoca os grandes homens, para a grande honra do seu ídolo. É, portanto, mencionado para a glória de Cristo que os reis lhe trarão presentes. Se esse governante pode trazê-los para prestar homenagens à sua estátua de ouro, ele não tem dúvida de que as pessoas inferiores farão o mesmo. Em obediência às convocações do rei, todos os magistrados e oficiais desse vasto reino deixam os serviços dos seus respectivos países, e vêm para a Babilônia, para a consagração dessa estátua de ouro. Muitos deles fizeram viagens longas e caras, em uma missão muito tola. Mas, assim como os ídolos são coisas insensíveis, os adoradores também o são. Uma proclamação é feita ordenando que todos os tipos de pessoas se apresentem diante da imagem, e que ao sinal dado, caiam prostradas, e adorem a imagem, sob o tratamento e o título: “A imagem de ouro que o rei Nabucodonosor erigiu”. Um arauto proclama isso em voz alta por toda essa reunião de pessoas eminentes, com a sua numerosa comitiva de servos e atendentes, e uma grande multidão de pessoas, sem dúvida, que não foram convocadas. Que todos eles observem: 1. Que o rei rigorosamente exigiu e ordenou que todos os tipos de pessoas se prostrassem e adorassem a estátua de ouro. Não importavam quais eram os deuses que eles adoravam em outros tempos. Agora, eles deveriam adorar esse. 2. Que todos eles deveriam fazer isso exatamente ao mesmo tempo, em sinal de sua comunhão uns com os outros nesse serviço idólatra, e que, para esse fim, a notícia deveria ser comunicada através de um concerto de música, que igualmente serviria para adornar a solenidade, amenizar e suavizar o pensamento daqueles que estivessem relutantes a ceder, e levá-los a obedecer à ordem do rei. Essa alegria e júbilo na adoração seriam muito condizentes com as mentes sensuais e carnais, que são estranhas à adoração espiritual que é devida a Deus, que é espíritoHENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. pag. 838-839.].
SINOPSE DO TÓPICO (1)
Ao construir a estátua e exigir que todos os súditos se encurvassem diante dela, Nabucodonosor desejava instituir uma religião oficial.
II. O DESAFIO À IDOLATRIA
1. A ordem do rei a todos os seus súditos (vv.4-7). Nabucodonosor teve duas motivações principais para construir a grande estátua (v. 1). Uma das motivações era exibir-se perante os povos do mundo representados naquele evento. As dimensões e a magnitude da estátua eram impressionantes: Aproximadamente 27 metros de altura por 6 de largura. A soberba, arrogância e insolência do rei não tinham limites. A Bíblia diz que “a soberba precede a ruína” (Pv 16.18). A segunda motivação de Nabucodonosor era o anelo de ser adorado como divindade pelos seus súditos. Por isso, ele deu ordens para que todos os oficiais do reino se reunissem a fim de adorarem a sua estátua (Dn 3.1-7). [Comentário: A concordância geral da assembleia a essa ordem (v. 7). Eles ouviram o som dos instrumentos musicais, tanto instrumentos de sopro como instrumentos de mão, a buzina e o pífaro, a harpa, a sambuca, o saltério, e a gaita de foles, a melodia dos quais eles a consideraram arrebatadora (e adequada o bastante para estimular uma devoção que eles deveriam então prestar), e imediatamente todos eles, como um só homem, como soldados que estão acostumados a se exercitar pela batida de tambores, todos os povos, nações, e línguas, caíram prostradas e adoraram a imagem de ouro. E não foi surpresa quando foi proclamado que qualquer que não adorasse essa imagem de ouro deveria ser imediatamente lançado no meio de uma fornalha de fogo ardente, preparada para esse propósito (v. 6). Aqui estavam os encantos da música para atraí-los a uma submissão, e os terrores da fornalha de fogo para aterrorizá-los até a submissão. Assim cercados pela tentação, todos cederam (exceto os servos de Deus). Note que a maioria seguirá o caminho que lhe for indicado. Não há nada tão ruim que não possa atrair o mundo negligente por meio de um concerto musical, ou que faça com que seja impelido por uma fornalha de fogo ardente. E através de métodos como esses, a falsa adoração tem sido estabelecida e mantida. HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. pag. 839. A tentativa de criar uma religião totalitária (3.7). Ele queria uma religião que fosse capaz de garantir a devoção e a lealdade dos súditos pela força imposta por seus decretos. Na verdade, ele queria conquistar as pessoas, não pelo coração, mas pela subserviência moral e física. Os súditos do reino dobrariam os seus joelhos por medo, não por devoção. Nos tempos modernos nos deparamos com religiões que causam terror e medo. A imposição de Nabucodonosor era, de fato, uma inquisição instituída para obrigar as pessoas a se submeterem às exigências do império. Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 58. Qualquer que se não prostrar e não a adorar. Urn modo temível de execução esperava os desobedientes ao decreto. O tipo de fornalha evidentemente recebia o combustível pelo alto, ao passo que era fechado por tijolos nos quatro lados. Execuções pelo fogo eram comuns entre os antigos, em altares munidos de fogueiras, grelhas em brasa, na fogueira ou em fornalhas. O código de Hamurabi (25,110,157) menciona as fornalhas, embora essa forma de execução parecesse reservada a criminosos especialmente perigosos. Heródoto (Hist. I.86; IV.69) diz-nos que Ciro e os citas executavam dessa maneira bárbara. Os hebreus antigos também não devem ser isentados. No caso presente, a alegada impiedade religiosa era punida dessa maneira, e podemos supor que a desobediência era considerada um crime sério contra o Estado. Dn 3.7 Portanto, quando todos os povos ouviram o som da trombeta. A Adoração da Imagem. Ao ouvir o som de todos os instrumentos listados no vs. 5 (com a exceção única da gaita de foles), todos os povos, de todas as classes, de todas as nações, prostraram-se e adoraram a grotesca imagem de Nabucodonosor. Quem enfrentaria o horroroso castigo ameaçado contra os desobedientes à ordem real? Representantes de todo o povo adoravam, e em breve todos “lá fora” estavam fazendo a mesma coisa. A superstição e a idolatria ganharam o dia. Mas ainda raiaria outro dia quando a bondade e a justiça seriam as vitoriosas. CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3384.]
2. A intenção do rei e o espírito do Anticristo. A intenção de Nabucodonosor prenunciava o espírito do Anticristo, que levantará a imagem da Besta para ser adorada no tempo do fim (Mt 4.8-10; Ap 13.11-17). A intenção do rei era impor a religião diabólica de sua imagem para dominar o mundo, não só nos campos material e político, mas também no espiritual.[Comentário: Nabucodonosor teve duas motivações principais para construir a grande estátua. A primeira motivação era exibir perante os povos do mundo representados naquele evento a sua soberba e vanglória. O texto diz literalmente que “ele fez uma estátua de ouro” (3.1). As dimensões e a magnitude da estátua eram impressionantes. Imaginem uma estátua de Tl metros de altura e 6 metros de largura aproximadamente. A soberba do Rei o tornou altamente arrogante e insolente, sem limites. A Bíblia diz que “a soberba precede a ruína”(Pv 16.18). A segunda motivação de Nabucodonosor era o anelo de ser adorado como deus pelos seus súditos, por isso Ele deu ordens de que todos os oficiais do reino se reunissem naquele evento no campo de Dura (Dn 3.1) para adorarem à sua estátua. Sua intenção prenunciava o espírito do Anticristo que levantará a imagem da Besta para ser adorada no tempo do Fim (Mt 4.8-10; Ap 13.14-17). A intenção do Rei era impor a religião diabólica de sua imagem para dominar o mundo, não só no campo material e político, mas espiritualmente. A acusação dos caldeus contra os judeus (3.8-12). Os três hebreus estavam lá na grande praça por força da ordem do rei. Todos os ilustres homens do império, os chefes de governos, os sátrapas, os governadores das províncias, os sábios, os sacerdotes dos vários cultos pagãos, todos estavam lá. A ordem era que quando a música fosse tocada todos deveriam ajoelhar-se e adorar a estátua do rei. Quem não obedecesse seria lançado na fornalha de fogo ardente. Os três jovens hebreus preferiam morrer queimados naquela fornalha do que negar a fé no Deus de Israel. Os três jovens hebreus, Ananias, Misael e Azarias quando foram para a Babilônia não tinham mais que 18 a 20 anos de idade. Nesta experiência do capítulo três, eles estavam na faixa dos 40 anos de idade, mas não sucumbiram nem fizeram concessões que comprometessem a sua fé em Deus. Eles não esmoreceram moral ou espiritualmente ante a ameaça de Nabucodonosor e a discriminação dos outros príncipes do Palácio. Diante da ameaça da fornalha ardente eles estavam seguros do cuidado de Deus, como falou o profeta Isaías: “Quando passares pelas águas, estarei contigo e, quando pelos rios, eles não te submergirão; quando passares.Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 58-59.]
3. Coragem para não fazer concessões à idolatria (Dn 3.12). Os três jovens hebreus estavam naquele local por força da ordem do rei. Todos os grandes nomes do país, os chefes de governos, os sátrapas, os governadores das províncias, os sábios, os sacerdotes dos vários cultos pagãos, todos estavam lá. A ordem era que quando a música fosse tocada todos deveriam ajoelhar-se e adorar a estátua do rei. Quem não obedecesse seria lançado na fornalha de fogo ardente. Como sabemos, os três jovens hebreus preferiram morrer queimados a negar. [Comentário: No entanto, naquela imensa multidão, três homens permaneceram em pé, mesmo quando todo o resto prostrou-se com o rosto em terra. Sua fé estava no verdadeiro Deus vivo e na Palavra que ele havia dado a seu povo. Conhecendo a história do povo judeu, tinham certeza de que o Senhor estava no controle e de que não havia nada a temer. O profeta Isaías havia escrito: “Mas agora, assim diz o Senhor, que te criou, ó Jacó, e que te formou, ó Israel: Não temas, porque eu te remi; chamei-te pelo teu nome, tu és meu. Quando passares pelas águas, eu serei contigo; quando, pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti” (Is 43:1, 2). Ter fé significa obedecer a Deus apesar dos sentimentos dentro de nós, das circunstâncias a nosso redor ou das consequências diante de nós. E difícil reconstruir os detalhes dos acontecimentos, mas tudo indica que o rei Nabucodonosor e seus conselheiros (”caldeus”) não estavam juntos enquanto assistiam à cerimônia e o rei não havia exigido que se juntassem ao povo em sua adoração. E possível que tivessem declarado sua lealdade em particular por considerarem um insulto juntar-se “à ralé”. Uma vez que os três homens hebreus tinham cargos nas províncias (Dn 2.49), deviam estar presentes, mas não sabemos exatamente onde. Ao que parece, Nabucodonosor não tinha como observá-los, mas os caldeus podiam ver o que eles faziam e, sem dúvida, esses homens perversos vigiavam e esperavam uma oportunidade de acusar os três estrangeiros que haviam sido promovidos a líderes dos babilônios. Não sabemos se esse grupo de conselheiros era o mesmo que havia sido envergonhado quando Daniel interpretou o sonho do rei, mas se esse é o caso, esqueceram-se rapidamente de que os “estrangeiros” haviam salvo a vida deles. A verdadeira fé não teme as ameaças, não se impressiona com as multidões nem se abala com cerimônias supersticiosas. A verdadeira fé obedece ao Senhor e confia que ele cuidará das consequências. Esses três homens judeus conheciam a lei de Deus: “Não terás outros deuses diante de mim […]. Não as adorarás, nem lhes darás culto” (Êx 20.3, 5). Uma vez que o Senhor falou sobre um assunto, isso está resolvido e não há espaço para discussão nem necessidade de transigência. Prostrar-se diante de uma imagem, ainda que uma só vez, quaisquer que fossem as desculpas que pudessem dar, teria acabado com seu testemunho e rompido sua comunhão com Deus. O tempo do verbo grego, em Mateus 4.9, indica que Satanás pediu a Jesus que o adorasse apenas uma vez, e o Salvador se recusou. Sadraque, Mesaque e Abede-Nego não se prostrariam diante da imagem de ouro nenhuma vez, pois isso os levaria a servir os falsos deuses de Nabucodonosor para o resto da vida.WIERSBE. Warren W. Comentário Bíblico Expositivo. A.T. Vol. IV. Editora Central Gospel. pag. 323-324.]
SINOPSE DO TÓPICO (2)
A fé dos amigos de Daniel permitiu que eles não fizessem concessões à idolatria.
III. A FIDELIDADE A DEUS ANTE  A FORNALHA ARDENTE (DN 3.8-12)
1. Os jovens hebreus foram acusados e denunciados (vv.8-12). O rei foi informado da desobediência dos judeus. Ele ficou enfurecido e mandou que eles fossem trazidos à sua presença. Os jovens hebreus foram interrogados, mas mantiveram sua fidelidade ao Deus de Israel. Eles não se intimidaram diante das ameaças, porque sabiam que Deus poderia intervir naquela situação. [Comentário: A punição foi inevitável. A ordem do rei não podia voltar atrás. Os inimigos dos três jovens hebreus não deram tréguas aos judeus. Depois de acusados e denunciados tiveram que enfrentar e submeter-se à punição do rei. Os seus algozes foram os mesmos que haviam sido poupados anteriormente da pena de morte no episódio do sonho do rei no capítulo 2 e não tiveram a menor consideração com seus pares dentro do Palácio. O rei, tão logo foi informado da desobediência dos jovens hebreus, ficou enfurecido e os chamou diante de si. Foram interrogados e, mais uma vez ameaçados com a punição da fornalha ardente, mas os servos do Deus Altíssimo mantiveram sua fidelidade à fé judaica. Eles não se intimidaram diante das ameaças porque sabiam que DEUS poderia intervir naquela situação, e estavam prontos a serem queimados vivos sem trair a sua fé.Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 60. O Rev. Hernandes Dias Lopes escreve em sua obra DANIEL Um homem amado no céu (Editora Hagnos): “As pessoas ingratas têm memória curta (v. 8). Os caldeus tinham sido poupados da morte pela intervenção de Daniel e seus amigos (Dn 2.5,18). Agora eles, de forma ingrata, acusam as pessoas que lhes ajudaram, no passado, a se livrar da morte. A ingratidão é uma atitude que fere as pessoas e entristece a Deus. A acusação dos caldeus é maliciosa. A palavra hebraica significa “comer a carne de alguém”. As pessoas invejosas tentam se promover buscando a destruição dos concorrentes (v. 12). Os caldeus usam a arma da bajulação ao rei antes de acusar os judeus. Eles acrescentam um fato inverídico: “Não fizeram caso de ti”. Eles não querem informar, mas distorcer os fatos e destruir os judeus. Isso, apenas porque esses judeus foram constituídos sobre os negócios da província. A inveja foi o pecado que levou Lúcifer a ser um querubim descontente, mesmo no céu, e a tornar-se um demônio. A inveja provoca contendas, brigas, mortes e desastres. As pessoas fiéis, entretanto, entendem que fidelidade é uma questão inegociável. A fidelidade a Deus é mais importante que a preservação da própria vida. Esses jovens entenderam que agradar a Deus é mais importante que preservar a própria vida. A principal lição desse texto não é o livramento miraculoso, mas a fidelidade inegociável. Três jovens têm coragem de discordar de todos; de preferir a morte ao pecado. Estão dispostos a morrer, não a pecar. Transigir era uma palavra que não constava do vocabulário deles. A fidelidade incondicional não é uma barganha com Deus. Muitas vezes, nossa fidelidade a Deus nos levará à fornalha, à cova dos leões, à prisão, a sermos rejeitados pelo grupo, a sermos despedidos de uma empresa, a sermos rejeitados na escola. Nosso compromisso não é com o sucesso, mas com a fidelidade a Deus. Ceder à pressão da maioria pode destruir sua vida mais que o fogo da fornalha. Muitos jovens crentes são tentados a ceder. Jovens cristãos são instados a se embriagar com seus amigos ou a perder a virgindade antes do casamento. São tentados a mentir aos pais, a ver filmes indecentes, a curtir músicas maliciosas do mundo. O mundo tem sua própria fornalha ardente à espera daqueles que não se conformam em adorar seus ídolos. E a fornalha de ser desprezado, ridicularizado. Os que são fiéis a Deus são chamados de retrógrados. Cuidado com a opinião da maioria, ela pode estar errada e, via de regra, está“. LOPES. Hernandes Dias. DANIEL Um homem amado no céu. Editora Hagnos. pag. 53-54.]
2. A resposta corajosa dos jovens hebreus (Dn 3.16-18). Aqueles jovens sabiam que a fidelidade a Deus é algo inegociável. A lealdade desses jovens era mais que uma qualidade de caráter. Era uma confiança inabalável em Deus. A resposta resultava também do conhecimento que tinham do primeiro mandamento do Decálogo (Êx 20.3-5). Deus busca homens e mulheres que lhe sejam fiéis mesmo quando ameaçados. Por isso, mesmo inquiridos pelo rei caldeu, Hananias, Misael e Azarias não se intimidaram e mantiveram sua posição (Dn 3.16-18). [Comentário: Responderam Sadraque, Mesaque e Abede-Nego ao rei. O rei não precisou mandar tocar de novo a música, nem os três cativos vacilaram , debateram e ficaram jogando na tentativa de escapar do inevitável, por meio de argumentos espertos. O caso era fácil: eles precisavam ser fiéis a YAHWEH e entregaram sua vida nas mãos Dele, incondicionalmente. Assim, os três judeus responderam que não tinham necessidade de defender-se. A defesa deles era YAHWEH, ou então não tinham defesa alguma. Se ser alguém leal a YAHWEH era um crime, então eles eram os piores criminosos, pois a lealdade deles era grande e sem hesitações. “A hesitação ou a parlamentação com o pecado é fatal. Uma decisão sem hesitação é a única vereda segura quando a vereda do dever é clara (ver Mat. 10.19,28)” (Fausset, in Ioc.). “Há certa demonstração de orgulho aqui, como no caso da resposta de Daniel ao rei, em Dan. 5.17. Era um orgulho derivado da consciência de que, na qualidade de servos de Deus, eles eram superiores a qualquer potentado, e, assim, não precisavam de sua clemência ou de seus dons” (Arthur Jeffery, in Ioc.). Dn 3.17 Se o nosso Deus, a quem servimos, quer livrar-nos… Elohim, o Poder (relativo a Elah, a palavra caldaica que aparece neste versículo), era capaz. Eles estavam dispostos a submeter o Senhor a teste. Esperavam livramento - ser tirados da fornalha, e não postos dentro dela. Esse seria um livramento da mão perversa do rei idólatra. A tarefa era impossível para a instrumentalidade humana. Nesse caso, somente o Ser divino poderia fazê-lo. Ocasionalmente, todos os homens enfrentam situações em que “somente Deus é capaz” e então são obrigados a entregar a vida nas mãos Dele. Oh, Senhor, concede-nos tal graça! Ao serem submetidos a teste, eles também estavam submetendo YAHWEH a teste. Dn 3.18 Se não, fica sabendo, ó rei. Se eles seriam livrados ou não, não fazia nenhuma diferença. Eles sabiam que a idolatria estava errada, mesmo quando se tratasse da idolatria do governo, a lei da terra, mas eles não se envolveriam nisso, sem importar o que essa atitude lhes custaria. O tema principal da história, pois, emerge: O martírio é preferível à apostasia, uma lição que poucos judeus, na época do ataque babilônico e do cativeiro, tinham aprendido. Judá estava perdida em sua idolatria-adultério-apostasia. Este livro praticamente não usa o nome divino YAHWEH, o qual, para os judeus piedosos, tinha-se tornado santo demais para que fosse proferido. Portanto, o nome Deus é usado aqui, e aquele título especial é evitado. CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3385.]
3. Reação à intimidação (Dn 3.16-18). Ao perguntar-lhes: “Quem é o Deus que vos poderá livrar das minhas mãos? ” (Dn 3.15), Nabucodonosor afrontou os jovens em sua fé. Eles  não tiveram dúvida de que valia a pena permanecer fiéis ao Todo-Poderoso. Então, sem temor e com grande fé, responderam ao rei: “Eis que o nosso Deus, a quem nós servimos, é que nos pode livrar; ele nos livrará do forno de fogo ardente e da tua mão, ó rei. E, se não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses nem adoraremos a estátua de ouro que levantaste” (Dn 3.17,18). Os três jovens não cederam às ameaças e não ficaram livres da fornalha, pois Deus já os esperava ali. A companhia do quarto homem visto pelo rei dentro da fornalha foi suficiente para que eles saíssem ilesos e sem um único fio de cabelo queimado. Esta resposta dos jovens hebreus confronta a posição de muitos crentes de hoje. Quão facilmente cedemos e até negamos a fé, fugindo do caminho da provação. Todavia, Deus conta com crentes fiéis que sejam capazes de responder às ameaças sem temer.[Comentário: “Eis que o nosso Deus, a quem servimos; é que nos pode livrar” (3.17). Esta declaração dos três judeus tinha a convicção da intervenção de Deus naquela situação. O rei ficou enfurecido e intimidado, além dos jovens terem sido desafiados na sua fé com a ousadia do Rei em dizer-lhes: “Quem é o Deus que vos poderá livrar das minhas mãos?” (Dn 3.15), eles não tiveram dúvidas de que valia a pena permanecerem fiéis a Deus. Então, sem temor e com grande fé responderam ao Rei: “Eis que o nosso Deus, a quem nós servimos, é que nos pode livrar; ele nos livrará do forno de fogo ardente e da tua mão, ó rei. E, se não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses nem adoraremos a estátua de ouro que levantaste” (Dn 3.17,18). Esta resposta dos jovens hebreus se confrontada com o cristianismo de muitos crentes hoje nos deixa preocupados. Quão facilmente cedemos; negamos nossa fé; fugimos do caminho da provação, mas Deus conta com crentes fiéis que sejam capazes de responder às ameaças satânicas de que não as tememos. o Comentário Biblico Beacon traz o seguinte: O equilíbrio e a calma dos três servos do Deus Altíssimo estavam em claro contraste com a fúria incontida do rei. A ousadia da fé deles era equiparada à sua serenidade. Os três responderam ao rei Nabucodonosor: Não necessitamos de te responder (”defender-nos”, NVI) sobre este negócio. Eis que o nosso Deus, a quem nós servimos, é que nos pode livrar; ele nos livrará do forno de fogo ardente e da tua mão, ó rei. E, se não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses nem adoraremos a estátua de ouro que levantaste (16-18). A verdadeira fé não está ligada às circunstâncias nem às consequências. Ela está fundada na imutável fidelidade de Deus. E a fé é decisiva no que tange à questão da fidelidade no crente. Poderia ter parecido algo de menor valor racionalizar apenas um pouco. Afinal, eles não deviam uma certa consideração ao rei? Porventura, eles não poderiam dobrar seus joelhos, mas ficar em pé em seus corações? Uma pequena concessão à limitada compreensão das coisas divinas por parte do rei seria uma questão insignificante. Mas não! A reputação do caráter do Deus vivo e verdadeiro dependia desse momento. Multidões de pagãos de muitos países estavam observando. Quer Deus os libertasse das chamas, quer não, eles deveriam ser fiéis em honrar o seu nome. Roy E. Swim. Comentário Bíblico Beacon. Daniel. Editora CPAD. Vol. 4. pag. 510.]
SINOPSE DO TÓPICO (3)
Hananias, Misael e Azarias mantiveram-se fiéis ao Senhor e foram libertos da fornalha.
CONCLUSÃO
A grande lição que aprendemos com esses três jovens é que “eles confiaram suas vidas a Deus e não se preocuparam com as consequências da fornalha”. Mesmo que Deus não os impedissem de morrer queimado eles não negariam a fé! Que tenhamos essa mesma fé para enfrentar as tribulações da vida. [Comentário: Ergue-se majestosa a grande Babilônia do rei Nabucodonosor. A maior e mais soberba cidade do mundo, alargando suas fronteiras, dominando as nações, chegando a subjulgar até mesmo os judeus. Toda a terra está sob o domínio desse arrogante e truculento império. Nabucodonosor estava cego pelo próprio fulgor da sua glória. Não satisfeito em ser o rei desse grande império, deseja ser adorado como um deus e edifica uma estátua de ouro, ordena que todos os súditos a adorem. A grande lição desta história é que o poder dos tiranos e dos déspotas poderosos sempre encontram seus limites em pessoas fiéis a Deus. Os três jovens hebreus se recusam a pecar. Mesmo ameaçados, distoam da multidão; intransigentes, inconformistas, tinham a verdade como inegociável. Não transigiram com os absolutos de Deus. Preferiram a morte que a infidelidade a Deus. O livramento no fogo é a estratégia de Deus. Quando somos fiéis a Deus, ele tem um encontro conosco na fornalha. Só temos duas escolhas: ou ficamos fora da fornalha com Nabucodosor, ou dentro dela, com Cristo. Não há meio termo. Mas o lugar de calor irresistível é também o lugar de comunhão intensa com o Salvador. O quarto homem sempre vem ao nosso encontro na hora da aflição. Na hora da dor, na hora da humilhação. Ele é o Deus do livramento. É o Deus das causas perdidas. Jesus é o quarto homem que não o poupa da fornalha, mas o livra do fogo.]”NaquEle que me garante: “Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Ef 2.8)”,Graça e Paz a todos que estão em Cristo!

LIÇÃO 04 - A PROVIDÊNCIA DIVINA NA FIDELIDADE HUMANA - 4º TRIMESTRE 2014 (IEAD/PE)

INTRODUÇÃO
No capítulo 3 do livro de Daniel, Misael, Hananias e Azarias, se depararam com um culto idólatra promovido pelo rei que, por meio de um decreto, obrigou a todos que se curvassem diante de um ídolo. Contudo, eles demonstraram sua fidelidade mantendo-se de pé mesmo sob sentença de morte. Nesta lição, destacaremos algumas virtudes destes servos do Senhor e o que Deus pode realizar quando alguém se compromete com a sua Palavra, custe o que custar.
I - A PROPOSTA ARDILOSA DO REI NABUCODONOSOR
O registro do capítulo 3 do livro de Daniel sugere claramente que o propósito principal desta parte do livro é diretamente prático e não doutrinário. Como podemos ver, não há predições. A narrativa simplesmente fala do destino dos três amigos de Daniel na qualidade de firmes confessores da fé (Daniel não aparece no capítulo). “Por que Daniel não foi descoberto em desobediência civil como os três foram, explica-se melhor pela conjectura de que estivesse ausente da cidade em alguma obrigação oficial” (MOODY, sd, pp. 29,30 - acréscimo nosso).
1.1 A promoção da idolatria (Dn 3.1). O paganismo fazia parte da cultura babilônica. Deuses como Aku, Bel, Nebo dentre outros eram adorados em Babilônia (Dn 1.7; 2.11; 3.12,14,18;5.4,23). A narrativa do capítulo 3 de Daniel elucida bem esta verdade, pois narra a construção de um ídolo (Dn 3). A descrição de quem a erigiu: Nabucodonosor; o material com que foi feito: ouro; o seu tamanho 30 metros de altura por 3 de largura; e as pessoas convidadas para prestigiar o evento nos mostra quão significativa era esta reunião e quão imponente era a estátua (Dn 3.1,2). Há três opiniões principais entre os estudiosos da Bíblia sobre que tipo de ídolo era esse que foi construído por Nabucodonosor: (1ª) Talvez ele estivesse tentando reproduzir a estátua que vira em sonho (Dn 2.31-49); (2ª) podia estar homenageando seu padroeiro, Nebo, ou alguma outra divindade; e, (3ª) poderia ser uma imagem de si mesmo na tentativa de auto deificar-se, o que era uma prática pagã comum aos grandes conquistadores (Jz 8.27; II Sm 18.18; Dn 4.29,30). A Bíblia condena veemente a prática da idolatria (Êx 20.2-4,23; Lv 19.4; 26.1; Dt 7.5,25; 12.3; I Rs 14.9; Is 2.8,9; 57.5; Jr 1.16; At 15.28,29; I Co 10.14; Cl 3.5; I Pe 4.3; I Jo 5.21).
1.2 A unificação da religião. A política de Nabucodonosor após conquistar cidades era de torná-las colônias de exploração exigindo o pagamento de tributo (II Rs 24.1; 36.10), e conduzir cativos à elite do reino para que estes pudessem auxiliá-lo na administração do seu império (Dn 1.3-5; 3.4,5). Sabedor de que os seus conquistados eram de outras religiões, Nabucodonosor, intentou na construção dessa grande imagem de escultura fazer com que seu governo fosse supremo em tudo, tanto no aspecto civil quanto religioso, promovendo um grande culto ecumênico (Dn 3.3-5).
“Inicialmente, o ecumenismo era a concretização do ideal apostólico de agregação de todos os que professam o nome de Cristo. Com o passar dos tempos, porém, a palavra foi sendo desvirtuada até ser tomada como um perfeito sinônimo para o sincretismo religioso. Os que buscam semelhante universalidade, pregam a união indistinta entre protestantes, católicos, judeus, espíritas, budistas etc. Tal união é contrária ao espírito das Escrituras; tanto o Antigo quanto o Novo Testamento são exclusivistas em matéria de fé e prática” (Lv 20.23-27; II Co 6.14-18) (ANDRADE, 2006, pp. 156,157).
1.3 Um decreto real nocivo (Dn 3.4-5,10). Para forçar os convidados adorarem a estátua, o sagaz Nabucodonosor através do arauto anunciou que a homenagem aquele ídolo tinha a força de um decreto “Tu, ó rei, fizeste um decreto” (Dn 3.10-a). O Aurélio diz que um decreto é uma “determinação escrita, emanada do chefe do Estado, ou de outra autoridade superior” (FERREIRA, 2004, p. 608). Diante disto, não adorar a imagem era estar em desobediência civil a autoridade constituída. A Bíblia recomenda que o servo de Deus esteja sujeito a autoridade e a obedeça (Dn 3.12; 6.10,11; Lc 20.22-25; Rm 13.1-7; I Tm 2.1,2; I Pe 2.17). Todavia, quando a autoridade cria leis e decretos que contrariam a Palavra de Deus, que é a nossa regra de fé e prática, devemos preferir a vontade soberana do Senhor (Lc 12.31-33; At 5.27-29).
1.4 A pena capital (Dn 3.6,11). Nabucodonosor parecia prever que alguns daqueles líderes que foram convidados para a cerimônia de consagração da estátua se opusesse a prostrar-se perante ela, por isso providenciou uma penalidade, um castigo severo para o que procedesse assim “E qualquer que não se prostrar e não a adorar, será na mesma hora lançado dentro da fornalha de fogo ardente” (Dn 3.6). A fornalha de que se refere o texto “trata-se de um forno grande, com abertura no alto, usado para moldar coisas (Dn 3.22,23). Ao nível do chão havia uma porta, por onde o metal era extraído (Dn 3.26). Esse tipo de forno recebia o combustível pelo alto, ao passo que era fechado por tijolos nos quadro lados. Ele era usado para infligir punição capital por parte dos persas (Jr 29.22; Os 7.7). Usualmente tinha forma de cúpula” (CHAMPLIN, p. 808, 2004 - acréscimo nosso). Como podemos ver, o verdadeiro servo de Deus está disposto a sofrer o pior dos castigos que contrariar a vontade do Senhor (Dn 6.10-17; Hb 11.34-38).
II - A POSTURA FIRME DOS SERVOS DE DEUS
Após o anúncio do arauto e o toque dos instrumentos, os líderes que ali estavam dobraram-se diante da estátua de ouro (Dn 3.7). Todavia, o registro bíblico acrescenta que três judeus: Misael, Hananias e Azarias, mantiveram-se de pé.
Por isso, foram acusados pelos caldeus de desrespeito ao rei “não fizeram caso de ti”, deslealdade “a teus deuses não servem” e desobediência “nem adoram a estátua de ouro que levantaste” (Dn 3.12). Com essa postura, eles revelaram possuir características que autenticam um verdadeiro servo de Deus. Destacaremos algumas:
2.1 Coragem (Dn 3.16-18). O texto bíblico nos mostra que era necessário muita coragem por parte destes homens judeus de se contrapor a vontade do seu patrão Nabucodonosor, estando cientes de que não ficariam impunes por isso. O Aurélio define coragem como: “bravura em face do perigo. Intrepidez, ousadia” (FERREIRA, 2004, p. 549). “Um homem corajoso é aquele que não recua diante de consequências adversas, na realização do seu dever. A coragem é uma qualidade mental que leva o homem a enfrentar perigos ou oposição com intrepidez, calma, firmeza e propósito” (CHAMPLIN, p. 899, 2004). A Bíblia exorta-nos a sermos corajosos (Sl 31.24; Pv 24.10; Lc 12.4,5; I Pe 3.14).
2.2 Fidelidade (Dn 3.12,18). A expressão “fidelidade” advém da palavra “fiel” que significa: “que cumpre aquilo a que se obriga; leal” (FERREIRA, 2004, p. 894). Esta virtude é fruto do Espírito (Gl 5.22), que por sua vez é característica fundamental na vida de todo aquele que serve a Deus (Nm 12.7; I Sm 12.24; Pv 12.22; I Tm 4.10,12; Ap 2.10). “Os três homens poderiam ter transigido com o rei e defendido sua desobediência com argumentos como: ‘todos estão fazendo isso’, ou ‘é uma das obrigações de nosso cargo’, ou ainda ‘dobraremos nossos joelhos, mas não o nosso coração’. Poderiam ter dito: ‘podemos ser mais úteis para nosso povo como oficiais à serviço do rei do que como cinzas na fornalha do rei’. Contudo, a verdadeira fé não procura brechas para escapar; simplesmente obedece a Deus e sabe que ele fará aquilo que for melhor. A fé baseia-se em ordens e em promessas, não em argumentos e explicações” (WIERSBE, 2008, p. 324).
2.3 Determinação (Dn 3.16,17). Determinado é alguém “decidido, resolvido” (FERREIRA, 2004, p. 667). É o que estes homens de Deus mostraram ser diante da proposta de Nabucodonosor de se curvarem diante da imagem e pouparem suas vidas da morte “não serviremos a teus deuses nem adoraremos a estátua de ouro que levantaste” (Dn 3.18-b). Aquele que é determinado em agradar a Deus ele o faz em todo tempo. Estes homens assim que chegaram a Babilônia juntos com Daniel assentaram no seu coração de não se contaminar (Dn 1.8). Passado um tempo, eles serviam ao Senhor mantendo a mesma fidelidade. Essa virtude foi reconhecida pelo próprio Nabucodonosor (Dn 3.8).
2.4 Capacidade de renunciar (Dn 3.18-20). Do que poderemos abrir mão a fim de comprovarmos nossa fidelidade a Deus e aos homens? Misael, Hananias e Azarias mostraram que estavam dispostos a renunciar a própria vida, se preciso fosse. O martírio é preferível à apostasia. O texto deixa claro que eles não sabiam se Deus iria livrá-los, mas mesmo assim permaneceriam fiéis até a morte (Dn 3.17,18). O verdadeiro servo do Senhor está disposto a abrir mão de qualquer coisa por amor ao seu Deus (Gn 12.1-3; 22; Fp 3.5-8; Hb 11.24-27).
III - A PROVIDÊNCIA DIVINA NA FIDELIDADE HUMANA
Tanto os hebreus como o Deus deles foi afrontado por Nabucodonosor (Dn 3.15). Contudo, nesta ocasião o Senhor resolveu intervir trazendo três benefícios aos seus servos, a fim de mostrar a Nabucodonosor, aquela multidão, aos três judeus e a todos aqueles que lhe obedecem, que para Ele nada é impossível (Gn 18.14; Lc 1.37).
3.1 Livramento. O rei furioso mandou lançar os judeus amarrados dentro de fornalha. Todavia, algo extraordinário aconteceu, aqueles hebreus não sofreram queimadura alguma, porque Deus estava com eles dentro do forno aniquilando o poder do fogo, livrando-os da morte conforme asseverou e viu o próprio Nabucodonosor (Dn 3.25).
3.2 Honra. A Bíblia ensina que aquele que honra a Deus por ele será honrado (I Sm 2.30; Jo 12.26). “Diante do grandioso milagre operado por Deus, o monarca babilônico firma em seu coração um propósito pelo qual a soberania do verdadeiro Deus fosse reconhecida e aceita por todos os povos sob seu governo. Nabucodonosor reconhece isso e declara: “porquanto não ha outro Deus que possa livrar como este” (Dn 3.29-b)” (SILVA, 1986, p. 69).
3.3 Prosperidade. Após o ocorrido, aqueles homens de Deus foram promovidos por Nabucodonosor “Então o rei fez prosperar a Sadraque, Mesaque e Abednego, na província de Babilônia” (Dn.3.30). Deus recompensa tanto nesta vida quanto no porvir aqueles que lhe servem de forma agradável (Dn 12.13; II Tm 4.8).
CONCLUSÃO
Como pudemos ver, Deus glorificou o seu nome proporcionando livramento aos três judeus que se propuseram honrá-lo mesmo correndo risco de morte. Devemos agir de forma semelhante diante das atuais propostas do inimigo. Não devemos jamais abrir mãos de valores inegociáveis.