A PAZ DO SENHOR!

LIÇÃO 10 – NÃO FURTARÁS - 1° TRIMESTRE 2015 (Professor ALRS)

O Quê? DA LIÇÃO 10 - SOBRE O ROUBO - 1° TRIMESTRE 2015 (Professor ALRS)

SOBRE O ROUBO (Matthew Henry)

"O que é mal ganho nunca servirá bem".(Matthew Henry)

LIÇÃO 10 – NÃO FURTARÁS - 1° TRIMESTRE 2015 (IEAD/PE)

Igreja Evangélica Assembleia de Deus – Recife / PE
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Aílton José Alves
Av. Cruz Cabugá, 29 – Santo Amaro – CEP. 50040 – 000 Fone: 3084 1524
LIÇÃO 10 - NÃO FURTARÁS - 1º TRIMESTRE 2015
(Êx 20.15; 22.1-9)
INTRODUÇÃO
O oitavo mandamento do Decálogo “não furtarás” visa orientar o homem a tratar com respeito a propriedade
alheia. No caso de furto de algum bem material, a orientação divina como pena capital era a restituição. Nesta lição
trataremos de forma mais detalhada este mandamento; destacaremos alguns tipos de práticas que podem ser consideradas
como furto; quais as obras da carne que levam uma pessoa a infringir esse mandamento; e, por fim, pontuaremos que
aquele que serve a Deus deve ter compromisso com a honestidade diante de Deus e dos homens.
I – O OITAVO MANDAMENTO DO DECÁLOGO
“Não furtarás” é o oitavo mandamento do Decálogo (Êx 20.15). Esse mandamento proíbe o furto, isto é, tomar
para si algo que pertença a outrem. Assim, ele aprova o direito de propriedade. O homem pode possuir aquilo que é o
resultado justo de seu trabalho, ou um presente. “Furtar ou roubar são atos que provocam instabilidade social. Aquele que
furta demonstra desrespeito por outros ou inveja deles. Isso se aplica tanto aqueles que se apropriam diretamente dos bens
de alguém quanto aqueles que usam de artifícios para obter ou reter consigo bens pertencentes a outrem. Além de se
preocupar com as questões espirituais, a Bíblia nos instrui acerca da natureza dos relacionamentos interpessoais
saudáveis. Assim, vários textos bíblicos tratam de questões do cotidiano, como a relação entre os ricos e os pobres ou
entre os patrões e os funcionários. Muitas vezes, essas relações são negativas, pois uma parte procura se beneficiar usando
de métodos que podem prejudicar a outra” (ADEYEMO, 2010, p. 114).
1.1 A pena capital para o roubo. Em Êxodo 22 encontramos nas leis civis Deus orientando o povo de Israel através de
Moisés como seria a pena capital para aquele que havia furtado algo do seu próximo. O ladrão devia pagar cinco cabeças
de gado para cada boi roubado e abatido e quatro ovelhas para cada ovelha roubada e abatida (Êx 22.1). Se o animal fosse
encontrado com vida, o ladrão devia pagar em dobro, ou seja, dois bois ou duas ovelhas para cada boi ou ovelha roubada
(Êx 22.4). A multa servia para dissuadir o criminoso em potencial e também levava em consideração o fato de que os
danos causados por esse tipo de crime não se limitam ao valor da propriedade roubada, como no caso do sequestro onde o
sequestrador era punido com a morte (Êx 21.16; Dt 24.7).
II – O PRINCÍPIO DO RESPEITO À PROPRIEDADE ALHEIA
O oitavo mandamento do Decálogo está entre os que dizem respeito aos relacionamentos interpessoais. O
princípio nele contido - o respeito a propriedade alheia, é destacado tanto no AT quanto no NT como veremos a seguir:
2.1 Antigo Testamento. O mandamento que proíbe o furto faz parte da legislação mosaica (Êx 20.15; Dt 5.19). “O
Antigo Testamento inclui proibições referentes ao furto, ao dano às propriedades e ao mau uso das propriedades ou
objetos pertencentes ao próximo (Êx 21.33,34; 22.5,6; 22.4,7,9; 20.15; Gn. 31.31; II Sm 23.21)” (CHAMPLIN, 2006, vol
2, p. 836). Vejamos o que o AT diz sobre o furto: (a) o furto é uma abominação (Jr 7.9,10); (b) não pagar salários justos é
um furto (Lv 19.13); (c) os ímpios são inclinados ao furto (Sl 119.61); a cobiça promove o furto (Am 3.10); (d) aqueles
que consentem com o furto também tornam-se culpados (Jó 24.14; Ob 5); (e) geralmente quem furta também mata (Jr 7.9;
Os 4.2); (f) paira uma maldição sobre o ladrão (Os 4.2,3; Ml 3.5); e, (g) o furto provoca a ira de Deus (Ez 22.29,31). Eis
alguns exemplos de homens honestos: José (Gn 39.2-4); Samuel (I Sm 12.2-5); Daniel (Dn 6.1-4).
2.2 Novo Testamento. Jesus citou os mandamentos do Decálogo incluindo o oitavo: “não furtarás” (Mt 19.18;
Mc 10.19; Lc 18.20). Paulo ensinou que quem ama ao próximo jamais irá furtar, pois o amor é o cumprimento da Lei
(Rm 13.9). Em Efésios 4.29 “Paulo explicou que se uma pessoa que antes de ser convertido tinha o hábito de furtar, assim
que se tornasse um crente tinha que se livrar desse antigo estilo de vida e fazer uma mudança, voltando-se para o trabalho
honesto, a fim de ganhar a vida. Roubo e ócio andam juntos; dessa maneira, a instrução de Paulo não era somente para
parar de roubar, mas também para começar um trabalho honesto. Além disso, muitas vezes, os escravos tinham a
propensão de roubar a casa a que serviam; muitos escravos tornaram-se cristãos, e Paulo podia estar falando a eles. Todo
crente deveria trabalhar arduamente, fazer sua parte na comunidade, sustentar-se, e não esperar que ninguém o
mantivesse” (APLICAÇÃO PESSOAL, 2010, vol. 02, p. 340). Do ponto de vista bíblico não existe desculpa para
considerar a corrupção algo inevitável, e a justiça, um ideal inatingível. Honestidade e justiça são realidades que
precisamos defender e praticar, o apóstolo Pedro fala a cerca desta verdade (I Pe 2.12; 4.15). Por fim, o ensinamento
neotestamentário é contundente quando diz que aqueles que praticam furtos não entrarão no céu (I Co 6.10; Ap 21.27).
III - TIPOS DE FURTO
O mandamento de não furtar é amplíssimo, pois trata do respeito a propriedade alheia. A falta de honestidade nos
negócios e na vida social rompe os vínculos que mantém a comunidade unida e resultam em injustiça e caos por toda
parte. Abaixo destacaremos os vários tipos de infrações que se constituí numa violação deste mandamento:
TIPOS DE FURTO REFERÊNCIAS
Omissão no pagamento dos impostos Pv 16.8; Mc 12.17; Rm 13.7
Sequestro Êx 21.16; Dt 24.7; I Tm 1.10
Propina: suborno Êx 23.6; Dt 27.19; Ez 18.8; II Pe 2.15
Comprar e não pagar, ou contrair dívidas que não pode pagar é desonestidade Hc 2.6,7; Rm 1.31
Não pagar o salário do funcionário justamente Lv 19.13; Dt 24.15; Jr 22.13; Tg 5.4
Não devolver o que achou sabendo quem é o dono Lv 6.1-4
IV – OBRAS DA CARNE RELACIONADAS AO FURTO
À luz da Bíblia, o furto é um pecado motivado por algumas obras da carne, como veremos a seguir:
OBRAS DA CARNE REFERÊNCIAS
Cobiça Êx 20.17; Js 7.21
Inveja Mc 7.22; I Pe 2.1; I Tm 6.8
Preguiça Pv 13.4; 21.25; Ef 4.28
Mentira Pv 11.1; 20.23; 21.6; At 5.1-4
V – O CRISTÃO DEVE TER COMPROMISSO COM A HONESTIDADE
“A palavra honestidade vem do latim “honos” ou “honor”, que significa “honra, honroso, distinção”. A forma
adjetiva, honestus, significa “honroso, de boa reputação, glorioso, excelente, digno de ser honrado”. A palavra hebraica
mais comum, traduzida por “honra”, nas traduções, é “kabed”, que envolve o sentido básico de “pesado”, “rico”,
“honorável”. O Novo Testamento grego tem “kalos”, “bom”, mas que é traduzido por “honesto” em trechos como Lc
8.15; Rm 12.7; II Co 8.21; 13.7 e I Pd 2.12). Esse vocábulo grego significa “livre de defeitos, belo, nobre”. Aquele que é
honesto possui um bom e nobre caráter, isento dos defeitos que enfeiariam o seu caráter. Um homem honesto é aquele
que é justo, cândido, veraz, equitativo, digno de confiança, não fraudulento. Caracteriza-se pela franqueza, pelo respeito
ao próximo, pela sua veracidade” (CHAMPLIN, 2004, vol. 3, p. 159 – acréscimo nosso). Assim, a santidade deve se
manifestar nos relacionamentos humanos caracterizados por integridade, honestidade e amor, como veremos a seguir:
5.1 “Pois zelamos do que é honesto, não só diante do Senhor, mas também diante dos homens” (II Co 8.21). “O
trecho de Pv 3.4, ao qual bem provavelmente Paulo aludia aqui, reconhece a importância não somente da posse de um
caráter piedoso, mas também de termos boa reputação até mesmo entre os homens. É muito importante o que os homens
pensam a nosso respeito, porque aquilo que eles pensam a nosso respeito também pensarão sobre Cristo, posto que somos
os seus representantes na terra. Esse é 0 fato que Paulo reconhece no versículo que temos a frente. Comparemos isso com
o trecho de II Co 6.3, onde Paulo exorta que nenhum motivo de escândalo deem os crentes em qualquer coisa, a fim de
que 0 “ministério” cristão não seja vilipendiado. Essa exortação ele faz apresentando o seu próprio exemplo, a fim de que,
pelo menos em seu caso pessoal, o ministério pudesse manter boa reputação, visto que todas as atitudes por ele tomadas
condiziam com os excelentes princípios cristãos” (CHAMPLIN, 2002, vol. 4, p. 380). Honestidade total deve sempre ser
a marca do povo de Deus. Portanto, devemos nos esforçar para criar uma cultura de honestidade em nosso âmbito de
relacionamentos (I Tm 2.2; Tt 2.14).
CONCLUSÃO
O princípio do respeito ao que é do próximo está explícito tanto no Antigo quanto no Novo Testamento. Deus
espera daquele que lhe serve que evite o mal “não furtar” e pratique o bem “seja honesto”, cada um para com o seu
próximo, pois a verdadeira espiritualidade envolve todas as áreas da nossa vida.

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LIÇÃO 10 – NÃO FURTARÁS - 1° TRIMESTRE 2015 (Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa)

NÃO FURTARÁS
Texto Áureo Ef. 4.28 – Leitura Bíblica  Ex. 20.15; 22.1-9


Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
Twitter: @subsidioEBD

INTRODUÇÃO
Nesta aula estudaremos mais uma das dez palavras, trata-se de uma reflexão bíblico-teológica sobre o princípio da propriedade. Inicialmente, mostraremos a percepção bíblica do furto/roubo na Bíblia. Em seguida, nos voltaremos para os diferentes tipos de furtos/roubos na sociedade. Ao final, ressaltaremos a importância do trabalho, como forma legítima de sustento, além de dar glória a Deus.

1. O FURTO/ROUBO NA BÍBLIA
A palavra hebraica para “furtarás” é ganaf e significa, literalmente, “carregar algo, de forma sorrateira”. Tecnicamente furtar é se apoderar de algo que não pertence à pessoa. No contexto da sociedade judaica, esse verbo era usado para se referir ao arrombamento, assalto por meio de violência, pilhagem e sequestro, ou mesmo obtenção de recursos por meios indevidos. O verbo também tem a ver com peculato  - tomar fraudulosamente dinheiro ou bens de alguém; extorsão – receber dinheiro de alguém através de ameaça ou abuso de autoridade; e estelionato – obtenção de dinheiro ou recursos por meios ilegais. Como se pode perceber, ganaf tem um alcance bastante, de modo que abarca diferentes situações de furto e roubo na sociedade contemporânea. A partir de Lv. 19.9-13, é possível identificar também furtos na relação senhor e servo. Em termos aplicativos, existe o risco dos empregadores explorarem seus trabalhadores, retendo aquilo que lhes é de direito (Tg. 5.4). Por outro lado, os empregados não podem furtar seus empregadores. Antes devem trabalhar como ao Senhor, fazendo tudo para a glória de Deus (Cl. 3.20-23). O furto deve ser abandonado, ninguém deve agir com desonestidade, mesmo que essa prática seja considerada normal (Ef. 4.28). Os funcionários públicos que se envolveram em atos de corrupção devem seguir o exemplo de Zaqueu, e se arrependerem dos seus pecados (Lc. 19.8). 

2.   LADRÕES E LADRÕES
Acã é um exemplo bíblico de ladrão, quando o Senhor entregou Jericó nas mãos dos israelitas, Josué deu orientações para que ninguém se apropriasse do anátema (Js 6.16-19). Depois de seguir as instruções de Yahweh, o povo obteve êxito na empreitada, mas Acã resolveu desobedecer, e ficar com parte dos despojos da batalha (Js. 7.21). Talvez ele achasse que ninguém iria perceber, que o Deus de Israel não levaria isso em consideração. Mas os olhos do Senhor estão fitos nos atos pecaminosos dos homens. Ele viu o pecado de Acão, advertindo quanto às consequências para o povo (Js. 7.10-12). Existem ladrões e ladrões, todos são pecadores, e dignos do juízo divino. Contudo, há furtos/roubos que trazem maiores consequências à comunidade. Há quem pense que o desvio de determinadas quantias do erário público não causará grandes danos. A mídia alimenta essa crença, pois busca punição apenas para os ladrões que realizam pequenos furtos. Aqueles que roubam os mais pobres são acobertados, considerando que alguns têm foro privilegiado, e o controle dos meios de comunicação. Enquanto isso, milhares de pessoas estão nos corredores dos hospitais, tantas outras nas ruas sem emprego, e crianças sem uma educação pública de qualidade. Ao que tudo indica, o dinheiro é enviado para atender às demandas sociais, mas acabam sendo desviados, a fim de favorecer determinadas empresas, que elegem aqueles que deveriam representar o povo. A democracia é uma conquista cristã, objetivando o equilíbrio entre os poderes executivo, legislativo e judiciário. Mas para isso precisamos investir  em seu avanço, defendendo urgentemente uma ampla reforma política. As grandes corporações não podem manobrar os partidos políticos, a fim de obterem enriquecimento ilícito, em detrimento dos recursos que deveriam ser destinados aos mais pobres. As campanhas eleitorais precisam ser mais econômicas, com controle de financiamento público e privado. Faz-se necessário por fim à impunidade, principalmente nos casos dos crimes “de colarinho branco”.

3. A DIGNIDADE DO TRABALHO
Ao invés de furtar ou roubar, a palavra de Deus direciona o ser humano ao trabalho, ressaltando sua dignidade (I Ts. 4.10-12), qualquer prosperidade decorrente de práticas ilícitas não é benção de Deus. É vergonhoso ver supostos cristãos na mídia orando, agradecendo a Deus por uma propina recebida. Os cristãos também são responsáveis pelo bem estar cultural, social e ambiental. Desde o início Deus deu a Adão a responsabilidade lavrar e guardar o jardim do Éden (Gn. 2.15), antes mesmo da Queda. Esse princípio se aplica aos crentes dos dias atuais. A nós é dada a missão de guardar o habitat, o meio ambiente no qual nos encontramos. Não estamos isentos da atribuição de cuidar do jardim, contribuindo para o processo de redenção da natureza, que se dará plenamente por ocasião da volta de Cristo (Rm. 8.22-24). Precisamos nos opor à cobiça e ao materialismo que resulta em ansiedade, um dos males da contemporaneidade (Mt. 6.24-34). A orientação bíblica é a de demonstrar amor ao próximo, promovendo a generosidade (Mt. 22.37-40). Ninguém deve ser impulsionado à preguiça (Pv. 6.10,11), nem tão pouco fazer apologia à pobreza (Pv. 30.8,9). Não somos adeptos da teologia da prosperidade (ou da ganância), e muito menos da privação (miséria), mas da provisão necessária. Devemos trabalhar com honestidade, a fim de obter uma condição financeira suficiente para o bem estar pessoal, familiar e social (I Ts. 4.11,12), agradecendo a Deus pelo pão nosso de cada dia (Mt. 6.11), aprendendo a cultivar o contentamento (Fp. 4.12), e exercitando a generosidade (II Co. 9.6-15).  

CONCLUSÃO


Jesus foi crucificado entre dois ladrões, um a sua direita e outra à esquerda (Mt. 27.38). Não se enganem existem ladrões em todos os lados, não apenas aqueles apresentados pela mídia. Um dos ladrões reconheceu o Seu pecado, e teve tempo para se arrepender (Lc. 23.42). Por causa disso, o Senhor prometeu que esse estaria com Ele no paraíso (Lc. 23.42,43). Há esperança para aqueles que comentem o pecado do furto/roubo, como Zaqueu poderão se arrepender dos seus pecados, e encontrar salvação em Cristo (Lc. 19.10).  

LIÇÃO 10 – NÃO FURTARÁS - 1° TRIMESTRE 2015 (Ev. Luciano de Paula Lourenço)

INTRODUÇÃO Dando continuidade ao estudo do Decálogo estudaremos nesta Aula o Oitavo Mandamento: “Não furtarás“. Este mandamento apresenta nossa obrigação moral para com o próximo no tocante à propriedade; é uma proibição formal contra toda e qualquer forma de furto. Segundo Hans Ulrich Reifler, “não furtar” significa não possuir coisa alguma que não tenha sido obtida por meios lícitos e honestos. Ninguém nasce criminoso ou ladrão. Portanto, o problema principal da natureza do furto está nas atitudes corrompidas que levam a esta prática. Furtar não implica apenas na apropriação indevida de bens alheios, mas também na corrupção do coração do furtador. Por isso Jesus Cristo enfatizou que “do coração procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias” (Mt 15:19). I. O OITAVO MANDAMENTO O Oitavo Mandamento pressupõe o direito individual de adquirir e administrar propriedades, mas visa evitar a subtração oculta do alheio, contra a vontade de seu dono legítimo. Este Mandamento foi dado a Israel como preceito jurídico e religioso, mas no Novo Testamento o tema é espiritual, pois os ladrões e roubadores não herdarão o Reino de Deus (1Co 6:10). 1. Abrangência. Este mandamento abrange qualquer negócio com vantagem ilícita em detrimento de outrem. As três passagens principais da lei mosaica que tratam da apropriação indevida são: Êxodo 22:1-15, Levítico 19:35-37 e Deuteronômio 25:13-16. Mas o problema do furto é muito mais abrangente. O Antigo Testamento inclui várias modalidades de furto: o negócio frauduloso (Êx 22:9), o uso de duas medidas que talvez tenha sido a modalidade mais praticada (Lv 19:35-37; Dt 25:13-16; Am 8:5), o roubo de animais grandes e pequenos (Êx 22:1) e o arrombamento de casas (Êx 22:2). Veja outras modalidades de furto: uso de violência para adquirir bens alheios; fraude comercial; medidas comerciais indevidas; negligência e falta de diligência no trabalho; exploração de preços e impostos; adulteração de produtos, preços, medidas e regras comerciais; apropriação indevida de comissões e gorjetas; suborno; desvio de verbas públicas; ágio e qualquer forma de desonestidade pessoal, comercial ou governamental. O atraso propositado do pagamento do trabalhador bem como o uso de medidas viciadas era considerado como roubo (Lv 19:13; Dt 25:13-16). Diz o texto sagrado: “Não furtareis, nem mentireis, nem usareis de falsidade cada um com o seu próximo; Não oprimirás o teu próximo, nem o roubarás; a paga do jornaleiro não ficará contigo até à manhã” (Dt 19:11,13). Os exemplos históricos mais conhecidos em Israel são o roubo dos ídolos domésticos praticado por Raquel (Gn 31:19,30), a história trágica de Acã (Jz 7:1-26) e a corrupção generalizada nos dias do profeta Oséias (Os 4:1,2). 2. Objetivo do Oitavo Mandamento. O propósito do Oitavo Mandamento é a proteção e o respeito pelos bens alheios e pelo próximo. Ninguém tem o direito de subtrair o que não lhe pertence. Nem mesmo o Estado pode lançar mão da propriedade alheia. O rei Acabe se apoderou ilegitimamente do campo de Nabote e tal atitude deixou Deus irado, por isso mandou o profeta Elias ditar o destino desse monarca com sua esposa Jezabel (1Rs 21:17-19). 3. Contexto. O Oitavo Mandamento diz respeito a roubo de bens e, provavelmente, a sequestros. A ligação com o tráfico de pessoas se baseia na inferência de Êxodo 21:16: “E quemfurtar algum homem e o vender; ou for achado na mão, certamente morrerá“. Este preceito reaparece mais adiante, em Dt 24:7, que diz: “Quando se achar alguém que furtar um dentre os seus irmãos dos filhos de Israel, e com ele ganhar, e o vender, o tal ladrão morrerá, e tirarás o mal do meio de ti“. E o verbo hebraico gãnav(”roubar, furtar”), que aparece no Oitavo Mandamento “não furtarás”, é o mesmo usado nesses dois versículos. O pr. Esequias Soares escreveu: “Pessoas eram roubadas na antiguidade para serem vendidas como escravas, como aconteceu com José do Egito que foi vendido pelos próprios irmãos” (Gn 37:22-28). O próprio José disse: “De fato, fui roubado da terra dos hebreus” (Gn 40:35). Mas o preceito se refere também a furto de bens materiais. O direito de propriedade é confirmado, e condena-se qualquer tentativa de se conseguir algo de graça. O mandamento combate a filosofia do “o que é seu é meu; logo, vou tomar isso de você”. Segundo Victor P. Hamilton, o antídoto contra o roubo aparece nas palavras de Paulo para a igreja de Filipos: “O meu Deus, segundo as suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades” (Fp 4:19), mas tal promessa cobre apenas necessidades, não ganância. II. A VERSÃO INIBIDORA E CRÍTICA DO OITAVO MANDAMENTO (1) 1. No Antigo Testamento. Para evitar o furto e proteger o dono legítimo, a lei previa uma restituição que variava conforme o valor comercial do objeto ou animal roubado. Quem roubasse e matasse um boi precisava restituir seu valor cinco vezes; se fosse uma ovelha, deveria pagar quatro vezes (Êx 22:1). Se o animal fosse encontrado vivo, exigia-se apenas o dobro de seu valor, porque ele ainda era comerciável (Êx 22:4). A restituição por valores domésticos (roupas e joias) equivalia ao total do valor real (Êx 22:3). Se o criminoso não tivesse como pagar a restituição, ele deveria ser “vendido por seu furto” (Êx 22:3). Casos duvidosos eram levados aos juízes (Dt 22:8,9). Na sexta visão de Zacarias, consta que outra consequência do furto é a expulsão (Zc 5:1-4); infelizmente, não sabemos a que tipo de expulsão o profeta se referia, mas provavelmente era a expulsão da comunhão viva com Javé, que implicava na morte física. O furto de Acã foi qualificado por Javé como violação da aliança do Senhor (Js 7:15). O rei Salomão escreveu que “balança enganosa é abominação para o Senhor” (Pv 11:1); também chamou o roubo de pecado e o ladrão de companheiro da destruição (Pv 28:24). O profeta Jeremias também qualificou o furto como abominação (Jr 7:9,10). 2. No Novo Testamento. No encontro com o jovem rico, o Senhor Jesus faz valer a exigência moral do Oitavo Mandamento - “Jesus disse: Não matarás, não cometerás adultério, não furtarás, não dirás falso testemunho” (Mt 19:18). O apóstolo Paulo reafirma a versão inibidora deste mandamento para a igreja de Roma: “… não furtarás… (Rm 13:9c). Outro exemplo de versão inibidora do Oitavo Mandamento no Novo Testamento é a exortação paulina aos efésios: “Aquele que furtava, não furte mais” (Ef 4:28a). Em sua carta pessoal a Tito (Tt 2:10), Paulo reafirma que o furto é errado. O apóstolo Pedro se preocupava com os cristãos da Ásia para que não sofressem por causa da prática do furto - “Que nenhum de vós padeça como homicida, ou ladrão…” (1Pe 4:15). III. A VERSÃO POSITIVA E CONSTRUTIVA DO OITAVO MANDAMENTO (2) 1. No Antigo Testamento. O Antigo Testamento contém muitas referências bíblicas que mostram a equivalência positiva do Oitavo Mandamento. a) O respeito às propriedades alheias impede a cobiça descontrolada. Por isso a lei de Moisés diz que não se deve mudar os marcos fixados pelos antigos - “Não mudes os marcos do teu próximo, que os antigos fixaram na tua herança, na terra que o SENHOR, teu Deus, te dá para a possuíres”(Dt 19:14). b) A confiança no Senhor. O homem que confia no Senhor e está convicto da suficiência de Deus não se deixa iludir facilmente pela confiança materialista. Isso não significa que o homem que confia no Senhor não trabalha, não se responsabiliza ou não se esforça para obter o sustento adequado com suas próprias mãos, mas, sim, que sua atitude está cheia de fé na justa provisão de Deus, que de fato faz prosperar quem nEle confia (Pv 28:25). c) A honestidade comercial. Isto evita a apropriação ilegítima de coisas que não nos pertencem (majoração de preços acima do mercado, lucros excessivos, ágio e outras modalidades que prejudicam o consumidor). O peso integral e justo (Dt 25:15) evita o roubo. Comerciantes desonestos correm o risco de abreviar suas vidas, porque podem levar seus fregueses a reações incontroláveis. d) A honestidade do trabalhador. Isto também contribui para diminuir e evitar furtos e roubos. O trabalho honesto nos sustentará e nos fará felizes e realizados: “Do trabalho de tuas mãos comerás, feliz serás, e tudo te irá bem” (Sl 128:2). Por isso, os incentivos econômicos do governo devem fortalecer a produção, gerar empregos e evitar a especulação. Os empregados devem ser diligentes e dóceis, mostrando obediência a seus patrões. e) A justiça trabalhista. Salários humanos e justos não só reduzem a criminalidade urbana, mas também constituem um incentivo indispensável à produção e prosperidade de uma nação. O trabalhador satisfeito fará muito mais por sua empresa do que o funcionário oprimido. Os salários devem ser pagos em dia, no tempo certo (Dt 24:15a). O não cumprimento dessa medida é pecado (Dt 24:15b) e vai contra a justiça trabalhista. 2. No Novo Testamento. O Novo Testamento reafirma as versões positivas do Oitavo Mandamento que se encontram no Antigo Testamento. a) A confiança na providência do Senhor. Essa versão positiva é salientada em Mateus 6:33, Filipenses 4:19. Essa confiança não é passiva: ela se expressa na busca, petição, oração e fé em Cristo. b) Honestidade comercial. Em Tito 2:10, a honestidade comercial é qualificada como o contrário do furto e uma forma de ornar a doutrina de Deus - “não defraudando; antes, mostrando toda a boa lealdade, para que, em tudo, sejam ornamento da doutrina de Deus, nosso Salvador“. c) O trabalho honesto e assistência ao necessitado. O trabalho honesto como substituto positivo do furto é mencionado em Efésios 4:28: “Aquele que furtava, não furte mais: antes trabalhe, fazendo com as próprias mãos o que é bom, para que tenha com que acudir ao necessitado“. Parece que o apóstolo Paulo nos fornece aqui uma verdadeira terapia para recuperar um ladrão. Em vez de exigir sua expulsão ou morte, como no Antigo Testamento, Paulo lhe dá uma segunda chance: o trabalho honesto das próprias mãos para o autossustento e para acudir ao necessitado. O trabalho honesto e uma relação concreta com o necessitado formam, então, os dois pilares construtivos que vencem a tentação do furto. IV. O TRABALHO (3) Vinculado a Oitavo Mandamento está o trabalho como recurso para que cada um possa obter o sustento de sua família de maneira digna. É geralmente através do labor que se criam condições para adquirir terras, imóveis e móveis, e para movimentar uma conta bancária. “Aquele que furtava, não furte mais; antes trabalhe, fazendo com as próprias mãos o que é bom, para que tenha com que acudir ao necessitado” (Ef 4:28). Vamos então verificar como o Antigo e o Novo Testamentos encaram o trabalho. 1. No Antigo Testamento. No Antigo Testamento, o trabalho é um mandato da criação. “Tomou, pois, o Senhor Deus ao homem e o colocou no jardim do Éden para o cultivar e o guardar” (Gn 2:15). O homem recebeu a ordem de cultivar e guardar a terra. O cuidado e a proteção do meio-ambiente (a preocupação ecológica) fazem parte do mandato da criação. A exploração econômica (cultivar) e a proteção ecológica (guardar) formam dois pilares fundamentais do trabalho humano dentro dos princípios da criação. Note bem: o que foi maldito não é o trabalho em si, mas a terra. a) Todos devem trabalhar. ”Seis dias trabalharás, mas ao sétimo dia descansarás, quer na aradura quer na sega” (Êx 34:21). Geralmente, usa-se este versículo para provar que o homem precisa descansar um dia por semana. Mas isso também indica que o homem deve trabalhar durante seis dias. Israel interpretou tal passagem como uma diretriz para o trabalho: a negligência e a preguiça não eram bem vistas (Pv 6:6-8); quem não cuidava de seus familiares era isolado da comunidade. b) O trabalho traz satisfação. Embora o trabalho humano não esteja isento das consequências da queda (Gn 3:17-19), ele também traz satisfação: “Em todo trabalho há proveito (ou lucro)” (Pv 14:23a); e “pelo que vi não haver cousa melhor do que alegrar-se o homem nas suas obras, porque essa é a sua recompensa” (Ec 3:22). Pode-se questionar se esses versículos são aplicáveis numa situação de salários indignos e de opressão contra o trabalhador, mas, no período do Antigo Testamento, o principal trabalho era a lavoura ainda não mecanizada, e a justa distribuição das terras produtivas ajudou a diminuir as discrepâncias sociais em Israel. Tratava-se, portanto, de uma situação ideal. Mas isso não significa que, na intenção de Deus, o trabalho humano não deveria trazer satisfação. c) Todo trabalho honesto é louvável. O Antigo Testamento menciona o trabalho remunerado (1Rs 5:7-18), o trabalho artístico (Êx 36:1,2), a atividade agrícola (Êx 22:1ss.), o trabalho espiritual (sacerdotes, levitas, profetas e alunos de profetas) e o trabalho musical (1Cr 6:31-48; 15:16; 25:7). 2. No Novo Testamento. O Novo Testamento não anula, mas alarga os princípios mencionados no Antigo Testamento. a) Uma pessoa normal não pode viver na ociosidade. O trabalho é uma das demonstrações mais eloquentes da dignidade da pessoa humana. Quem, decididamente, se entrega ao ócio, e se deixa dominar pela preguiça, acaba doente. São estas pessoas as frequentadoras contumazes dos divãs dos psicanalistas, e dos consultórios dos psicólogos. Paulo foi enfático: “Se alguém não quer trabalhar, também não coma” (2Ts 3:10). Dura é esta advertência do apóstolo contra aqueles cristãos de Tessalônica que se julgavam vocacionados para uma tarefa mais sublime do que a de sustentar os próprios familiares. Em 2Ts 3:14, Paulo chega a desaconselhar contatos sociais com pessoas que não querem trabalhar. Portanto, uma pessoa normal não pode viver sem trabalhar, mesmo não precisando prover sua subsistência. É claro que muitos, embora desejando trabalhar, são impedidos, quer por incapacidade física, mental, ou social. Estes, em sendo necessário, devem ser ajudados pelo Serviço Social da Igreja, ou por algum “irmão”, em particular. b) Cuide dos familiares. ”Ora, se alguém não tem cuidado dos seus e especialmente dos de sua própria casa, tem negado a fé, e é pior do que o descrente” (1Tm 5.8). De acordo com este versículo, o cuidado pelos familiares prova a sinceridade da fé. Mas é preciso distinguir entre a cobiça e o sustento realmente necessário para a família. O cuidado pelos familiares é uma ordem divina, mas o desejo de possuir cada vez mais, que acaba negligenciando a comunhão viva no lar, é contraproducente e pode causar graves problemas emocionais e sociais. c) Faça o trabalho com sinceridade. Em Colossenses 3:22, vemos que Paulo deseja que os escravos obedeçam em tudo a seus senhores segundo a carne, não servindo apenas sob vigilância, visando tão-somente agradar homens, mas com singeleza de coração, temendo ao Senhor. Hoje em dia, é impossível exigir que um empregado preste obediência cega a seu patrão, pois nossa situação industrial é totalmente diferente daquela do primeiro século da era cristã. As circunstâncias mudam, mas o princípio da sinceridade no trabalho é uma virtude que faz uma empresa conquistar seu espaço comercial para o bem-estar do empregador e do empregado. d) Seja um empregador justo. Assim como o empregado tem suas responsabilidades específicas, o empregador é convidado a fazer sua parte a fim de que haja equidade e justiça para todos. Paulo orienta os chefes e os senhores: “… tratai aos servos com justiça e com equidade, certos de que também vós tendes Senhor no céu” (Cl 4:1). A posição de senhor obriga à justiça e equidade. O motivo para tal atitude é de caráter escatológico: eles também têm sobre si um Senhor que julgará seus atos no dia final. e) O trabalho secular e as tarefas espirituais são conciliáveis. Jesus era carpinteiro e, ao mesmo tempo, rabino e o Filho do Deus altíssimo. Paulo era fabricante de tendas e apóstolo dos gentios. Pedro era pescador e apóstolo dos judeus. Lídia era vendedora de púrpura e testemunha fiel de Cristo. Conclui-se, portanto, que o Novo Testamento não favorece uma dicotomia inconciliável entre o trabalho secular e as tarefas espirituais. O cristão não é motivado a trabalhar apenas por razões econômicas: em última análise, tudo o que o cristão faz ele o faz para o Senhor (Cl 3:23). Eis porque ele deve trabalhar com todo o coração. CONCLUSÃO “Não haverá paz numa sociedade se não houver proteção da propriedade. Isso inclui o compromisso de cada um na construção de uma sociedade justa e saudável. Deus concedeu a todos os seres humanos o direito de adquirir bens materiais, desde que essa aquisição seja de maneira honesta e envolva o trabalho” (Esequias Soares). ——- 
Luciano de Paula Lourenço - Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

LIÇÃO 09 – NÃO ADULTERARÁS - 1° TRIMESTRE 2015 (Professor ALRS)

O Quê? DA LIÇÃO 09 - MONOGAMIA X POLIGAMIA - 1° TRIMESTRE 2015 (Professor ALRS)

LIÇÃO 09 – NÃO ADULTERARÁS - 1° TRIMESTRE 2015 (Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa)

NÃO ADULTERARÁS
Texto Áureo Mt. 5.28 – Leitura Bíblica  Ex. 20.14; Dt. 22.22-30


Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
Twitter: @subsidioEBD

INTRODUÇÃO
Nesta aula estudaremos o sétimo mandamento, que trata a respeito do adultério. Esse é um assunto bastante apropriado, principalmente nos dias atuais, nos quais a sociedade decidiu endeusar o sexo. Inicialmente identificaremos as implicações de uma sociedade sexualizada, em seguida, mostraremos que o adultério continua sendo pecado, e ao final, daremos orientações cristãs que conduzam ao arrependimento, e a uma vida de santidade na vida sexual.

1. SOCIEDADE SEXUALIZADA
Deus criou o ser humano para o sexo, negar essa dádiva divina não é bíblico. Na verdade, antes mesmo da Queda, o Senhor orientou Adão e Eva para que “fossem fecundos” (Gn. 1.28). O livro bíblico de Cantares, geralmente alegorizado, reporta a beleza do sexo no casamento (Ct. 1.2-16). O ato sexual, no contexto geral das Escrituras, deve existir dentro do casamento (Pv. 5.15-19). Para o escritor da Epístola aos Hebreus, o matrimônio e o leito sem mácula devem ser considerados (Hb. 13.4). No casamento, o sexo é devido aos cônjuges, de modo que o marido e a mulher devem se entregar um ao outro, também evitando que o outro venha a pecar (I Co. 7.3).  Isso deve ser levando em conta porque o sexo é uma necessidade, e se realizado dentro do casamento é uma benção de Deus. Contudo, por causa da natureza pecaminosa, o ser humano tem uma propensão para desvirtuar os projetos de Deus. Assim, o sexo, que deveria ser para o prazer, e também procriação, acabou fugindo do seu objetivo. Por isso, Na Antiga Aliança, Deus proibiu o adultério, sendo este punido com a morte (Lv. 20.10). A intenção desse mandamento é proteger a família, evitando que os cônjuges se entregam à devassidão, comprometendo a felicidade no lar. A cultura da sexualidade, que se propaga na sociedade moderna, está destruindo muitos casamentos. A mídia explorada demasiadamente a sexualidade, transformando-a não em Eros, como destacou C. S. Lewis, mas em Vênus. A ênfase exagerada que é posta no sexo, o transformou em algo irresponsável, objetivando apenas o prazer. A psicologia materialista moderna nivelou os seres humanos a simples animais, que não buscam outro interesse na vida a não ser o prazer sexual..

2.  O PECADO DO ADULTÉRIO
Por causa da ênfase no sexo como um fim em se mesmo, o adultério está se alastrando na sociedade. O número de casamentos desfeitos por causa desse pecado tem aumentado consideravelmente. Nesses últimos tempos, com o advento das mídias sociais, a adultério está sendo semeado através da internet. Os recursos das redes sociais, caso sejam usados indevidamente, sem as devidas precauções conjugais, podem contribuir para o adultério. O acesso à pornografia também tem causado estragos em vários relacionamentos conjugais. Há cônjuges que estão viciados nessa prática, e por causa dela estão idealizando o ato sexual. A pornografia é perigosa porque vicia, e ao invés de levar a pessoa a querer sempre mais, como acontece com os outros tipos de vícios, faz com que queiram cada vez mais o diferente. Por causa disso, pessoas que se iniciaram na pornografia, vendo imagens que consideravam simples, findaram em experiências horrendas. É perigoso se deixar levar pela luxúria, por causa dela muitos perderam não apenas a vida, mas também a alma (Pv. 6.25,26). Há homens e mulheres que estão brincando com fogo, achando que uma aventura não fará mal ao casamento (Pv. 6.27). Muitos que decidiram apenas “se divertir por um pouco” acabaram em desgraça e vergonha (Pv. 6.33,33). Até mesmo o rei Davi, por deixar de vigiar nessa área, pecou contra o Senhor (II Sm. 11.2). Os homens devem ter cuidado com os olhos, pois é possível que através deles venha o adultério (II Pe. 2.14). Como Jó, devem fazer um concerto com eles, para não coloca-los em mulheres que possam desvirtuá-los da fé (Jó. 31.1). O investimento na sexualidade sadia, dentro do casamento, previne o pecado do adultério (Pv. 5.15-20). Não devemos esquecer que o casamento é um mistério, homem e mulher se tornam uma só carne no ato conjugal (Ef. 5.31,32). Aqueles que entregam seu corpo a outro, que não seja o seu cônjuge, estão profanando o templo do Senhor (I Co. 6.13,15).

3. NÃO ADULTERARÁS
O adultério está se tornando cada vez mais natural, em alguns contextos pós-modernos chega a ser motivado, como demonstração de uma suporta liberdade sexual. Antigamente a prática do adultério era criminalizada pelo código jurídico brasileiro. Para Jesus o adultério continua sendo pecado, ele ampliou seu alcance ao explicar que se alguém cobiçar uma mulher em seu coração cometeu adultério com ela (Mt. 5.27,28). Na medida em que deixam de atentar para as palavras do Senhor, as pessoas acabam se acostumando com a infidelidade conjugal. Existem até aquelas que justificam seu pecado, argumentando que “a carne é fraca”. É bíblico que a carne é fraca (Mt. 26.41), mas também que é preciso andar no Espírito (Gl. 5.16). Quanto mais investimos no Espírito, menos propensos nos tornamos ao controle da carne. Aqueles que estão envolvidos nesse tipo de pecado precisam se arrepender e buscar o perdão. Como Davi, devem reconhecer que estão distanciados de Deus e que pecaram contra o Senhor (II Sm. 12.13). A confissão do pecado de Davi se encontra no Sl. 51, nesse texto bíblico o monarca abre seu coração, e clama pelo perdão e misericórdia divina. A igreja de Corinto se encontrava em uma sociedade não muito deferente da que nos encontramos atualmente. Por causa disso, estava vulnerável à carnalidade. Paulo reconheceu que entre eles haviam muitos que vinham de experiências sexuais pecaminosas. Mas essas pessoas, depois que se arrependeram, e se voltaram para o Senhor, foram justificadas no nome do Senhor Jesus (I Co. 6.11).

CONCLUSÃO


Há esperança para aqueles que se entregaram ao pecado do adultério, certa mulher foi flagrada nesse tipo de transgressão. Os acusadores quiseram apedrejá-la, mas Jesus interviu em seu favor, perdoando os seus pecados. As palavras do Senhor, para aquela mulher adúltera, se aplicam àqueles que se arrependem: “nem eu tampouco de condeno, vá e não peques mais” (Jo. 8.10,11). Portanto, para alcançar a misericórdia do Senhor é preciso confessar o pecado e abandoná-lo (Pv. 28.13).

LIÇÃO 09 – NÃO ADULTERARÁS - 1° TRIMESTRE 2015 (Professor Luciano de Paula Lourenço)

INTRODUÇÃO
Dando continuidade ao estudo do trimestre trataremos nesta Aula do Sétimo Mandamento: “Não adulterarás“. É um mandamento que consiste em uma proibição absoluta, sem nenhuma concessão. Isto vigora tanto para o homem como para a mulher (Lv 20:10). A finalidade precípua é proteger o matrimônio, instituição sagrada instituída por Deus. É válido ressaltar que a sexualidade, dentro dos padrões morais exarados nas Escrituras Sagradas, é santa. Deus criou o homem como um ser sexuado - “macho e fêmea os criou” (Gn.1:27). Deste modo, a atração sexual, a atividade sexual não é algo pecaminoso nem estranho ao ser humano, mas, muito pelo contrário, é algo que decorre da própria natureza humana. O que Deus proíbe é o sexo ilícito, que tem sido um dos grandes problemas do ser humano ao longo da sua existência.
I. O SÉTIMO MANDAMENTO
1. Abrangência. O Sétimo Mandamento envolve sexo e casamento num contexto social contaminado pelo pecado. Em seu sentido mais amplo e específico ele condena qualquer imoralidade sexual, seja a formicação, a prostituição, o adultério, o incesto, o homossexualismo masculino, o lesbianismo ou a sodomia (Lv 20:10-21).
Hoje, no âmbito de uma sociedade, cujos padrões morais absolutos estão danificados, quebrar um voto matrimonial virou algo normal e comum; não há mais vergonha para quebra do Sétimo Mandamento. No passado, o peso da vergonha humilhava todos aqueles que quebravam os votos matrimoniais, mas em nossa sociedade este comportamento mudou. Temos visto pessoas admitirem publicamente, em entrevistas na televisão, os seus relacionamentos extraconjugais. É algo que parece moderno e sofisticado. Apenas os “ultrapassados” ainda creem em fidelidade. A pornografia envia uma mensagem nada sutil à nossa sociedade: enquanto tais relacionamentos forem prazerosos, tenha quantos quiser, com quem desejar, mas “não magoe ninguém”. A maior parte das cenas de sexo nos filmes não acontece entre pessoas casadas.
Um escritor de novelas afirmou que seu alvo é fazer as pessoas rirem de felicidade com adultério, homossexualismo e incesto pela televisão. “Se você levar as pessoas a rirem dessas coisas, perderão a resistência a esse tipo de prática”, afirmou. Uma pesquisa recente, feita nos Estados Unidos, mostrou que no universo de pessoas casadas metade teve um caso extraconjugal. Uma afronta direta ao sétimo mandamento, que diz: “não adulterarás”.
2. Objetivo. O objetivo precípuo do Sétimo Mandamento é a proteção e santificação do matrimônio instituído por Deus. Como bem diz o pr. Esequias Soares, “o mandamento ‘não adulterarás’ veio para proteger o lar e dessa forma estabelecer uma sociedade moral e espiritualmente sadia”. No plano de Deus, a família é uma ordem da criação; foi instituída antes da queda (Gn 1:26-31; 2:18-25) e colocada sob a benção divina (Gn 1:28).
3. Contexto. Segundo o pr. Esequias Soares, “a lei foi promulgada numa sociedade patriarcal que permitia a poligamia. Nesse contexto social, o adultério na lei de Moisés consistia no fato de um homem se deitar com uma mulher casada com outro homem, independentemente de ser ele casado ou solteiro. Os infratores da lei deviam ser mortos, tanto o homem quanto a mulher (Dt 22:22; Lv 20:10)”.
II. INFIDELIDADE
A infidelidade conjugal destrói casamentos e famílias, trazendo grandes prejuízos sociais, econômicos, emocionais e espirituais. O pior de tudo, afasta a pessoa de Deus. Segundo o sábio bíblico, “só mesmo quem quer arruinar-se é que pratica tal coisa” (Pv 6:32). Contudo, ainda que alguns tenham ciência das consequências devastadoras desse ato, pouco se faz com o objetivo de evitá-lo, e não são poucos os que “flertam com o inimigo ao lado”.
1. Adultério. O adultério é a relação sexual entre uma pessoa casada e quem não é seu cônjuge. É grave pecado, que era duramente apenado na lei de Moisés (Lv 20:10; Dt 22:22).
Aquele que pratica adultério quebra pelo menos cinco dos dez mandamentos. O primeiro diz: “não terás outros deuses diante de mim” - quem adultera está dizendo que existe um relacionamento mais importante do que o relacionamento com Deus. O segundo afirma: “não dirás falso testemunho contra o teu próximo” - além de quebrar os votos matrimoniais, o adúltero geralmente engana para encobrir o seu pecado. O terceiro determina: “não furtarás” - quando Davi pecou com Bate-Seba, o profeta Natã o acusou, principalmente, de roubar a mulher do próximo. O quarto mandamento declara: “não cobiçará”. - o adultério começa com a cobiça. O quinto mandamento afirma com bastante clareza: “não adulterarás”. Por isso, que o adultério é um pecado tão sério.
Atualmente, o mundo vê o adultério como algo normal, natural e até esperado no casamento (recente pesquisa feita no Brasil demonstrou que dois terços das pessoas esperam ser traídas por seu cônjuge e entendem ser isto natural e compreensível). Entretanto, o adultério é abominável aos olhos de Deus, tanto que seu alcance foi ampliado por Jesus no sermão do monte (Mt 5:27-30). Sua prática é considerada loucura pela Palavra de Deus (Pv 6:32-35).
Com certeza, não há prática que cause tantos males e denigra tanto o caráter de alguém senão o adultério, que, além de destruir a família, célula-máter da sociedade, dá péssimo exemplo aos filhos que, sem o exemplo dos pais, perdem o referencial do certo e do errado, sendo, a partir de então, alvos fáceis do inimigo de nossas almas. O adultério é a figura da infidelidade, da própria perdição na Bíblia, tamanho o mal que representa. A Palavra afirma que é o próprio Deus quem julgará os adúlteros (Hb 13:4).
2. Fornicação. A fornicação é a manutenção de relações sexuais, com consentimento mútuo, entre pessoas não casadas.  No Antigo Testamento, uma “moça virgem” que estivesse noiva e praticasse a fornicação seria morta por apedrejamento (Dt 22:24). Deus não tolerava essa prática entre pessoas que estavam já comprometidas ao casamento.
Ao contrário do que determina a Bíblia Sagrada, o mundo tem defendido e até incentivado que as pessoas, numa idade cada vez menor, venham a manter relações sexuais, deixando a virgindade, algo considerado ultrapassado e até ridicularizado pela mídia e, por extensão, na sociedade por ela influenciada. Entretanto, a Bíblia condena a fornicação do início ao final. A Palavra é bem clara ao afirmar que os fornicários não herdarão o reino de Deus (At 15:29; Ef 5:5; 1Tm 1:10; Hb 12:16; Ap 21:8).
As bases do casamento são lançadas no namoro e alicerçadas no noivado. Se essas bases forem lançadas sobre a desobediência a Deus, na prática da fornicação, estão correndo sério risco de não terem a bênção de Deus. Não adiantará uma cerimônia pomposa, com dezenas de testemunhas, vestido de noiva com véu e grinalda, com modelo personalizado, nem uma recepção no melhor clube da cidade. Ter a bênção de Deus no casamento é muito mais importante. Pense nisso!
3. Diferença entre adultério e fornicação, com relação à penalidade. Segundo Victor P. Hamilton, a punição do adultério, para ambos, era a morte (Dt 22:21,22). Para fornicação, não havia pena de morte. Em vez disso, o homem devia pagar uma multa de cinquenta ciclos ao pai da mulher (Dt 22:29). Por essa razão, o homem e a virgem desposada, se coabitarem, são apedrejados até a morte (Dt 22:24), exceto quando se tratar de estupro no campo. A explicação para esta diferença de penalidade é que as Escrituras atribuem maior seriedade e honra ao relacionamento matrimonial. O casal se torna, em verdade, uma só carne. E não se permite que nada abra uma brecha nessa união.
4. Sexo antes do casamento. A atividade sexual não é algo que deva ser desenvolvido sem qualquer critério ou a qualquer momento. Sexo antes do casamento nunca teve aprovação divina. Infelizmente, a erotização tem sido uma constante e tem atacado não mais os adolescentes, apenas, mas as próprias crianças (como estão a mostrar, cada vez mais, os desenhos animados ou a programação dos meios de comunicação voltada para o público infantil). Esta tem sido uma das maiores armas de Satanás nos nossos dias e as consequências têm sido nefastas, a ponto de a idade da primeira gravidez estar, no Brasil, por volta dos 10(dez) anos de idade. Somente no casamento se pode praticar o sexo, sendo totalmente contrária à Palavra de Deus qualquer outra conduta que não esta. É com tristeza, aliás, que vemos, cada vez mais, uma tolerância de muitos na igreja com relação a este princípio bíblico, permitindo-se o sexo antes do casamento entre “pessoas já comprometidas”, como se isto fosse possível.
5. Consequências da infidelidade conjugal. Algumas consequências, dentre muitas:
a) Perda da comunhão familiar. A infidelidade conjugal não passa de um instrumento diabólico para a destruição e desagregação da família. A Bíblia diz que o marido deve amar a sua esposa da mesma forma que Cristo ama a Igreja. Quando um cônjuge adultera causa terrível transtorno à sua família: Em primeiro lugar, atinge ao cônjuge; Em segundo lugar, aos demais membros da família, principalmente aos filhos, que ficam confusos e perplexos por saber que o pai ou a mãe foi infiel, traindo a confiança matrimonial e dos filhos. O adultério mina o edifício da família em sua base, que é a confiança do esposo na esposa, e dos filhos nos pais. Em quem confiar, se os líderes traem um ao outro? O resultado dessa quebra de confiança é a tristeza, a decepção e a revolta dos filhos. Muitos, não tendo estrutura espiritual e emocional, enveredam por caminhos perigosos, envolvendo-se com drogas, bebida e prostituição. Quem pratica a infidelidade conjugal está edificando sua casa sobre a areia (Mt 7:26).
b) Perda da comunhão com Deus. O adultério é pecado gravíssimo aos olhos de Deus, o Criador do casamento, do lar e da família. Ele divide a família, afasta o cônjuge da presença de Deus e impede as bênçãos divinas. O rei Davi mais do que ninguém sentiu na pele e na alma a tragédia desse pecado. Deus, o Senhor de toda a justiça, reprovou o ato de Davi (2Sm 11:27), perdoou-o por se arrepender profundamente do ato impensado e precipitado, mas não o livrou das inevitáveis e trágicas consequências. Muitas pessoas passam a vida inteira chorando por uma decisão errada feita apenas num instante. Pagam um alto preço por uma desobediência. Choram amargamente por tomar uma direção errada na vida. Cuidado com o pecado, pois ele pode levar você mais longe do que você quer ir.
c) Morte espiritual. O adultério leva à morte espiritual, às vezes até à morte física. O mais perigoso é a morte eterna, ou seja, o afastamento eterno de Deus; é a pior consequência da infidelidade conjugal. Alguns minutos de prazer ilícito podem levar um homem, ou uma mulher, para o inferno - “Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros… herdarão o Reino de Deus” (1Co 6:10).
III. VERSÃO POSITIVA DO SÉTIMO MANDAMENTO
Hans Ulrich Reifler, em seu livro “a ética dos Dez Mandamentos” desenvolve a versão positiva do Sétimo Mandamento nos seguintes aspectos:
1. A pureza.  A pureza sexual envolve ações, palavras e pensamentos. O salmista responde à pergunta “de que maneira poderá o jovem guardar puro o seu caminho?” (Sl 119:9) com as palavras: “Guardo no coração as tuas palavras para não pecar contra ti” (Sl 119:11). E Jesus Cristo ensinou que os limpos de coração são bem-aventurados porque verão a Deus (Mt 5:8)
O que contamina as ações é aquilo que está dentro do coração: “… do coração procedem maus desígnios” (Mt 15:19). Tiago diz que nossas tentações têm origem na própria cobiça, que atrai e seduz o homem. A cobiça, por sua vez, dá à luz o pecado, e o pecado gera a morte (Tg 3:14,15). A impureza sexual começa nos pensamentos, evolui nas palavras e culmina em ações erradas (pecado), que geram a morte. Para reverter este ciclo, é preciso vigiar para manter puros os pensamentos.
2. A bênção do Matrimônio. O sexo praticado dentro do casamento monogâmico é o modo de satisfazer aquilo que seria concupiscência e levaria à promiscuidade se fosse perpetrado fora do casamento. Em 1Coríntios 7:2, o apóstolo Paulo ensinou: “… por causa da impureza, cada um tenha a sua própria esposa e cada uma o seu próprio marido“. Além dessa recomendação preventiva, Paulo diz também o seguinte: “Caso, porém, não se dominem, que se casem; porque é melhor casar do que viver abrasado” (1Co 7:9). Finalmente, ele recomenda aos casais: “Não vos priveis um ao outro, salvo talvez por mútuo consentimento, por algum tempo, para vos dedicardes à oração e novamente vos ajuntardes, para que Satanás não vos tente por causa da incontinência” (1Co 7:5). Nessas três referências, vemos que o funcionamento prático do matrimônio é a prevenção contra a impureza sexual.
O matrimônio é uma união permanente que só pode ser anulada pela morte de um dos cônjuges (Rm 7:1ss.; 1Co 7:39; 1Tm 5:14). “Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem” (Mt 19:6). É evidente que o caráter perpétuo do casamento exclui qualquer forma de divórcio, que Jesus qualifica como pecado (Mt 19:3-12) e que nunca corresponde à vontade divina para o homem (Mt 19:8). O plano de Deus é sábio e perfeito. Quando o casamento foi instituído, não havia espaço para a separação. O divórcio foi criado pelo homem por causa da dureza de seu coração, e não por causa de Deus.
3. O casamento é uma união de cama e mesa. O casamento não é uma união teórica ou platônica. Um casamento sem relações sexuais é como um carro sem lubrificante nem combustível: não vai muito longe, não vai para lugar nenhum. A função do sexo no casamento é unificar dois seres de sexos opostos. A Bíblia sustenta esta dimensão conjugal com a frase: “Os dois se tornarão uma só carne” (Gn 2:24; Mt 19:5,12; 1Co 6:16; Ef 5:31). Se sob qualquer pretexto, a relação sexual nunca chega a ser concretizada num casamento, este pode ser anulado perante a lei, porque as relações sexuais estão implícitas num casamento verdadeiro.
IV. ALGUNS PRINCÍPIOS DA SEXUALIDADE CRISTÃ APROVADA POR DEUS
1. Benevolência. O marido deve satisfazer sexualmente a mulher, e a mulher satisfazer sexualmente o marido. A mulher não é objeto de satisfação sexual do homem, como também o homem não o é da mulher. Tem de haver satisfação mútua. O marido deve pagar à mulher a devida benevolência, e a mulher ao marido (1Co 7:3). Os ingredientes indispensáveis para a benevolência são: diálogo, honestidade, compreensão e carinho. 2. Submissão. Paulo escreveu em 1Coríntios 7:4 que nenhum dos cônjuges tem poder sobre o seu próprio corpo. Deus colocou limites para frear a brutalidade do homem. Se não fosse isso, o homem trataria a mulher de maneira violenta como sua propriedade. Quem tem a primazia na intimidade é a mulher, e não o homem.
3. Concordância. Paulo disse: “Não vos defraudeis um ao outro senão por consentimento mútuo, por algum tempo, para vos aplicardes à oração” (1Co 7:5). A prática sexual é ativa e deve ser feita no tempo e na medida certa. O sexo é o termômetro do relacionamento conjugal.
Sem o prazer do sexo, sem a união física, o casamento se torna platônico estéril e ilusório. A verdadeira alegria vem somente com a união verdadeira, e a união verdadeira só existe onde há um relacionamento único e permanente entre um homem e uma mulher, que se unem pelos laços do amor.
CONCLUSÃO
O homem e a mulher deve levar em consideração a seguinte exortação em 1Co 6:18-20: “Fugi da prostituição. Todo pecado que o homem comete é fora do corpo, mas o que se prostitui peca contra o seu próprio corpo. Ou não sabeis que o nosso corpo é templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus e que não sois de vos mesmos? Porque fostes comprados por bom preço; glorificai pois a Deus no nosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus“. Portanto, a infidelidade conjugal, geralmente tornada em adultério, é considerada o maior pecado contra o corpo. Isto porque o corpo é “templo do Espírito Santo”. Havendo o verdadeiro amor, não haverá frieza sexual; haverá interesse, atração de um pelo outro; haverá prazer no ato sexual. É necessário, pois evitar a infidelidade sob qualquer forma ou pretexto. Pense nisso!
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Luciano de Paula Lourenço - Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

LIÇÃO 09 – NÃO ADULTERARÁS - 1° TRIMESTRE 2015 (Pr. Altair germano)

A infidelidade conjugal (adultério), do hebraicona’aph é uma das práticas condenadas nos Dez Mandamentos: “Não adulterarás” (Êx 20.14).
No livro de Provérbios encontramos sérias advertências em relação à mulher adúltera. Seus lábios são doces como o mel e as suas palavras suaves como o azeite, mas o envolvimento com ela termina em amargor e morte (Pv 5.1-5). A insensatez norteia os seus passos (Pv 5.6). Aproximar-se dela pode comprometer a honra e trazer grande sofrimento, e isso devido ao abandono do ensino e da prudência (Pv 5.7-14). O envolvimento com uma mulher adúltera é comparado com a cegueira de entendimento e sentimentos. A paixão cega o indivíduo (Pv 5.20).
Um caso clássico de infidelidade conjugal no Antigo Testamento é o de Davi e Bate-Seba:
E enviou Davi e perguntou por aquela mulher; e disseram: Porventura, não é esta Bate-Seba, filha de Eliã e mulher de Urias, o heteu? Então, enviou Davi mensageiros e a mandou trazer; e, entrando ela a ele, se deitou com ela (e já ela se tinha purificado da sua imundície); então, voltou ela para sua casa. (2 Sm 11.3-4)
As consequências deste episódio foram trágicas, pois culminou na trama da morte do marido de Bate-Seba, Uriaz (2 Sm 11.14-17). Davi pagou um alto preço por isso (2 Sm 12.14-19). Apesar do grande erro cometido, ao assumir seu pecado e demonstrar sincero arrependimento, a graça e a misericórdia de Deus se manifestaram em forma de perdão absoluto (2 Sm 12.13), isentando Davi das consequências legais de sua inflação:
Também o homem que adulterar com a mulher de outro, havendo adulterado com a mulher do seu próximo, certamente morrerá o adúltero e a adúltera. (Lv 20.10)
Em soberania e graça Deus concedeu o seu perdão a Davi. Quem pode contestá-lo? Quem é o legalista que confrontará o Senhor por ministrar em graça o seu perdão?
No Novo Testamento o tema infidelidade conjugal (adultério) é tratado por Jesus:
Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério. Eu porém, vos digo que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar já em seu coração cometeu adultério com ela. (Mt 5.27-28)
O termo grego para “adultério” é moicheúseis, e para “cobiçar” epithumesai, que no contexto implica em ansiar, desejar possuir. Jesus foi para além da letra da Lei e dos comportamentos aparentes, enfatizando o “espírito” da Lei e as intenções do coração (homem interior). Conforme A. T. Robertson:
Jesus situa o adultério nos olhos e no coração antes do ato externo. Wunsche (Beitrage) cita duas declarações rabínicas pertinentes ao tema traduzidas por Bruce: “Os olhos e o coração são dois corretores do pecado”. (Comentário Mateus & Marcos: à luz do Novo Testamento Grego. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p. 73)
Dessa forma, mais uma vez os legalistas sofreram um duro golpe, pois com certeza, muitos dos que condenavam e apontavam os pecados alheios “concretizados” se viram incluídos no rol de adúlteros.
Outro episódio bastante conhecido no Novo Testamento é o da mulher pega em fragrante adultério:
E os escribas e fariseus trouxeram-lhe uma mulher apanhada em adultério. E, pondo-a no meio, disseram-lhe: Mestre, esta mulher foi apanhada, no próprio ato, adulterando, e, na lei, nos mandou Moisés que as tais sejam apedrejadas. Tu, pois, que dizes? Isso diziam eles, tentando-o, para que tivessem de que o acusar. Mas Jesus, inclinando-se, escrevia com o dedo na terra. E, como insistissem, perguntando-lhe, endireitou-se e disse-lhes: Aquele que dentre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela. E, tornando a inclinar-se, escrevia na terra. Quando ouviram isso, saíram um a um, a começar pelos mais velhos até aos últimos; ficaram só Jesus e a mulher, que estava no meio. E, endireitando-se Jesus e não vendo ninguém mais do que a mulher, disse-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou? E ela disse: Ninguém, Senhor. E disse-lhe Jesus: Nem eu também te condeno; vai-te e não peques mais. (Jo 8.3-11)
Mais uma vez a graça é manifesta em forma de atenção, compaixão, perdão e responsabilização. Sim, a graça perdoa, mas responsabiliza: “Vai-te em paz e não peques mais“.
Na atualidade, com o advento da internet, os casos de adultério ganharam uma versão on-line, ou seja, aumenta o envolvimento emocional em redes sociais, manifesto em trocas de conversas íntimas, imagens e vídeos com conteúdo sensual e sexual fora do casamento.
São muitas as causas que podem levar alguém ao adultério. Nenhuma delas se justifica. O perdão da parte ofendida é uma excelente alternativa no processo de reconstrução de uma aliança quebrada. O divórcio deve ser sempre a última ação a ser buscada.
O adultério provoca bastante dano para a vida do casal, podendo destruir definitivamente o casamento. O escândalo que tal ato provoca é geralmente muito vergonhoso para as partes envolvidas, e muito constrangedor para a comunidade cristã.
Fugir de tal conduta continua sendo a decisão mais sensata para o cristão. Citar o exemplo de José nunca é demais (Gn 39.7-9).
SEXO ANTES DO CASAMENTO
Participei de uma palestra para adolescentes, e fiquei surpreendido com o volume de perguntas enviadas sobre a prática sexual antes do casamento. Trago aqui algumas considerações sobre o assunto.
SOBRE O TERMO GREGO PORNEÍA
Em primeiro lugar, é importante considerar o significado do termo grego porneía. O termo foi traduzido por “fornicação” na seguinte passagem da Almeida Revista e Corrigida:
Que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos, e do sangue, e da carne sufocada, e da fornicação; destas coisas fareis bem se vos guardardes. Bem vos vá. (At 15.29)
A mesma passagem na Almeida Revista e Atualizada ficou assim:
que vos abstenhais das coisas sacrificadas a ídolos, bem como do sangue, da carne de animais sufocados e das relações sexuais ilícitas; destas coisas fareis bem se vos guardardes. Saúde.
Conforme Louw e Nida, o termo porneía significa “imoralidade sexual de qualquer tipo”, e faz alusão às passagens bíblicas que seguem[1]:
Fugi da impureza. Qualquer outro pecado que uma pessoa cometer é fora do corpo; mas aquele que pratica a imoralidade peca contra o próprio corpo. (1 Co 6.18, ARA)
Fugi da prostituição. Todo pecado que o homem comete é fora do corpo; mas o que se prostitui peca contra o seu próprio corpo. (1 Co 6.18, ARC) Pois esta é a vontade de Deus: a vossa santificação, que vos abstenhais da prostituição; (1 Ts 4.3, ARA e ARC)
como Sodoma, e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se entregado à prostituição como aqueles, seguindo após outra carne, são postas para exemplo do fogo eterno, sofrendo punição. (Jd 7, ARA)
assim como Sodoma, e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se corrompido como aqueles e ido após outra carne, foram postas por exemplo, sofrendo a pena do fogo eterno. (Jd 7, ARC)
Haubeck e Siebenthal definem porneía como: “indecência, relação sexual ilícita de todo tipo, prostituição, ato de contrair matrimônios proibidos.”[2]
Taylor traduz porneía como “fornicação, co-habitação, adultério,[3] e Barclay afirma que a palavra é usada geralmente para as relações e relacionamentos sexuais ilícitos e imorais.[4]
Encontramos no final do Novo Testamento a seguinte advertência:
Quanto, porém, aos covardes, aos incrédulos, aos abomináveis, aos assassinos, aos impuros (pórnois), aos feiticeiros, aos idólatras e a todos os mentirosos, a parte que lhes cabe será no lago que arde com fogo e enxofre, a saber, a segunda morte. (Ap 21.8, ARA)
Mas, quanto aos tímidos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos fornicadores (pórnois), e aos feiticeiros, e aos idólatras e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre, o que é a segunda morte. (Ap 21.8, ARC)
SOBRE A LEGITIMAÇÃO DO SEXO ATRAVÉS DO CASAMENTO
Paulo, ao alertar a igreja de Corinto sobre o perigo da impureza (porneías), orienta a prática sexual dentro casamento:
Quanto ao que me escrevestes, é bom que o homem não toque em mulher; mas, por causa da impureza, cada um tenha a sua própria esposa, e cada uma, o seu próprio marido. (1 Co 7.1-2, ARA)
Ora, quanto às coisas que me escrevestes, bom seria que o homem não tocasse em mulher; mas, por causa da prostituição, cada um tenha a sua própria mulher, e cada uma tenha o seu próprio marido. (1 Co 7.1-2, ARC)
A vida sexual no mundo grego-romano dos tempos bíblicos era um caos sem lei. Na Grécia, não havia nenhum sentimento de vergonha nas relações sexuais antes do casamento ou fora dele. Paulo coloca-se contra essa imoralidade sexual, e chega a espantar-se com o fato de que os coríntios não estão envergonhados diante do caso do homem que está mantendo relações sexuais com a esposa de seu pai (1 Co 5.1).[5]
Deus foi o realizador do primeiro casamento (Gn 2.18-25). Estando o casamento não sujeito a um padrão cerimonial bíblico, entende-se que Deus o concebe conforme o tempo, cultura, costume e padrões locais normativos da sociedade, desde que tais padrões não infrinjam alguns princípios estabelecidos na Bíblia Sagrada, dentre os quais, a heterossexualidade e a fidelidade conjugal (Gn 1.27, 2.22-25; Ex 20.14, 17; 1Tm 3.2;). O casamento envolve compromisso público e formal, e a observação das leis locais.
É dessa maneira que o sexo antes do casamento se enquadra na categoria de imoralidade sexual, e na condição de imoralidade sexual, os seus praticantes são reprovados nas Escrituras (Ef 5.5; 1 Tm 1.10; Hb 12.16; Ap 21.8). Destacamos aqui o texto bíblico abaixo:
Fugi da impureza (porneían). Qualquer outro pecado que uma pessoa cometer é fora do corpo; mas aquele que pratica a imoralidade (porneíon) peca contra o próprio corpo. (1 Co 6.18, ARA)
Fugi da prostituição (porneían). Todo pecado que o homem comete é fora do corpo; mas o que se prostitui (porneíon) peca contra o seu próprio corpo. (1 Co 6.18, ARC)
Comentando o referido texto, McDoweel nos escreve:
Quando um jovem se envolve com sexo pré-nupcial, ocorre muitas vezes uma profunda perda de respeito, não somente pelo próprio corpo, mas também pelo do companheiro. E quando esse respeito deixa de existir, fica muito mais fácil para uma pessoa tornar-se promíscua.[6]
Escrevendo aos solteiros e viúvos que tinham que lidar com o “abrasamento” (gr. pyrousthai, arder em desejo sexual, ser consumido pela paixão), Paulo não recomenda a prática do sexo antes do casamento para atenuar ou saciar  tal condição, antes, diz:
E aos solteiros e viúvos digo que lhes seria bom se permanecessem no estado em que também eu vivo. Caso, porém, não se dominem, que se casem; porque é melhor casar do que viver abrasado. (1 Co 7.8-9, ARA)
Digo, porém, aos solteiros e às viúvas, que lhes é bom se ficarem como eu. Mas, se não podem conter-se, casem-se. Porque é melhor casar do que abrasar-se. (1 Co 7.8-9, ARC)
O jovem cristão que já se envolveu em carícias íntimas no namoro, ou que já chegou ao ponto da prática sexual antes do casamento, sabe o quanto isso comprometeu sua vida espiritual, emocional e social. A quebra de princípios bíblicos sempre resulta em diversos males para o transgressor.
SOBRE O VALOR DA VIRGINDADE (CASTIDADE) NA BÍBLIA
Há várias passagens bíblicas que destacam o valor da virgindade, do se manter “puro” antes do casamento. Vejamos algumas:
Viúva, ou repudiada, ou desonrada, ou prostituta, estas não tomará (o sumo sacerdote), mas virgem do seu povo tomará por mulher. (Lv 21.14, ARA)
Se um homem casar com uma mulher, e, depois de coabitar com ela, a aborrecer, e lhe atribuir atos vergonhosos, e contra ela divulgar má fama, dizendo: Casei com esta mulher e me cheguei a ela, porém não a achei virgem, então, o pai da moça e sua mãe tomarão as provas da virgindade da moça e as levarão aos anciãos da cidade, à porta. O pai da moça dirá aos anciãos: Dei minha filha por mulher a este homem; porém ele a aborreceu; e eis que lhe atribuiu atos vergonhosos, dizendo: Não achei virgema tua filha; todavia, eis aqui as provas da virgindade de minha filha. E estenderão a roupa dela diante dos anciãos da cidade, os quais tomarão o homem, e o açoitarão, e o condenarão a cem siclos de prata, e o darão ao pai da moça, porquanto divulgou má fama sobre uma virgem de Israel. Ela ficará sendo sua mulher, e ele não poderá mandá-la embora durante a sua vida. (Dt 22.13-19, ARA)
Jerusalém é chamada de virgem:
Que poderei dizer-te? A quem te compararei, ó filha de Jerusalém? A quem te assemelharei, para te consolar a ti, ó virgem filha de Sião? Porque grande como o mar é a tua calamidade; quem te acudirá? (Lm 2.13)
A Igreja é comparada a uma virgem:
Porque zelo por vós com zelo de Deus; visto que vos tenho preparado para vos apresentar como virgem pura a um só esposo, que é Cristo. (2 Co 11.2)
Observamos então, que apesar de não encontrarmos um texto que literalmente diga: “o sexo antes do casamento é pecado”, é possível compreender através da Bíblia que o sexo antes do casamento é reprovado, considerado impureza sexual, e por isso, passivo de repreensão e das consequências negativas aqui descritas.
Acaso, não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por preço. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo. (1 Co 6.19-20)
 Blog do Pr. Altair Germano