A PAZ DO SENHOR!

LIÇÃO 05 – NÃO TOMARÁS O NOME DO SENHOR EM VÃO - 1° TRIMESTRE 2015 (Ev. Isaías de Jesus)

INTRODUÇÃO

3. O terceiro mandamento. “Não tomarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão” (Êx 20.7). O nome de Deus representa Ele mesmo; sua divina natureza; seu infinito poder e seu santo caráter. Este mandamento, portanto, diz respeito à santidade do Senhor. Tomar o nome do Todo-Poderoso em vão é mencioná-lo de modo banal, profano, secular e irreverente.

Tomar o nome do SENHOR, teu Deus, em vão é “recorrer ao irrealismo, ou seja servir-se do nome de Deus para apelar ao que não é expressão do caráter divino”. Tal uso profano do nome de Deus ocorre no perjúrio, na prática da magia e na invocação dos mortos. A proibição é contra o falso juramento e também inclui juramentos levianos e a blasfêmia tão comum em nossos dias. “Este mandamento não obsta o uso do nome de Deus em juramentos verdadeiros e solenes.” Deus odeia a desonestidade, e é pecado sério alguém usar o nome divino para encobrir um coração mau, ou para se fazer melhor do que se é.

A pessoa que procura disfarçar uma vida pecaminosa, ao mesmo tempo em que professa o nome de Cristo, quebra este terceiro mandamento. Tais indivíduos são culpados diante de Deus e só recebem misericórdia depois de se arrependerem. Os justos veneram o nome de Deus por ser santo e sagrado. (Leo G. Cox. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 1. pag. 190). Alan Cole afirma que “No judaísmo mais recente, esta proibição envolvia qualquer uso impensado e irreverente do nome YHWH. Este só era pronunciado uma vez por ano, pelo sumo-sacerdote, ao abençoar o povo no grande Dia da Expiação (Lv 23:27). Em sua forma original, o mandamento parece ter-se referido a jurar falsamente pelo nome de YHWH (Lv 19:12). Este parece ser o verdadeiro sentido do texto hebraico.

A lei permitia abençoar e amaldiçoar em nome de YHWH (Dt 11:26): isso equivalia virtualmente a proclamar Sua vontade e Seu propósito para com várias classes de indivíduos. Jurar pelo Seu nome era, então, permitido, embora fosse proibido por Cristo, séculos mais tarde (Mt 5.34). Na verdade, jurar pelo Seu nome (e não pelo de qualquer outro deus) era um sinal de que tal pessoa era um adorador de YHWH (Jr 4.2), e por isso era algo digno de louvor. 

Uma razão mais profunda para tal proibição pode ser vista no fato de que Deus era a única realidade viva para a mentalidade israelita. É por isso que Seu nome era sempre envolvido nos votos e juramentos, normalmente na fórmula “tão certo como vive o Senhor” (2 Sm 2:27). Usar tal frase e depois deixar de cumprir o voto era questionar a realidade da própria existência de Deus. Pois YHWH não terá por inocente. A explicação, embora correta, provavelmente não fazia parte do abrupto mandamento apodítico original” (R. Alan Cole, Ph. D. ÊXODO Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 150).].

Todos nos naturalmente temos uma abertura no rosto, a qual chamamos de boca. E obviamente em cada boca à um pequeno órgão chamado língua. A língua, apesar de relativamente pequena quando comparado com o restante do corpo, é uma força muito poderosa e influente no corpo todo. A Bíblia nos diz que: "...A língua também é um fogo; sim, a língua, qual mundo de iniquidade, colocada entre os nossos membros, contamina todo o corpo, e inflama o curso da natureza, sendo por sua vez inflamada pelo inferno. Pois toda espécie tanto de feras, como de aves, tanto de répteis como de animais do mar, se doma, e tem sido domada pelo gênero humano, mas a língua, nenhum homem a pode domar. É um mal irrefreável; está cheia de peçonha mortal..." (Tiago 3:6-8). Paulo nos aconselha que, como cristãos, devemos usar nossa língua para atividades nobres, diz ele: "...Nenhuma palavra torpe saia da boca de vocês, mas apenas a que for útil para edificar os outros, conforme a necessidade, para que conceda graça aos que a ouvem..." (Efésios 4:29). Ele também nos diz em Colossenses 3:08 "...Mas agora, despojai-vos também de tudo: da ira, da cólera, da malícia, da maledicência, das palavras torpes da vossa boca...". Neste 3º Mandamento, não estamos falando apenas de uma boca suja, que vomita palavrões ou palavras torpe. Este Mandamento trata de algo muito mais grave, trata-se da utilização indevida ou o uso profano do Santo Nome de Deus em vão. O nome de Deus é para ser usada em conexão com o seu louvor ou sua proclamação. Infelizmente, para muitos parece, que o nome de Deus é como mais uma palavra corriqueira que pode ser usada de qualquer forma.

O terceiro Mandamento - Um nome Venerável

Venerável = Sagrado, Santo; que é digno de veneração, respeito e Reverencia; muito respeitável. Esta é a definição da palavra segundo os dicionários. Nos tempos Bíblicos, ao contrario de hoje os nomes tinham grande importância, os nomes na Bíblia geralmente revelavam algo sobre a pessoa, sua ascendência, sua origem, etc. E isto é especialmente verdadeiro e forte no que diz respeito aos nomes de Deus. Vejamos:

"YHWH / YAHWEH / JEOVÁ / SENHOR" (Deuteronômio 6:4, Daniel 9:14) - A rigor, este é o único nome próprio para Deus. Traduzido nas bíblias em português como "SENHOR" (com letras maiúsculas) para distingui-lo de Adonai, "Senhor". A revelação do nome é primeiramente dada a Moisés "Eu sou quem eu sou" (Êxodo 3:14). Este nome especifica um imediatismo, uma presença. Yahweh está presente, acessível, perto dos que o invocam por livramento (Salmo 107:13), perdão (Salmo 25:11) e orientação (Salmo 31:3). Ele descreve Deus como auto existente imutável e eterno. (Mal. 03:06, Tiago 1:17). Na Bíblia, o nome "SENHOR" muitas vezes está associado a outras palavras formando assim os nomes compostos de Deus que revelam mais sobre Sua natureza e Seus atributos. Alguns deles são:

JEOVÁ-JIRÉ:"O Senhor proverá" (Gênesis 22:14) - o nome utilizado por Abraão quando Deus proveu o carneiro para ser sacrificado no lugar de Isaque.

JEOVÁ-RAFA:"O Senhor que sara" (Êxodo 15:26) - "Eu sou o Senhor que te sara", tanto em corpo e alma. No corpo, através da preservação e da cura de doenças, e na alma, pelo perdão de iniquidades.

JEOVÁ-NISSI:"O Senhor é minha bandeira"(Êxodo 17:15), onde por bandeira entende-se um lugar de reunião antes de uma batalha. Esse nome comemora a vitória sobre os amalequitas no deserto em Êxodo 17.

JEOVÁ-MAKADESH:"O Senhor que santifica, torna santo" (Levítico 20:8, Ezequiel 37:28) - Deus deixa claro que apenas Ele, e não a lei, pode purificar o Seu povo e fazê-los santos.

JEOVÁ-SHALOM:"O Senhor nossa paz" (Juízes 6:24) - o nome dado por Gideão ao altar que ele construiu após o Anjo do Senhor ter-lhe assegurado de que não morreria como achava que morreria depois de vê-lO.

JEOVÁ-ELOIM:"Senhor Deus" (Gênesis 2:4, Salmo 59:5) - uma combinação do singular nome YHWH e o nome genérico "Senhor", significando que Ele é o Senhor dos senhores.

JEOVÁ-TSIDIKENU:"O Senhor nossa justiça" (Jeremias 33:16) - Tal como acontece com Jeová-Makadesh, só Deus proporciona a justiça para o homem, em última instância, na pessoa de Seu Filho, Jesus Cristo, o qual tornou-se pecado por nós "para que nele fôssemos feitos justiça de Deus" (2 Coríntios 5:21).

JEOVÁ-ROHI:"O Senhor nosso Pastor" (Salmo 23:1) - Depois de Davi ponderar sobre seu relacionamento como um pastor de ovelhas, ele percebeu que era exatamente a mesma relação de Deus com ele, e assim declara: "Yahweh-Rohi é o meu Pastor. Nada me faltará" (Salmo 23:1).

JEOVÁ-SHAMMAH:"O Senhor está ali" (Ezequiel 48:35) - o nome atribuído a Jerusalém e ao templo lá, indicando que o outrora partida glória do Senhor (Ezequiel 8-11) havia retornado (Ezequiel 44:1-4).

JEOVÁ-SABAOTH:"O Senhor dos Exércitos" (Isaías 1:24, Salmos 46:7) - Exércitos significa "hordas", tanto dos anjos quanto dos homens. Ele é o Senhor dos exércitos dos céus e dos habitantes da terra, dos judeus e gentios, dos ricos e pobres, mestres e escravos. O nome expressa a majestade, poder e autoridade de Deus e mostra que Ele é capaz de realizar o que determina a fazer.

"ELOHIM": Deus "Criador, Poderoso e Forte" (Gênesis 17:7; Jeremias 31:33); esta é a forma plural de Eloah, a qual acomoda a doutrina da Trindade, refere-se ao Ser Supremo, fiel, Deus Uno e Trino. 

Na primeira frase da Bíblia, a natureza superlativa do poder de Deus é evidente quando Deus (Elohim) fala para que o mundo exista (Gênesis 1:1). Esta é a palavra comum para Deus na Bíblia. É usado mais de 2.000 vezes no Antigo Testamento. Na verdade, quando Deus saiu da eternidade para revelar-se ao homem, este é o nome que ele escolheu. Um nome representando a si mesmo como o forte e fiel.

EL, ELOAH: Deus "poderoso, forte, proeminente" (Gênesis 7:1, Isaías 9:6) - etimologicamente, El parece significar "poder", como em "Tenho o poder para prejudicá-los" (Gênesis 31:29). El é associado com outras qualidades, tais como integridade (Números 23:19), zelo (Deuteronômio 5:9) e compaixão (Neemias 9:31), mas a raiz original de ‘poder’ continua.

EL SHADDAI: "Deus Todo Poderoso", "O Poderoso de Jacó" (Gênesis 49:24; Salmo 132:2,5) - fala do poder supremo de Deus sobre todos.

ADONAI:"Senhor" (Gênesis 15:2; Juízes 6:15) - usado no lugar de YHWH, o qual os judeus achavam ser sagrado demais para ser pronunciado por homens pecadores. No Antigo Testamento, YHWH é mais utilizado em tratamentos de Deus com o Seu povo, enquanto que Adonai é mais utilizado quando Ele lida com os gentios.

EL ELIOM:"Altíssimo" (Deuteronômio 26:19) - derivado da raiz hebraica para "subir" ou "ascender", então a implicação refere-se a algo que é muito alto. El Elyon denota a exaltação e fala de um direito absoluto ao senhorio.

EL ROI:"Deus que vê" (Gênesis 16:13) - o nome atribuído a Deus por Agar, sozinha e desesperada no deserto depois de ter sido expulsa por Sara (Gênesis 16:1-14). Quando Agar encontrou o Anjo do Senhor, ela percebeu que tinha visto o próprio Deus numa teofania. Ela também percebeu que El Roi a viu em sua angústia e testemunhou ser um Deus que vive e vê tudo.

EL-OLAM:"Deus eterno" (Salmo 90:1-3) -A natureza de Deus não tem princípio, fim e nem quaisquer limitações de tempo. Deus contém dentro de Si mesmo a causa do próprio tempo. "De eternidade a eternidade, tu és Deus."

EL-GIBOR:"Deus Poderoso" (Isaías 9:6)- o nome que descreve o Messias, Jesus Cristo, nesta porção profética de Isaías. Como um guerreiro forte e poderoso, o Messias, o Deus Forte, vai realizar a destruição dos inimigos de Deus e governar com cetro de ferro (Apocalipse 19:15).

O nome de Deus deve ser usado com extrema reverência e adoração. Os escribas por exemplo; quando tinha que escrever o Nome de Deus em uma obra, eles paravam, lavavam-se, mudavam de veste e caneta, e somente assim escrevia. 

Logo em seguida, eles depositava a caneta usada em um lugar onde nunca mais poderia ser usado por ninguém para escrever outra palavra. Ainda hoje muitos judeus ortodoxos para não usar o nome de Deus em vão, nem sequer dizem o nome Jeová ou Javé. Ao invés disso, eles usam a palavra Deus, ou Adonai.

O terceiro Mandamento - Banalizando o nome de Deus

Este mandamento nos diz que é errado usar o nome de Deus em coisas vã. A palavra vão, significa algo vazio, oco, inútil, sem valor; ilusório, sem fundamento real, fútil, frívolo, falso, ignorante, ineficaz. Quando usamos o nome de Deus de forma vã, estamos cometendo uma blasfêmia! Infelizmente, em nossos dias ouvimos o Nome de Deus ser degradado com muito mais frequência do que ouvimos ser exaltado! É quase que normal ouvirmos palavras de maldição em conjunto com o nome de Deus, coisa do tipo pesar a mão, aperta, etc, mas se analisarmos os exemplos dos santos na Bíblia, não vemos nada disso; mas sim quando eles eram ofendidos perseguidos e ate mesmo apedrejados, clamavam a Deus para perdoar seus agressores, hoje muitos de nos por qualquer coisa já esta pedindo a Deus para pesar a mão, usando desta forma o nome de Deus para a maldição do próximo.

Quantas vezes ouvimos, a expressão: Oh Deus!, Oh meu Deus!, Jesus, Oh Jesus, Oh Cristo, Jesus Cristo!, Deus Todo Poderoso!, Oh, Senhor!, Meu Deus!, my god, ou qualquer um dos milhares de jargões que mesmo os cristãos muitas vezes usam de forma inapropriada. Na TV os artista brincam com o nome de Deus, e seus clichês são logo absorvidos pela plateia. Pessoa usam o nome de Deus em associação a seus clubes de futebol, etc. Ou mesmo quando pronunciamos o nome de Deus metodicamente, quero dizer, domingo após domingo, nas canções e nas orações e nos testemunhos, mas sem sinceridade e sem reverência genuína, estamos usando o nome de Deus em vão. Ou quando usamos como uma camuflagem em meio a hipocrisia, prometemos a Deus fazer uma coisa e fazemos outra, então somos culpados diante dEle. Se seu nome revela seu caráter, e nós estamos usando Seu Nome, então a nossa hipocrisia envia uma falsa imagem de Deus e, portanto, viola o Seu Nome. "A hipocrisia da igreja é muito pior do que a profanação da rua." - Greg Laurie). "...E por que me chamais, Senhor, Senhor, e não fazeis o que eu digo?.."(Lucas 6:46). Não seja culpado de se esconder atrás do nome de Deuscomo uma camuflagem para o mal!

O nome de Deus será vindicado

Haverá punição para o infrator, Deus vai lidar com aqueles que intencionalmente violou a santidade do Seu Nome. As pessoas que usam o nome de Deus em vão devem se arrepender. O plano de Deus para o Seu povo é que quando usamos o Seu nome, devemos fazer com reverência e respeito. Os cristãos não têm necessidade de jurar, ou anexar um juramento a seus discursos. "...Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; Não, não; porque o que passa disto é de procedência maligna..."(Mateus 5:37), "...Mas, sobretudo, meus irmãos, não jureis, nem pelo céu, nem pela terra, nem façais qualquer outro juramento; mas que a vossa palavra seja sim, sim, e não, não; para que não caiais em condenação..."(Tiago 5:12). Alguns pode estar se perguntando: O que dizer então? Quanto menos falar, melhor será quando estivermos diante do Senhor"...Mas eu vos digo que de toda a palavra ociosa que os homens disserem hão de dar conta no dia do juízo..." (Mateus 12:36). Deus não quer que você corte a língua de sua boca, mas Ele quer que ela seja consagrada e dedicado totalmente a Sua adoração e Sua glorificação. Como você está usando sua língua? Lembre-se: Não use o nome de Deus em vão.

TOMAR O NOME DE DEUS EM VÃO

A importância do nome = Os nomes das pessoas e das coisas são muito importantes. Tanto é assim que o grande escritor William Shakespeare chegou a escrever em uma das suas peças: “se a rosa tivesse outro nome, não cheiraria tão doce”. 

Nomes são tão importantes que reagimos mal quando nosso nome é escrito ou  pronunciado errado. Nomes ou apelidos (uma outra forma de nome) ridículos causam complexos nas pessoas. Nos tempos bíblicos, os nomes talvez fossem ainda mais importantes, pois, na cultura daquela época, o nome caracterizava a personalidade da pessoa à qual se referia. Conhecer um nome significava ter um certo grau de intimidade com a pessoa que usava aquele nome. Alguns exemplos podem demonstrar bem o que eu acabei de falar:

 •Jacó mudou de nome - para Israel (“aquele que luta com Deus”) -, depois do episódio da luta com o anjo (ver Gênesis capítulo 32, versículos 22 a 30).

•Quando Moisés se encontrou com Deus pela primeira vez, no monte Sinai, assim que soube da sua missão - libertar o povo de Israel da escravidão -, perguntou qual era o nome de Deus. Ao saber esse nome, que ninguém até então conhecia, Moisés demonstraria ao povo de Israel que tinha grande intimidade com Deus.

•Outros personagens bíblicos importantes também mudaram de nome (por exemplo de Abrão para Abraão) ou passaram a ser conhecidos por apelidos  (por exemplo Simão virou Pedro), à medida que evoluiam na vida espiritual.

Dar nome a alguém ou a alguma coisa significava que aquele que estava nomeando tinha poder espiritual sobre o que era nomeado. Por isto, os pais ou as mães davam o nome dos filhos – prática que continua até os dias de hoje -, Adão nomeou os animais (ver Gênesis capítulo 2, versículos 19 e 20) e as pessoas nomeavam os lugares importantes para elas – por exemplo, Jacó fez isto com Betel e Peniel.

E é por causa da importância que o nome tem que somos batizados, segundo ensina a Bíblia, em NOME do Pai, Filho e Espírito Santo e oramos NOME de Jesus.




O porquê do Terceiro Mandamento

O Terceiro Mandamento é o seguinte: “Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão, porque o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão” (ver Êxodo, capítulo 20, versículo 7). Acho que pelo que já expliquei antes, fica bem evidente a razão de haver um mandamento com esse conteúdo.

Como ninguém pode compreender totalmente a natureza de Deus e/ou ter poder sobre Ele, ninguém pode nomeá-lo - por isso, Ele mesmo disse a Moisés como deveria ser chamado e a expressão que usou foi propositalmente vaga: “Eu sou o que sou”, ou ainda segundo algumas traduções “Eu serei o que sempre tenho sido” (ver Êxodo capítulo 3, versículos 13 a 15).

Nomear a Deus, portanto, seria como fazer uma imagem ou figura dele - ou seja tentar descrever a sua realidade - o que também é proibido, de acordo com o Segundo Mandamento.

E não é por acaso que o mandamento de não tomar o nome de Deus em vão segue imediatamente o mandamento de não fazer imagens ou figuras Dele, pois uma coisa é, de certa forma, continuação da outra.

Mas se não podemos nomear Deus, muito menos podemos tomar algo que é sagrado - o nome de Deus - para uso  indevido (em vão). Ou seja, não se pode usá-lo em interjeições (algo que é muito comum), em adivinhações, em piadas, em promessas vãs e em maldições. Não podemos associar o nome de Deus a situações desse tipo, pois isso é um desrespeito para com Ele.

É exatamente por isto que os judeus nunca se referem a Deus pelo seu nome, pois não querem correr o risco de violar o Terceiro Mandamento. Usam, em lugar desse nome, as palavras Senhor ou Eterno. Aliás, isto também é feito em muitas traduções da Bíblia: frequentemente, ao vermos grafada a palavra SENHOR (Adonai), é porque no texto original consta o nome Dele.

Juramentos

Resta ainda uma dúvida quanto ao Terceiro Mandamento: podemos jurar em nome de Deus, no caso de uma assunto sério? A resposta para isso é não, mas a proibição  não vem do Terceiro Mandamento em si, mas de um mandamento específico dado pelo próprio Jesus - Ele nos mandou nunca jurar mas somente falar sim ou não (ver Mateus, capítulo 5 versículos  33 a 37).



Conclusão

As razões para o Terceiro Mandamento são muito simples de entender, como também é relativamente simples cumprir o que é pedido de nós. Por isto mesmo é surpreendente perceber que esse é um dos mandamentos mais descumprido pelas pessoas. Na verdade, para cumprir o mandamento basta  ter disciplina para não falar o que não devemos, especialmente quando ficamos estressados e perdemos um pouco o auto-controle. Nesse particular, os cristãos têm muito que aprender com os judeus.



Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

LIÇÃO 05 - NÃO TOMARÁS O NOME DO SENHOR DEUS EM VÃO - 1º TRIMESTRE 2015 (IEAD/PE)

INTRODUÇÃO
Veremos nesta quinta lição, que a finalidade do terceiro mandamento é afirmar a santidade de Deus. Não
podemos profaná-lo e nem tratá-lo irreverentemente. Não se deve pensar em Deus ou em seus mistérios sem a devida
sobriedade e reverência. Estudaremos que na Bíblia, o nome está intimamente ligado à pessoa, indicando o seu próprio
caráter, ou ainda denotando a posição e função de quem traz o nome (Êx 23.21). O terceiro mandamento nos diz que
quando lembramos do nome de Deus, devemos preparar-nos para render-lhe culto porque as verdades que sabemos sobre
alguém são despertadas quando pronunciamos o seu nome.
I - NÃO TOMARÁS O NOME DO TEU DEUS EM VÃO
Este mandamento nos diz que é errado usar o nome de Deus em coisas vã. A palavra vão, significa: “algo
insignificante, vazio, oco, inútil, sem valor; ilusório, sem fundamento real, fútil, frívolo, falso, ignorante, ineficaz”
(FERREIRA, 2004, p. 2035). O nome de Deus só era pronunciado uma vez por ano, pelo sumo-sacerdote, ao abençoar o
povo no grande Dia da Expiação (Lv 23.27), e isso com extrema reverência e adoração. Os escribas por exemplo; quando
tinha que escrever o Nome de Deus em uma obra, eles paravam, lavavam-se, mudavam de veste e caneta, e somente
assim escrevia. Logo em seguida, eles depositava a caneta usada em um lugar onde nunca mais poderia ser usado por
ninguém para escrever outra palavra. Ainda hoje muitos judeus ortodoxos para não usar o nome de Deus em vão, nem
sequer dizem o nome Jeová ou Javé. Ao invés disso, eles usam a palavra Deus, ou Adonai.
1.1 “Não tomarás o nome do SENHOR teu Deus em vão [...]” (Êx 20.7). No judaísmo mais recente, esta proibição
envolvia qualquer uso impensado e irreverente do nome YHWH (pronuncia-se YHAVÉ). Em sua forma original, o
terceiro mandamento refe-se a jurar falsamente pelo nome do SENHOR (Lv 19.12). Este parece ser o verdadeiro sentido
do texto hebraico. A lei permitia abençoar e amaldiçoar em nome de YHWH (Dt 11.26), isso equivalia a proclamar Sua
vontade e Seu propósito para com várias classes de indivíduos. Jurar pelo Seu nome era, então, permitido, embora fosse
proibido por Cristo, séculos mais tarde (Mt 5.34). Na verdade, jurar pelo Seu nome (e não pelo de qualquer outro deus)
era um sinal de que tal pessoa era um adorador de Jeová (Jr 4.2), e por isso era algo digno de louvor (COLE, 1981, p.
151).
1.2 Toda lei carrega uma penalidade para aquele que a desobedece. Este mandamento traz consigo um aviso
específico. Sem dúvida isto é mencionado devido a tendência insolente do homem pensar a respeito deste pecado.
Observemos que o mandamento traz dentro de si uma severa advertência de Deus a respeito da desonra ao Seu nome: “…
o SENHOR não terá por inocente...” (Êx 20.7). Essa fala demonstra que Deus não aceita a falta de reverência diante de
Seu nome.
II - O TERCEIRO MANDAMENTO E A BANALIZAÇÃO DO NOME DE DEUS
Os nomes de Deus não são apenas uma indicação pessoal, mas são inerentes à sua natureza e revelam suas obras e
seus atributos... Quando a Bíblia faz menção do "nome de Deus", está revelando o poder, a grandeza e a glória do Deus
Todo-poderoso; além de mostrar seus atributos, o nome representa o próprio Deus (SOARES, 2014, p. 50). No AT o
castigo para o mau uso do nome de Deus era o apedrejamento (Lv 24.16). Uma punição severa: “... porque o Senhor
não terá por inocente...” (Êx 20.7-c). Está implícito, especificamente, que o próprio Deus será o vingador daqueles que
tomam o seu nome em vão. Percebemos que essa proibição estava ligada ao juramento falso, que era usar o nome de Deus
para atestar uma declaração mentirosa (Lv 19.12). Esse mandamento não exclui a recorrência ao nome do Senhor em
juramentos verdadeiros e solenes (2Sm 2.27; Jr 4.2; Nm 30.3; Js 7.17; Jo 9.24; 2Co 1.23). Este mandamento apresenta um
aviso necessário para não se mencionar o nome de Deus em vão, e ainda é tão necessário como na época em que foi
instituído. Tomamos o nome de Deus em vão quando:
 Por hipocrisia. É Quando se faz uma profissão do nome de Deus, mas não vive à altura de tal profissão. Aqueles
que mencionam o nome de Cristo, mas não se afastam da iniqüidade, como este nome os obriga a fazer, o
mencionam em vão. A sua adoração é vã (Mt 15.7-9), as suas oblações são vãs (Is 1.11,13) e a sua religião é vã,
(Tg 1.26).
 Pelo rompimento do concerto. É quando se faz promessas a Deus, e não cumprirmos os juramentos ao Senhor,
estamos tomando o seu nome em vão (Mt 5.33). Isto seria uma falta de sabedoria de nossa parte, e Deus não se
alegra de tolos (Ec 5.4), nem se deixa escarnecer, (Gl 6.7).
 Por juramentos precipitados. É quando se menciona o nome de Deus, ou qualquer dos seus atributos, na forma
de juramento, sem nenhuma ocasião apropriada para isto, nem a devida concentração da mente para isto, mas
como simples palavras, sem nenhum objetivo nem boa intenção.
 Por falsos juramentos. Pensam alguns teólogos que este é o objetivo principal do texto deste mandamento. Uma
parte do respeito religioso que os judeus eram ensinados a prestar ao seu Deus era jurar pelo seu nome (Dt 10.20).
Mas eles o ofenderiam, em vez de honrá-lo, se o chamassem para ser testemunha de uma mentira.
III – O TERCEIRO MANDAMENTO E A CULTURA
"Na cultura brasileira, as expressões ‘meu Deus’, ‘Deus me livre’, ‘se Deus quiser’, ‘Deus é testemunha’, ‘juro
por Deus’ tornam-se tão frequentes, e até populares, que todos acabaram se acostumando. O problema não está no uso
dessas palavras, mas na atitude do coração. Quando bem pensadas, tais expressões constituem uma oração, manifestam
nossa confiança no Senhor e testificam a sinceridade da nossa fé. Por outro lado, não resta dúvida de que o uso impensado
dessas frases não ajuda em nada; pelo contrário revela leviandade para com as coisas sagradas, e é isto o que está em
pauta no terceiro mandamento" (REIFLER, 2010, p. 20).
O terceiro Mandamento requer o uso santo e reverente do nome de Deus, de seus títulos, perfeições e atributos,
quer por palavras ou obras e até mesmo em conversa comum e, especialmente, no culto religioso. Também exige que se
deva andar segundo a santidade do Seu nome e invocá-lo sempre com ações de graça (Sl 111.9; Sl 89.7; Mq 4.5;. Rm
10.12;. Sl 103.1). Este mandamento proíbe também tomar o nome de Deus em vão utilizando de uma forma leviana em
juramentos profanos e maldições (Rm 3.13; Tg 3.9 - 10). Da mesma forma o perjúrio, ou seja, o jurar falsamente pelo Seu
nome, pois, embora um juramento possa sempre ser tomado legalmente com o nome de Deus, nunca se deve tomá-lo
falsamente (Dt 6.13; Hb 6.16; Zc 8.17). Assim também blasfemar contra o nome de Deus é uma violação deste preceito,
(Lv 24.14; Sl 74.10).
IV - O NOME DE DEUS E O NOME DE JESUS
Em várias ocasiões, Jesus refina os temas do AT e estende suas aplicações. Ao tratar dos juramentos no sermão
do monte, ele nos aconselha a não jurar. Devemos ser pessoas de tal integridade que um “sim” ou um “não” basta para
indicar nosso compromisso ou nossa recusa (Mt 5:33-37). Uma razão mais profunda para tal proibição pode ser vista no
fato de que Deus era a única realidade viva para a mentalidade israelita. É por isso que Seu nome era sempre envolvido
nos votos e juramentos, normalmente na fórmula “ tão certo como vive o Senhor” (2 Sm 2.27). Usar tal frase e depois
deixar de cumprir o voto era questionar a realidade da própria existência de Deus. A Bíblia não nos proíbe pronunciar o
nome de Deus. Ela nos encoraja a invocá-lo de coração e com temor: “Cantai a Deus, salmodiai O SEU NOME; exaltai
o que cavalga sobre as nuvens. SENHOR é o seu nome, exultai diante dele” (Sl 68.4). Aqui também se pode descobrir
o poder moral para a injunção feita aos cristãos, isto é, não tomar o nome de Cristo em vão.“E tudo quanto pedirdes EM
MEU NOME, isso farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho” (Jo 14.13). Com esse nome, fazemos ao Pai uma
petição e assinamos com o Nome daquele que tem autoridade nos céus e Terra, sabendo que o Pai não negará nada ao Seu
Filho primogênito. “E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-o EM NOME DO SENHOR JESUS,
dando por ele graças a Deus Pai” (Cl 3.17). Aqui somos colocados frente à responsabilidade que esse nome traz àqueles
que o carregam.
V - O NOME DE DEUS - UM NOME VENERÁVEL
"Uma vez que a frase hebraica também pode ser traduzida como: “não pronunciarás o nome do Senhor”, os
judeus do período pós-exílio interpretaram esse mandamento como uma proibição de até mesmo proferir o nome de Deus
“Javé”. Assim, até hoje, nunca se referem a Deus pelo nome, substituindo-o sempre por um termo alternativo, geralmente
“Adonai”, traduzido como Senhor em várias versões da Bíblia. No entanto, esse mandamento não visa proibir o uso do
nome de Deus, mas sim proteger a integridade desse nome" (ADEYEMO, 2010, p. 112).
Esse mandamento é para os indivíduos que fazem promessas falsas e procuram lhes dar credibilidade
invocando uma autoridade irrepreensível, entretecendo em discurso expressões como “diante de Deus” ou “em
nome de Deus”. Ninguém deve invocar o nome de Deus com o objetivo de enganar outra pessoa. Esta proibição
é apresentada de forma ainda mais explícita em Levítico 19.12: “Nem jurareis falso pelo meu nome, pois
profanaríeis o nome do vosso Deus” (ver ainda Dt 5.11; SI 139.20). Nos dias de hoje não é incomum ouvir
pessoas invocarem o nome de Deus ao fazerem promessas que não são capazes de cumprir ou, por vezes, nem
sequer pretendem tentar. Trata-se de uma profanação do nome de Deus, um nome que deve ser reverenciado.
Quem explora esse nome para seus propósitos egoístas não deve esperar ficar impune (ADEYEMO, 2010, p.
113).
CONCLUSÃO
Podemos concluir dizendo que o nome é muito mais que um rótulo que mostra a identidade de uma pessoa.
Vimos que o nome engloba todo o ser da pessoa, quem ela é, como ela é, seus atributos, particularidades, atitudes. Assim,
aprendemos que o terceiro mandamento está claramente nos mostrando que Deus deseja ser honrado por tudo que Ele é,
que Ele fez, que Ele representa, que Ele revelou e manifestou ao ser humano.

LIÇÃO 05 – NÃO TOMARÁS O NOME DO SENHOR EM VÃO - 1° TRIMESTRE 2015 (Luciano De Paula)

INTRODUÇÃO


Na sequencia do estudo dos Dez Mandamentos, iremos tratar nesta Aula sobre o Terceiro Mandamento, a saber: "Não tomarás o nome do SENHOR, teu Deus, em vão...” (Êx 20:7). Este mandamento inclui qualquer uso do nome de Deus de maneira leviana, blasfema ou insincera. Deve-se reverenciar o nome divino porque revela o caráter de Deus, a sua santidade. “Santo e tremendo é o Seu nome” (Sl 111:9).


Os dias em que vivemos são de maiúsculas irreverências a tudo que é moral, estimuladas pela imprensa, em suas diversas matizes. Nada é sagrado neste século: religião, sexo, fé, família, Deus, etc. Tudo pode ser zombado, satirizado e distorcido. Milhões se dirigem ao Todo-poderoso e santo Deus, que habita na luz inacessível, como se dirigissem a uma pessoa qualquer, ou a um ser imaginário sem valor nenhum. Tais zombadores devem saber que de Deus ninguém zomba (Gl 6:7). Aquilo que fazemos aqui determinará nosso destino amanhã. “... o SENHOR não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão” (Êx 20:7). Deus é amor, mas também é justiça e, por isso, no tempo certo, no tempo que lhe aprouver, providenciará o julgamento de todos os homens, a fim de que cada um responda pelos atos cometidos, atos estes decorrentes da liberdade com que aquinhoou cada ser humano.


I. O NOME DIVINO


1. O Nome. O nome de Deus revela o que Ele é. O nome de Deus não é apenas uma identificação pessoal, mas é inerente à Sua natureza e revela Suas obras e Seus atributos. Não é meramente uma distinção dos deuses das nações pagãs. Quando a Bíblia faz menção do "nome de Deus", está revelando o poder, a grandeza e a glória do Deus Todo-Poderoso.


Cada nome divino revela-nos como Deus deseja ser conhecido por nós. Falam-nos sobre quem Deus é e como ele age em relação ao homem. É por este motivo que Deus aparece com vários nomes nas páginas sagradas. Cada um desses nomes revela uma característica específica de Deus. Portanto, não podemos tratar os nomes de Deus como “varas de condão” que fazem as coisas acontecer. Esse tipo de raciocínio equivocado tem levado muitas pessoas a acreditar que o simples “pronunciar” de um nome divino “libera” alguma energia espiritual poderosa. Isso, porém, está fora da realidade. O nome divino tem real valor por causa do próprio Deus. O uso “mágico” do nome de Deus não funciona, como não funcionou no caso dos filhos de Ceva (At 19:14-16).


As Escrituras mostram que é Deus quem age, e não o homem que o controla por meio de fórmulas mágicas. Talvez a maior confusão na prática esteja no mau uso da frase “se pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei” (Jo 14:14). Só proferir o nome de Jesus não significa que tudo acontecerá automaticamente. Pedir alguma coisa “em nome de Jesus” significa pedir alguma coisa segundo a vontade de Deus (1Jo 5:14). Pedir em nome de Jesus é pedir o que Jesus pediria. Pedir em Seu nome é como “agir por procuração”: não é a minha vontade que será feita por meio de Jesus, mas sim a vontade dEle que se realizará por meio da minha oração.


2. Nomes específicos. Deus é descrito de maneira específica por diversos nomes hebraicos no Antigo Testamento. Entre eles merecem especial destaque os termos Elohim, Javé e Adonay.


- Elohim é o nome hebraico genérico para Deus. Seu significado etimológico é “força, poder”, e refere-se a Deus como Criador, como o ser transcendente e como o Deus que está acima de todos os outros. Uma curiosidade interessante sobre o nome Elohim é que se trata de um substantivo em forma plural no hebraico. O nome “Deus” em nossas Bíblias é tradução do hebraico El (Nm 23:8) ou Eloah (Dt 32:15), ou seu plural, Elohim (Gn 1:1). Já o nome El é usado para compor outros nomes divinos, como El-Shadday (Deus Todo-poderoso – Gn 17:1; Êx 6:3), e também para formar nomes hebraicos comuns como Daniel e Samuel.


- Adonay (Senhor) refere-se ao senhorio de Deus. O significado literal é Senhor, mas nunca é usado para se referir ao homem. Adonay destaca também a plena soberania de Deus.


- Javé. Este é o nome que mais define o próprio Deus. O termo hebraico seria YHWH. O significado de Javé é “Eu Sou” ou “Sempre estarei sendo”, ou como gostam os judeus “o Eterno”. A forma é uma abreviação do “EU SOU O QUE SOU”, dito por Deus a Moisés em Êxodo 3:13,14.


Os judeus deixaram de pronunciar o nome divino para evitar a vulgarização do nome e assim não violar o Terceiro Mandamento. A pronúncia perfeita se perdeu. As consoantes do tetragramaYHWH receberam as vogais de Adonay, o que veio a gerar o nome Yahweh, Javé ou Yehowah. Todavia, os estudiosos hoje concordam, principalmente com base nas antigas transliterações gregas, que o nome divino seria Yahweh, ou seja, Javé em português. A versão Almeida Corrigida, nas edições de 1995 e 2009, emprega “SENHOR”, com todas as letras maiúsculas, onde consta o tetragrama (YHWH) no Antigo Testamento hebraico para distinguir de Adonay (Jz 6:22).


II. TOMAR O NOME DE DEUS EM VÃO


1. O Terceiro Mandamento (Ex 20:7). “Não tomarás o nome do SENHOR, teu Deus, em vão; porque o SENHOR não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão”.


O nome de Deus é especial porque traz a sua identidade pessoal. Nas Escrituras Sagradas, o nome está intimamente ligado à pessoa, indicando o seu próprio caráter, ou ainda denotando a posição e função de quem traz o nome (Êx 23:21). O Terceiro Mandamento nos diz que quando nos lembramos do nome de Deus, devemos preparar-nos para render-lhe culto porque as verdades que sabemos sobre alguém são despertadas quando pronunciamos o seu nome.


A proibição de usar o nome de Deus “em vão” ocorre em função de o mesmo estar intimamente ligado ao caráter divino (Êx 3:15; Lv 22:32). Assim, por causa da natureza santa do nome do Senhor, o mesmo deve ser reverenciado, invocado, louvado e bendito (Mt 6:9). Tomar o nome do Senhor “em vão” inclui o fazer uma falsa promessa usando esse nome – “nem jurareis falso pelo meu nome, pois profanaríeis o nome do vosso Deus. Eu sou o SENHOR” (Lv 19:12).


Era comum o uso de palavras mágicas em encantamentos no mundo antigo. Um exemplo bíblico ocorre em Atos 19:13-16, onde lemos sobre a tentativa pecaminosa de invocar o nome do Senhor Jesus, por mágicos que usavam o nome do Salvador como uma forma de encantamento.


O nome de Deus deve ser honrado e respeitado por ser profundamente sagrado, e deve ser usado somente de maneira santa - “Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome” (Mt 6:9). Deus já é santo, então significa que somos santificados quando deixamos o Nome de Deus infundir em nossa natureza aquilo que Ele traz (santidade, cura, autoridade, provisão, etc).


2. Objetivo do Terceiro Mandamento. “A finalidade é por um freio na mentira, restringir os juramentos e assim evitar a profanação do nome divino (Lv 19:12). Ninguém deve usar o nome de Deus nas conversas triviais do dia a dia, pois isso é misturar o sagrado com o comum (Lv 10:10). O Senhor Jesus condenou duramente essas perversões farisaicas, práticas que precisavam ser corrigidas ou mesmo substituídas. Este mandamento foi restaurado sob a graça e adaptado a ela na nova dispensação, manifesto na linguagem do cristão: “sim, sim; não, não” (Mt 5:37) (LBM. p.38.CPAD).


3. O Valor do Terceiro Mandamento (1). No Antigo Testamento, o castigo para o mau uso do nome de Deus era o apedrejamento (Lv 24:16). Percebemos que essa proibição estava ligada ao juramento falso, que era usar o nome de Deus para atestar uma declaração mentirosa (Lv 19:12).


Esse mandamento não exclui a recorrência ao nome do Senhor em juramentos verdadeiros e solenes (2Sm 2:27; Nm 30:3; Jr 4:2; Js 7:19; 2Co 1:23). Podemos invocar o nome de Deus nas angústias. Também podemos invocar Seu nome clamando por socorro e salvação (Sl 50:15).


Hans Ulrich Reifler, em seu livro “A Ética dos Dez Mandamentos” (editora Vida Nova), diz a respeito do Terceiro Mandamento: “Muitas pessoas abusam do nome do Senhor inconscientemente. Na cultura brasileira, as expressões ‘meu Deus’, ‘Deus me livre’, ‘se Deus quiser’, ‘Deus é testemunha’, ‘juro por Deus’, tornam-se tão frequentes, e até populares, que todos acabaram se acostumando. O problema não está no uso dessas palavras, mas na atitude do coração. Quando bem pensadas, tais expressões constituem uma oração, manifestam nossa confiança no Senhor e testificam a sinceridade da nossa fé. Por outro lado, não resta dúvida de que o uso impensado dessas frases não ajuda em nada; pelo contrário, revela leviandade para com as coisas sagradas, e é isto o que está em pauta no Terceiro Mandamento”.


4. Formas “sutis” de tomar o Nome do Senhor em vão (2). Na Bíblia, a palavra “vão” significa “vazio”, “sem conteúdo”, “sem valor”, “não produtivo”. Pronunciar o nome de Deus em vão demonstra um desprezo para com o Deus Todo-Poderoso.


a) Com irreverência (Ef 5:3,4 - ARA) - “…palavras vãs ou chocarrices…”. São todas aquelas formas de falar, aquelas frases irreverentes que usamos que incluem o nome santo de Deus. Como é comum e inconsequente soltarmos um “meu Deus do céu”, “pelo amor de Deus”. Se queremos realmente dizer aquilo, então não tem problema. Mas se for apenas uma “força de expressão” ou comentário descuidado, aí é outra coisa.


b) Com hipocrisia (Is 48:1). São pessoas que se chamam pelo nome de Deus, mas não vivem sinceramente na presença de Deus. Professam e cantam publicamente, mas em casa não vivem a verdade que confessa. A pessoa que procura disfarçar uma vida pecaminosa, ao mesmo tempo em que professa o nome de Cristo, quebra o Terceiro Mandamento. Tais indivíduos são culpados diante de Deus (Êx 20:7) e só receberão misericórdia depois de se arrependerem.


c) Como uma falsa imagem. Usamos em “vão” o nome de Deus quando usamos Deus como espantalho na educação dos filhos, quando, por exemplo, ameaçamos dizendo: “Deus está te vendo! Deus vai te castigar!”.  Com esses abusos do nome de Deus, muitas pessoas foram feridas na sua infância.  A imagem curadora de Deus se transforma numa imagem ameaçadora, vingativa e muito exigente.


d) Como forma de manipular. Quando se usa o nome de Deus para manipular as massas.  Na igreja, o famoso “Deus me falou!”.


Jamais devemos usar o nome de Deus de maneira frívola ou mecanicamente. Os justos veneram o nome de Deus por ser santo e sagrado.


5. O lado positivo do Terceiro Mandamento. Para cada proposição negativa, existe um conceito positivo por trás. Quando um pai diz: “não fique na frente dos carros”, ele está dizendo: “não quero que se machuque. Quero você vivo e feliz!”.


A Bíblia não nos proíbe pronunciar o (s) nome (s) de Deus. Ela nos encoraja a invocá-lo de coração e com temor. Todavia, o nome de Jesus não deve ser pronunciado como uma palavra mágica, e nem somente como uma forma de terminar uma oração com estilo. Com esse nome, fazemos ao Pai uma petição e assinamos com o Nome daquele que tem autoridade nos céus e na Terra, sabendo que o Pai não negará nada ao Seu Filho amado.


João 14:13: “E tudo quanto pedirdes em meu nome, isso farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho”.


- Colossenses 3:17: “E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai”. Aqui somos colocados frente à responsabilidade que esse nome traz àqueles que o carregam. Quando você diz: “sou um cristão”, você está dizendo que é como Cristo.


- 2Timóteo 2:19: “Entretanto, o firme fundamento de Deus permanece, tendo este selo: O Senhor conhece os que lhe pertencem. E mais: Aparte-se da injustiça todo aquele que professa o nome do Senhor”.


- Salmos 68:4: “Cantai a Deus, salmodiai o seu nome; exaltai o que cavalga sobre as nuvens. SENHOR é o seu nome, exultai diante dele”.


6. Modalidades de juramentos. O cerne do Terceiro Mandamento é proibir o costume de juramento falso, pois o verdadeiro juramento se fazia mediante a invocação do nome de Deus (Lv 19:12). Era uma necessidade imperiosa que todos falassem a verdade, como o dever de cada um honrar o compromisso assumido com os homens e diante de Deus. É dever de todos cumprir os votos feitos a Deus; a lei é clara sobre essa responsabilidade (Nm 30:2; Dt 23:21). Mas as autoridades religiosas de Israel classificaram os juramentos em duas categorias: os que podiam ser descumpridos e os que não podiam. Há uma lista deles em Mateus 5:33-37; 23:16-22. O Senhor Jesus reprovou com veemência essa violação dos escribas e fariseus. A interpretação rabínica da época permitia violar o terceiro mandamento e fazer de conta que ele não havia sido violado (Esequias Soares).


III. O SENHOR JESUS PROIBIU O JURAMENTO?


Conforme Levítico 19:12, uma das aplicações do Terceiro Mandamento é o juramento: "... nem jurareis falso pelo meu nome, pois profanaríeis o nome do vosso Deus: Eu sou o Senhor". O versículo não proíbe o juramento em si, mas a falsidade nesse ato, caracterizada pelo uso irreverente do nome do Senhor para dar maior credibilidade a uma afirmação.


O juramento era uma exigência legítima do Antigo Testamento (Nm 30:3: Js 7:19). De fato, encontramos até exemplos condignos na Bíblia. O Senhor jurou que abençoaria Abraão (Gn 22:15-17; Hb 6:13) e estabeleceria o trono de Davi (2Sm 3:9). Veja outros exemplos em Lucas 1:73 e em Hebreus 3:11,18; 7:21. Em João 9:24, o homem cego de nascença é forçado a jurar, e ninguém o reprova. Além desses exemplos, encontramos formas como "tão certo como vive o Senhor" (1Sm 14.39, 44), "assim me faca Deus" (2Rs 6:31) ou "tomo a Deus por testemunha" (2Co 1:23).


Há também exemplos de juramentos falsos e levianos. A leviandade de Herodes custou a cabeça de João Batista (Mc 6:23). Em Mateus 23:16, Jesus adverte os fariseus: "Ai de vós, guias cegos! que dizeis: Quem jurar pelo santuário, isso é nada; mas se alguém jurar pelo ouro do santuário, fica obrigado pelo que jurou". Em Mateus 26:74, Pedro nega a Cristo, fazendo um juramento indigno.


Jesus não Se pronunciou contra o juramento em si, mas contra o ato imprudente, o voto leviano e supérfluo (Mt 5:33-37). Seu meio-irmão, Tiago, seguiu essa tradição ao escrever: "Acima de tudo, porém, meus irmãos, não jureis nem pelo céu, nem pela terra, nem por qualquer outro voto; antes seja o vosso sim, sim, e o vosso não, não, para não cairdes em juízo" (Tg 5:12)(3)Essa exigência divina se faz necessária por causa da inclinação humana à mentira. Era grande a falsidade no relacionamento entre familiares e amigos. Ninguém podia confiar em ninguém, já que a falta de sinceridade era a marca do povo. Não era uma questão de desvio ocasional, mas de estilo de vida (Jr 9:2-5). Uma sociedade não pode viver numa decadência dessa; a vida se torna insuportável!


CONCLUSÃO


Usar o nome de Deus de maneira fútil é tão comum hoje, em todos os países do mundo, que podemos falhar em perceber como isso é sério. O modo como usamos o nome de Deus transmite como realmente nos sentimos a respeito dEle. Devemos respeitá-lo e usá-lo apropriadamente, mencionando-o em louvor e adoração. O abuso ou a desonra do nome de Deus tem que ser visto com seriedade. Não se deve pensar em Deus sem a devida sobriedade e reverência.


Deus nos guarde!


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Luciano de Paula Lourenço - Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com