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LIÇÃO 10 – NÃO FURTARÁS - 1° TRIMESTRE 2015 (IEAD/PE)

Igreja Evangélica Assembleia de Deus – Recife / PE
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Aílton José Alves
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LIÇÃO 10 - NÃO FURTARÁS - 1º TRIMESTRE 2015
(Êx 20.15; 22.1-9)
INTRODUÇÃO
O oitavo mandamento do Decálogo “não furtarás” visa orientar o homem a tratar com respeito a propriedade
alheia. No caso de furto de algum bem material, a orientação divina como pena capital era a restituição. Nesta lição
trataremos de forma mais detalhada este mandamento; destacaremos alguns tipos de práticas que podem ser consideradas
como furto; quais as obras da carne que levam uma pessoa a infringir esse mandamento; e, por fim, pontuaremos que
aquele que serve a Deus deve ter compromisso com a honestidade diante de Deus e dos homens.
I – O OITAVO MANDAMENTO DO DECÁLOGO
“Não furtarás” é o oitavo mandamento do Decálogo (Êx 20.15). Esse mandamento proíbe o furto, isto é, tomar
para si algo que pertença a outrem. Assim, ele aprova o direito de propriedade. O homem pode possuir aquilo que é o
resultado justo de seu trabalho, ou um presente. “Furtar ou roubar são atos que provocam instabilidade social. Aquele que
furta demonstra desrespeito por outros ou inveja deles. Isso se aplica tanto aqueles que se apropriam diretamente dos bens
de alguém quanto aqueles que usam de artifícios para obter ou reter consigo bens pertencentes a outrem. Além de se
preocupar com as questões espirituais, a Bíblia nos instrui acerca da natureza dos relacionamentos interpessoais
saudáveis. Assim, vários textos bíblicos tratam de questões do cotidiano, como a relação entre os ricos e os pobres ou
entre os patrões e os funcionários. Muitas vezes, essas relações são negativas, pois uma parte procura se beneficiar usando
de métodos que podem prejudicar a outra” (ADEYEMO, 2010, p. 114).
1.1 A pena capital para o roubo. Em Êxodo 22 encontramos nas leis civis Deus orientando o povo de Israel através de
Moisés como seria a pena capital para aquele que havia furtado algo do seu próximo. O ladrão devia pagar cinco cabeças
de gado para cada boi roubado e abatido e quatro ovelhas para cada ovelha roubada e abatida (Êx 22.1). Se o animal fosse
encontrado com vida, o ladrão devia pagar em dobro, ou seja, dois bois ou duas ovelhas para cada boi ou ovelha roubada
(Êx 22.4). A multa servia para dissuadir o criminoso em potencial e também levava em consideração o fato de que os
danos causados por esse tipo de crime não se limitam ao valor da propriedade roubada, como no caso do sequestro onde o
sequestrador era punido com a morte (Êx 21.16; Dt 24.7).
II – O PRINCÍPIO DO RESPEITO À PROPRIEDADE ALHEIA
O oitavo mandamento do Decálogo está entre os que dizem respeito aos relacionamentos interpessoais. O
princípio nele contido - o respeito a propriedade alheia, é destacado tanto no AT quanto no NT como veremos a seguir:
2.1 Antigo Testamento. O mandamento que proíbe o furto faz parte da legislação mosaica (Êx 20.15; Dt 5.19). “O
Antigo Testamento inclui proibições referentes ao furto, ao dano às propriedades e ao mau uso das propriedades ou
objetos pertencentes ao próximo (Êx 21.33,34; 22.5,6; 22.4,7,9; 20.15; Gn. 31.31; II Sm 23.21)” (CHAMPLIN, 2006, vol
2, p. 836). Vejamos o que o AT diz sobre o furto: (a) o furto é uma abominação (Jr 7.9,10); (b) não pagar salários justos é
um furto (Lv 19.13); (c) os ímpios são inclinados ao furto (Sl 119.61); a cobiça promove o furto (Am 3.10); (d) aqueles
que consentem com o furto também tornam-se culpados (Jó 24.14; Ob 5); (e) geralmente quem furta também mata (Jr 7.9;
Os 4.2); (f) paira uma maldição sobre o ladrão (Os 4.2,3; Ml 3.5); e, (g) o furto provoca a ira de Deus (Ez 22.29,31). Eis
alguns exemplos de homens honestos: José (Gn 39.2-4); Samuel (I Sm 12.2-5); Daniel (Dn 6.1-4).
2.2 Novo Testamento. Jesus citou os mandamentos do Decálogo incluindo o oitavo: “não furtarás” (Mt 19.18;
Mc 10.19; Lc 18.20). Paulo ensinou que quem ama ao próximo jamais irá furtar, pois o amor é o cumprimento da Lei
(Rm 13.9). Em Efésios 4.29 “Paulo explicou que se uma pessoa que antes de ser convertido tinha o hábito de furtar, assim
que se tornasse um crente tinha que se livrar desse antigo estilo de vida e fazer uma mudança, voltando-se para o trabalho
honesto, a fim de ganhar a vida. Roubo e ócio andam juntos; dessa maneira, a instrução de Paulo não era somente para
parar de roubar, mas também para começar um trabalho honesto. Além disso, muitas vezes, os escravos tinham a
propensão de roubar a casa a que serviam; muitos escravos tornaram-se cristãos, e Paulo podia estar falando a eles. Todo
crente deveria trabalhar arduamente, fazer sua parte na comunidade, sustentar-se, e não esperar que ninguém o
mantivesse” (APLICAÇÃO PESSOAL, 2010, vol. 02, p. 340). Do ponto de vista bíblico não existe desculpa para
considerar a corrupção algo inevitável, e a justiça, um ideal inatingível. Honestidade e justiça são realidades que
precisamos defender e praticar, o apóstolo Pedro fala a cerca desta verdade (I Pe 2.12; 4.15). Por fim, o ensinamento
neotestamentário é contundente quando diz que aqueles que praticam furtos não entrarão no céu (I Co 6.10; Ap 21.27).
III - TIPOS DE FURTO
O mandamento de não furtar é amplíssimo, pois trata do respeito a propriedade alheia. A falta de honestidade nos
negócios e na vida social rompe os vínculos que mantém a comunidade unida e resultam em injustiça e caos por toda
parte. Abaixo destacaremos os vários tipos de infrações que se constituí numa violação deste mandamento:
TIPOS DE FURTO REFERÊNCIAS
Omissão no pagamento dos impostos Pv 16.8; Mc 12.17; Rm 13.7
Sequestro Êx 21.16; Dt 24.7; I Tm 1.10
Propina: suborno Êx 23.6; Dt 27.19; Ez 18.8; II Pe 2.15
Comprar e não pagar, ou contrair dívidas que não pode pagar é desonestidade Hc 2.6,7; Rm 1.31
Não pagar o salário do funcionário justamente Lv 19.13; Dt 24.15; Jr 22.13; Tg 5.4
Não devolver o que achou sabendo quem é o dono Lv 6.1-4
IV – OBRAS DA CARNE RELACIONADAS AO FURTO
À luz da Bíblia, o furto é um pecado motivado por algumas obras da carne, como veremos a seguir:
OBRAS DA CARNE REFERÊNCIAS
Cobiça Êx 20.17; Js 7.21
Inveja Mc 7.22; I Pe 2.1; I Tm 6.8
Preguiça Pv 13.4; 21.25; Ef 4.28
Mentira Pv 11.1; 20.23; 21.6; At 5.1-4
V – O CRISTÃO DEVE TER COMPROMISSO COM A HONESTIDADE
“A palavra honestidade vem do latim “honos” ou “honor”, que significa “honra, honroso, distinção”. A forma
adjetiva, honestus, significa “honroso, de boa reputação, glorioso, excelente, digno de ser honrado”. A palavra hebraica
mais comum, traduzida por “honra”, nas traduções, é “kabed”, que envolve o sentido básico de “pesado”, “rico”,
“honorável”. O Novo Testamento grego tem “kalos”, “bom”, mas que é traduzido por “honesto” em trechos como Lc
8.15; Rm 12.7; II Co 8.21; 13.7 e I Pd 2.12). Esse vocábulo grego significa “livre de defeitos, belo, nobre”. Aquele que é
honesto possui um bom e nobre caráter, isento dos defeitos que enfeiariam o seu caráter. Um homem honesto é aquele
que é justo, cândido, veraz, equitativo, digno de confiança, não fraudulento. Caracteriza-se pela franqueza, pelo respeito
ao próximo, pela sua veracidade” (CHAMPLIN, 2004, vol. 3, p. 159 – acréscimo nosso). Assim, a santidade deve se
manifestar nos relacionamentos humanos caracterizados por integridade, honestidade e amor, como veremos a seguir:
5.1 “Pois zelamos do que é honesto, não só diante do Senhor, mas também diante dos homens” (II Co 8.21). “O
trecho de Pv 3.4, ao qual bem provavelmente Paulo aludia aqui, reconhece a importância não somente da posse de um
caráter piedoso, mas também de termos boa reputação até mesmo entre os homens. É muito importante o que os homens
pensam a nosso respeito, porque aquilo que eles pensam a nosso respeito também pensarão sobre Cristo, posto que somos
os seus representantes na terra. Esse é 0 fato que Paulo reconhece no versículo que temos a frente. Comparemos isso com
o trecho de II Co 6.3, onde Paulo exorta que nenhum motivo de escândalo deem os crentes em qualquer coisa, a fim de
que 0 “ministério” cristão não seja vilipendiado. Essa exortação ele faz apresentando o seu próprio exemplo, a fim de que,
pelo menos em seu caso pessoal, o ministério pudesse manter boa reputação, visto que todas as atitudes por ele tomadas
condiziam com os excelentes princípios cristãos” (CHAMPLIN, 2002, vol. 4, p. 380). Honestidade total deve sempre ser
a marca do povo de Deus. Portanto, devemos nos esforçar para criar uma cultura de honestidade em nosso âmbito de
relacionamentos (I Tm 2.2; Tt 2.14).
CONCLUSÃO
O princípio do respeito ao que é do próximo está explícito tanto no Antigo quanto no Novo Testamento. Deus
espera daquele que lhe serve que evite o mal “não furtar” e pratique o bem “seja honesto”, cada um para com o seu
próximo, pois a verdadeira espiritualidade envolve todas as áreas da nossa vida.

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