INTRODUÇÃO
A partir desta Aula estudaremos o Decálogo. Iniciaremos com o Primeiro Mandamento: "Não terás outros deuses diante de mim" (Éx 20:3; Dt 5:7). Este Mandamento vai além da proibição à idolatria; é contra o politeísmo em qualquer que seja as suas formas. Ele é o testemunho da singularidade e exclusividade de Deus, ou seja, revela o Senhor em Seu caráter, Seu ser e Sua ação. A versão literal deste Mandamento traz em si um problema no que se refere à tradução da expressão "diante de mim", que pode significar "ante minha face" ou "acima de mim". Em ambos os casos o resultado final é o mesmo: Deus não dará Sua glória a nenhum outro deus, ou Sua honra a imagens de escultura (Is 42:8). O que se postula neste Primeiro Mandamento é o fato de que nada menos do que a totalidade de nossas vidas deve estar sob o senhorio do “SENHOR, nosso Deus”, Ele “é o único SENHOR” (Dt 6:4).
I. A AUTORIDADE DA LEI
1. O preâmbulo ao Decálogo. O preâmbulo ao Decálogo expressa a soberania de Deus e o legítimo domínio sobre Seu povo, Israel: "Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão" (Êx 20:2; Dt 5:6). Por que Deus começa os Dez Mandamentos com um preâmbulo? Antes de exigir deveres, antes de dar mandamentos, Deus liberta Seu povo. A primeira ação de Deus é libertação, salvação - só depois vêm as exigências.
2. O fundo histórico do Decálogo. O fundo histórico do Decálogo é uma dupla afirmação e autodeclaração divina: "Eu sou o Senhor teu Deus" e "Eu te tirei do Egito". A primeira afirmação é uma declaração da autoridade divina. A segunda é uma afirmação daquilo que Ele faz: "Eu sou o teu libertador", uma declaração da salvação divina. Em outras palavras: o fundo histórico dos Dez Mandamentos é o Evangelho.
3. Verdades da autodeclaração divina (1). Em hebraico se lê: "O Senhor, teu Deus, sou eu". A ênfase está no "sou eu". Javé significa "sou quem eu sou" (Êx 3:14). Cinco verdades, cinco atributos de Deus são revelados através desta autodeclaração divina:
a) Ele é o Deus e Senhor exclusivo (Josué 1:5). Ele é o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Último, o Início, o Absoluto, a Suprema Autoridade, que tudo ordena e exige. Isso traz luz ao homem perdido, que vive na obscuridade, sem o Senhor dos senhores.
b) Ele é o Deus pessoal: "Sou teu Deus". "Teu" é pronome possessivo. Deus está pronto a Se entregar totalmente, com toda abnegação divina, e faz isso através de Seu único Filho, Jesus Cristo, que Se entregou por nós. Por isso podemos dizer hoje: "Ele é meu Deus". Nosso Deus, e Salvador, é um ser pessoal.
c) Ele é o Deus de relações. Ele Se relaciona com aquilo que criou. Quer ser nosso amigo, deseja comunicar-se conosco, deseja contato: fala conosco e nos revela Sua vontade.
d) Ele é o Deus presente e constante, que deseja nossa comunhão. "Eu sou" significa que Ele é no presente, e mais, Ele é onipresente. Deus é o mesmo hoje e sempre (Hb 13:8); Ele não muda (Ml 3:6). Não é um Deus do passado, é um Deus presente nas aflições do dia a dia (Salmo 46).
e) Ele é o Deus fiel. Ele não muda de opinião ou propósito eterno, é fiel a Si mesmo e a Seu plano eterno para com os homens. "Sou quem sou". Os homens podem mudar de ideias, convicções ou propósitos; Deus não muda (Ml 3:6), Ele reina soberanamente sobre todos de maneira sublime e irrevogável.
4. As partes do Concerto: Deus e Israel (2). “Eu Sou o SENHOR, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão” (Êx 20:2; Dt 5:6). Estas Palavras são a fonte da Autoridade divina da Lei e o preâmbulo de todo o Decálogo; elas identificam as partes do Concerto do Sinai. É o termo legal de um pacto: de um lado, o próprio Deus, o autor do Concerto; de outro lado, Israel, o povo a quem Deus escolheu dentre todas as nações (Dt 4:37; 10:15).
Precisamos ouvir e acatar todas as Palavras de Deus, pois elas revelam sua perfeita vontade. Quando Deus fala, quer ser ouvido, deseja uma resposta de fé, compromisso, submissão, rendição e obediência.
- Precisamos atender a todas Suas palavras com a devida reverência e merecida submissão. Moisés tirou as sandálias dos pés ao aproximar-se de Deus (Êx 3:5,6). Isaíasreconheceu seu estado humano de impureza (Is 6:5-8). Ezequiel caiu com o rosto em terra (Ez 1:28).
- Precisamos nos lembrar de todas Suas palavras. O que Deus fala merece ser lembrado porque Sua palavra não é vã; antes, é nossa vida (Dt 32:47). Precisamos crer em todas Suas palavras. Quando Deus fala, revela-se, comunica-se. Ele merece uma atenção e resposta do homem. Essa resposta só pode brotar da fé; se brotar da ignorância será uma ofensa a Deus. Precisamos amar todas Suas palavras. O salmista assim se expressou: "Oh! quanto amo a tua lei" (Sl 119:97).
- Precisamos ensinar Suas palavras a nossos filhos. Depois de ter dado a lei moral pela segunda vez, Deus Jeová adverte o povo escolhido a guardá-la em seus corações e a inculcá-la em seus filhos, e dela falar assentando em suas casas e andando pelo caminho, e ao deitar-se e ao levantar-se... (Dt 6:6-9).
- Precisamos obedecer às todas Suas palavras. O fim da lei é a obediência simples e incondicional; isso é visto claramente em Deuteronômio 6:1-25. A simples obediência aos mandamentos do Senhor traz a bênção divina sobre nós (Dt 28:13). As bênçãos decorrentes da obediência são prosperidade espiritual, física, doméstica, material (Dt 28:1-14: 7:12-26).
II. O PRIMEIRO MANDAMENTO
“Não terás outros deuses diante de mim” (Êx 20:3).
Êxodo 20:2 é a introdução deste mandamento – “Eu sou o SENHOR, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão”. Neste versículo é mostrado quem tirou Israel da servidão egípcia: O SENHOR. Visto que Ele os libertara e provara que era supremo, Ele exigia absoluta prioridade a Ele: “não terás outros deuses diante de mim”.
Deus proíbe o politeísmo que caracterizava todas as religiões do antigo Oriente Próximo. Israel não devia adorar, nem invocar nenhum dos deuses doutras nações. Deus lhe ordenou a temer e a servir somente a Ele (Dt 32:29; Js 24:14,15).
Para nós cristãos, este mandamento importa pelo menos três princípios:
Ø A nossa adoração deve ser dirigida exclusivamente a Deus. Não deve haver jamais adoração ou oração a quaisquer “outros deuses”, espíritos ou pessoas falecidas, nem se permite buscar orientação e ajuda da parte deles (Lv 17:7; Dt 6:4; 1Co 10:19,20).
Ø Devemos plenamente nos consagrar a Deus. Somente Deus, mediante sua vontade revelada e Palavra inspirada, pode guiar a nossa vida (Mt 4:4).
Ø Nós cristãos devemos ter como propósito na vida: amar a Deus de todo o coração, de toda a alma e de todas as nossas forças, confiando nEle para nos conceder aquilo que é bom para a nossa vida (Mt 6:33; Fp 3:8; Cl 3:5).
1. A versão inibidora e crítica do primeiro mandamento no Antigo Testamento (3). "Não terás outros deuses diante de mim" atinge diretamente a idolatria. Quando Deus fez essa proibição, Seu povo estava envolvido com o bezerro de ouro (Êxodo 32).
Os ídolos são artifícios em forma de imagens: nada são, não têm nenhum préstimo, nada entendem, confundem-se, têm olhos e não veem, têm ouvidos e não escutam, têm lábios e não falam, têm cabeças e não pensam, têm braços que não se movimentam e pés que não andam; são deuses inúteis e sem vida, condenados ao ridículo. Repetidas vezes encontramos a loucura da idolatria em termos sarcásticos e enfáticos (Jr 2:26-28; 10:1-16; Is 40:18-20; 41:4-7; 44:9-20; Sl 115; 135).
Na versão crítica ou negativa, o Primeiro Mandamento contém a condenação explícita de qualquer forma de idolatria, seja visível ou invisível; além disso, alveja o ateísmo ("não precisamos de nenhum Deus", em vez de "necessitamos de
The requested URL was not found on the server. If you entered the URL manually please check your spelling and try again.
Deus"), o politeísmo ("precisamos de muitos deuses", em vez de "precisamos somente de um Deus vivo e poderoso sobre todos") e oformalismo ("precisamos somente de uma religião formal", em vez de "precisamos de uma fé viva, que ama, teme e serve ao Senhor de todo coração, corpo, espírito e alma”).
As seguintes referências bíblicas mostram-nos ainda mais detalhadamente as implicações da versão inibidora do Primeiro Mandamento:
a) Êxodo 22:20 revela que sacrificar aos deuses, e não somente ao Senhor, leva à destruição. Novamente é enfatizada a exclusividade e singularidade de Deus Jeová. O sacrifício aos deuses é uma calamidade que aniquila. Deve-se tomar o mandamento do Senhor a sério, pois a simples inobservância conduz o homem imperdoavelmente à derrocada.
b) Êxodo 23:13 nos conscientiza de que não devemos nos lembrar do nome de outros deuses, nem usá-lo em nossa boca. Para o judeu, usar o nome de um indivíduo significa relacionar-se e identificar-se com tal pessoa. O que Deus exige aqui é uma radical separação cultural dos deuses pagãos.
c) Êxodo 34:13,14 refere-se às três espécies mais comuns de idolatria praticadas por Israel: altares, colunas e postes-ídolos. Essas formas visíveis tornaram-se uma prática comum no reino dividido (1 e 2 Reis). Por ser zeloso, Deus adverte o povo escolhido a não adorar esses deuses (Êx 34:14). O Senhor não se refere a um ciúme divino, mas ao testemunho da singularidade e exclusividade de Si mesmo. Em vez de adorar deuses falsos, é necessário derrubar os altares, quebrar as colunas e cortar os postes-ídolos. Isso aconteceu apenas duas vezes na história de Israel: no reinado de Ezequias (2Rs 18:1-4) e no de Josias (2Rs 22:1,2; 2Cr 34:4), e em ambos os casos o povo presenciou um avivamento espiritual.
d) Êxodo 34:15-17 mostra a relação entre os deuses fundidos e os casamentos mistos. Êxodo 34:16 emprega pela primeira vez a metáfora da prostituição espiritual com deuses pagãos como resultado de casamentos mistos. O casamento com um parceiro pagão leva-nos a quebrar, mais cedo ou mais tarde, o Primeiro Mandamento. Muitos jovens cristãos têm se desviado do Deus vivo e verdadeiro por causa de um namoro impuro ou um casamento misto.
Quando esquecemos a aliança do Senhor nosso Deus e negligenciamos a devoção diária, podemos ser levados a substituí-lo por alguma imagem esculpida ou por algo de que o Senhor nos proibiu (Dt 4:23). Apostasia, esquecimento ou mornidão espiritual são as doenças preponderantes deste século. Quando o Deus vivo e verdadeiro é olvidado, volta-se para a superstição, misticismo e os cultos esotéricos, que têm prosperado muito em nossos dias.
Repetidas vezes os profetas se levantam contra a idolatria do povo de Deus (Is 57:5-8; Jr 2:20,24; 3:6; Ez 6:1-14), condenando de forma específica a prostituição espiritual nos "lugares altos", em Israel e Judá. As trágicas consequências da desobediência ao Primeiro Mandamento foram: pestilência, morte, fome, rejeição, deportação, pragas e, pior, separação da comunhão com o Senhor.
Conforme Deuteronômio 11:16, existem quatro quedas consecutivas no caminho da idolatria: o engano do coração, o desviar-se, o servir a outros deuses e, finalmente, o prostrar-se diante deles. O dinheiro e o poder estão entre os "deuses" deste século. Mamom foi o único "deus" que o nosso Senhor chamou pelo nome. Muitos são os elementos produzidos por Mamom: o "deus" dinheiro, a competição, o "deus" televisão, o "deus" internet, o mercantilismo consumista, etc.
O problema hoje quanto à idolatria não se dá no campo do politeísmo, pois a maioria da população, ao menos no Brasil, não acredita nos deuses antigos. Mas se a questão for analisada do ponto de vista dos "deuses" que disputam a atenção da nossa mente e coração, então a coisa muda de figura. Portanto, o convite de Deus para o seu povo é o de amá-lo de todo coração, com toda a força do pensamento e de toda a alma. Ele é o único e eterno Deus das nossas vidas! Exigem-se vigilância e oração para evitar a queda. Feliz o homem que guarda seu coração no caminho do Senhor!
2. A versão inibidora e crítica do Primeiro Mandamento no Novo Testamento (4). Onde se encontra a versão proibitiva do Primeiro Mandamento no Novo Testamento? As referências que seguem não apenas provam sua validade irrevogável, pelas devidas reafirmações dentro dos ensinos de Jesus e dos apóstolos, mas também ampliam o conceito de idolatria, estendendo-o a qualquer objeto ou item, mesmo que invisível.
No Antigo Testamento, a feitiçaria era praticamente limitada a fetiches exteriores, visíveis, tais como deuses de madeira, pedra, bronze, prata, ouro, e a cartomantes, médiuns, etc. Já o Novo Testamento amplia a feitiçaria, incluindo deuses interiores invisíveis e não tangíveis, tais como imagem humana (Rm 1:18ss.), glutonaria (Fp 3:19), ambição, domínio, sabedoria humana, posição, atitudes, orgulho (problema coríntio), avareza (Cl 3:5) ou riqueza (Mt 6:24).
Daí, podemos concluir que quebrar o Primeiro Mandamento significa cultuar qualquer coisa visível ou invisível, exterior ou interior, pessoal ou impessoal. O apóstolo Paulo é até irônico ao escrever aos coríntios: "... sabemos que o ídolo de si mesmo nada é" (1Co 8:4). Com isto ele polemiza a questão, não querendo dizer que os ídolos não são uma realidade, mas que eles não possuem nenhuma divindade em si.
Na Carta aos Gálatas encontramos a versão crítica do Primeiro Mandamento, na passagem onde se diz que outrora, quando não conheciam a Deus, os gálatas haviam servido a deuses que por natureza não o são (Gl 4:8). No contexto, percebe-se que Paulo provavelmente se referia àastrologia, em que dias, meses, tempos e anos são observados conforme a constelação das estrelas (Gl 4:10).
Na primeira Epístola aos Coríntios a versão crítica do Primeiro Mandamento é mencionada por Paulo com grande abrangência. Paulo alude a esse mandamento várias vezes: o apóstoloensina que o idólatra sofrerá dano maior do que o apedrejamento, pois não herdará o reino de Deus (1Co 6:9); revela a nulidade dos deuses falsos (1Co 8:4); associa a idolatria à comida, à bebida e ao divertimento religioso da forma como eram praticados no templo da deusa vênus, em Corinto (1Co 10:7); recomenda-nos a fugir da idolatria (1Co 10:14); e afirma, novamente, que o sacrificado ao ídolo não tem nenhum valor moral ou salvífico (1Co 10:19).
O capítulo 10, versículo 20, é a referência mais radical da Epístola de 1Coríntios: Paulo identifica o sacrifício aos ídolos com as oferendas aos demónios. Embora os ídolos em si não sejam necessariamente idênticos a demônios específicos, existe uma dimensão demoníaca na idolatria, isto é, Satanás, que age por trás e através da idolatria.
Finalmente, em 1Co 12:2 temos uma referência a ídolos mudos, isto é, deuses falsos que não falam, que não têm condições de expressar sua vontade, mas que mesmo assim, têm condições de "guiar", ainda que para o caminho errado. É o "guiar" do pensamento gentílico.
Efésios 5:5 repete o pensamento de 1Coríntios 6:9, isto é, que nenhum idólatra tem herança no reino de Cristo e de Deus. Paulo reafirma as consequências da não-observância do Primeiro Mandamento: nenhuma herança no reino de Cristo, exclusão de Seu amor, de Seu cuidado e da vida eterna.
A última palavra do apóstolo João aos cristãos da Ásia Menor foi uma advertência contra a quebra do Primeiro Mandamento: "guardai-vos dos ídolos" (1João 5:21). Este mandamento era tão importante e significativo para o apóstolo que a última frase da carta é uma afirmação de sua validade.
3. Forma positiva de obedecer ao Primeiro Mandamento (5). Dos Dez Mandamentos, oito foram formulados começando com o advérbio "não". Apenas o quarto e o quinto são positivos. A fórmula predominante no Decálogo é proibitiva. Mas é notável observar que no testemunho do Antigo Testamento encontramos repetidas vezes, e em forma explicativa, a versão positiva dos oito mandamentos formulados negativamente. Portanto, na interpretação e aprendizagem dos Dez Mandamentos precisamos sempre procurar sua versão construtiva e afirmativa.
Vejamos, então, algumas formas positivas de obedecer ao Primeiro Mandamento.
a) Confiar na suficiência de Deus. A versão positiva é evidente nesta frase: “Não terás outros deuses". Não temos motivos para querer outros deuses ou precisar deles. Se Deus nos é suficiente, confiamos e esperamos somente nEle. Se temos um problema para resolver, uma decisão a tomar, oramos, acreditando que Ele nos guia, como Pedro sugeriu: "... lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós" (1Pe 5:7).
Para aquele que crê na suficiência de Deus, restam apenas palavras de gratidão e adoração. Salomão orou: "Ó Senhor Deus de Israel, não há Deus como tu, em cima nos céus nem embaixo na terra, como tu que guardas a aliança e a misericórdia a teus servos que de todo o coração andam diante de ti" (1Rs 8:23).
A crença na suficiência de Deus também caracteriza a oração do rei Ezequias relatada em 2Reis 19:15-19 e em Isaías 37:16-20. Nela, o rei Ezequias expressa sua total fé na suficiência, singularidade e exclusividade do Deus Javé: "Ó Senhor Deus de Israel, que está entronizado acima dos querubins, tu somente és o Deus de todos os reinos da terra; tu fizeste os céus e a terra" (2Rs 19:15; Is 37:16b).
b) Ser fiel a Deus. A fidelidade a Deus é outra forma positiva de obedecer ao Primeiro Mandamento. A história de Daniel mostra-nos o piedoso profeta na corte babilônica; em meio a tanta idolatria, superstição e desobediência, ele se manteve fiel a Deus mediante uma vida de oração. Três vezes ao dia ele dirigia o olhar pela janela aberta de seu quarto em direção ao templo em Jerusalém, lembrando o lugar da presença de Deus, e orava. Fidelidade, a despeito de superstição e de paganismo que circundava a babilônia. Quem é meu Senhor? Em quem eu confio? Diante de quem tremo? Estas são as perguntas de Daniel e de todo o Primeiro Mandamento. Nós afirmamos: Deus é nosso Senhor e ninguém mais, nenhum ser humano, nem Satanás, nenhuma religião, nenhuma superstição, nem o dinheiro, etc. Prestamos fidelidade somente ao Deus Jeová e ao Bendito Senhor Jesus Cristo que nos salvou.
c) Adorar ao Senhor. A adoração verdadeira é outra maneira legítima de cumprir o Primeiro Mandamento. Em vez de adorar ídolos, reverenciemos a Deus, e só a Ele. Cultivar conscientemente Sua adoração nos guarda do mal, da queda, da desobediência e da frustração espiritual. Onde há ingratidão, onde domina a crítica e o espírito de desobediência, o verdadeiro culto é rapidamente esquecido. O perfeito louvor é de suma importância para o desenvolvimento espiritual. Numa época em que a frieza espiritual predominava nos corações dos israelitas e os levitas desobedeciam a Deus, Elcana e Ana mantiveram viva sua fé por meio da adoração fiel. Todo ano eles subiam a "adorar e sacrificar ao Senhor dos Exércitos em Siló" (1Sm 1:3), e Deus honrou a veneração deles com o nascimento do profeta Samuel, que chamou o povo de volta à obediência ao Primeiro Mandamento (1Sm 1:19; 2:21; 3:8).
CONCLUSÃO
Diante do exposto podemos afirmar que o Primeiro Mandamento é muito mais que uma simples apologia ao monoteísmo, mas diz essencialmente o que Jesus nos ensinou: “Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há de odiar um e amar o outro ou se dedicará a um e desprezará o outro” (Mt 6:24).
Luciano de Paula Lourenço - Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com