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LIÇÃO 05 – JESUS ESCOLHE SEUS DISCÍPULOS - 2° TRIMESTRE 2015(IEAD-PE)

Igreja Evangélica Assembleia de Deus – Recife / PE
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LIÇÃO 05 – JESUS ESCOLHE SEUS DISCÍPULOS - 2º TRIMESTRE 2015
(Lc 14.25-35)
INTRODUÇÃO
Nesta lição estudaremos sobre a definição etimológica da palavra discípulo. Também veremos como Jesus
escolheu seus primeiros discípulos/apóstolos, e quais as características de um verdadeiro seguidor do Mestre.
I – DEFINIÇÃO ETIMOLÓGICA DA PALAVRA DISCIPULO
A palavra discípulo do grego "mathetes" significa literalmente: "aprendiz" que é derivado de "manthano" que é
"aprender", e é aludido aos discipulos de Jesus (Jo 6.66; 8.31; 13.35; 15.8; 19.38; Lc 6.17) e especialmente aos doze
apóstolos (Mt 10.1; Lc 22.11) e em Atos 6.1,2,7; 14.20,22,28; 15.10; 19.1 descreve aqueles que creram em Jesus e
confessaram o seu nome. Um discípulo não era somente um aluno, mas um partidário, eram imitadores do seu mestre (Jo
8.31; 15.8) (VINE, 2002, p. 569 – acréscimo nosso). Variantes dessa expressão ocorrem mais de 290 vezes apenas nos
evangelhos e em Atos. Embora a palavra “discípulo” seja encontrada apenas duas vezes no AT (Is 8.16; 19.11), o conceito
era largamente praticado, Josué foi discípulo de Moisés (Êx 24.13; 33.11), Rute aprendeu com Noemi (Rt 1.16-18),
Samuel dirigiu uma escola de profetas (ISm 19.20) e Eliseu foi discípulo de Elias (2Rs 2.1-15). (ADEYEMO, 2010, p.
1252).
II - COMO JESUS CHAMOU SEUS DISCÍPULOS
Não podemos confundir os apóstolos com os discípulos, pois, todo apóstolo foi um discípulo, mas, nem todo
discípulo foi escolhido como um apóstolo. Tornar-se discípulo é bem diferente de tornar-se um aluno, pois, no discipulado,
o seguidor passa a conviver com o seu mestre e a viver como ele (1Pe 1.14-19; 2.15,16; 1Jo 2.3-6) e esse aprendizado é
exercido diuturnamente. Os homens que Jesus chamou para andar perto eram homens simples e comuns, mas que tinham
em suas vidas algo que atraiu o olhar e a atenção de Jesus sobre eles (WESLEY, 2006, p. 7). Analisemos:
2.1 Ele buscou a direção do Pai na escolha (Lc 6.12). Jesus passou uma noite orando em favor dessa sublime causa. Ele
buscou a vontade e a direção do Pai para fazer essa escolha. Ele escolheu os seus discípulos pela orientação do céu.
Devemos submeter a nossa vontade à vontade sábia e soberana de Deus. Os critérios humanos são falhos. As aparências
enganam (1Sm 16.7). Se não seguirmos a vontade de Deus, conforme estabelecida em sua Palavra, podemos fazer escolhas
erradas.
2.2 Ele escolheu homens para andarem com ele (Lc 6.13-16). A palavra “cristão” foi usada originariamente por gentios,
para se referir àqueles discipulos que seguiam a Cristo (At 11.26; 26.28; IPe 4.1 6). Jesus designou os doze apóstolos para
estarem com ele. O que nos qualifica para a liderança não é o ativismo, mas a intimidade com Deus. O ser vem antes do
fazer. Deus está mais interessado em caráter do que em carisma. Jesus chamou os discípulos para estarem com ele. Esse é
o primeiro chamado da liderança. Não podemos cuidar do rebanho se não conhecemos intimamente o Senhor do rebanho.
2.3 Ele chamou homens simples para fazer parte da liderança da igreja (Mt 4.18-22). Jesus escolheu doze homens
totalmente diferentes. Ele não escolheu esses homens porque eram perfeitos ou super-dotados. Jesus investiu neles,
trabalhou com eles, gastou tempo com eles. Ensinou-os, corrigiu-os e amou-os. Depois, revestiu-os com o poder do seu
Espírito (At 2.4). Suas vidas não continuaram sendo as mesmas. Eles foram transformados pelo Espírito de Deus (At 1.8).
III - CARACTERÍSTICAS DE UM VERDADEIRO DISCÍPULO
Discípulos fiéis se caracterizam por qualidades como: a) permanecer na Palavra de Jesus, b) demonstrar fé
inabalável e lealdade a ele, c) ter amor uns pelos outros, e) andar na luz, f) produzir frutos e g) prestar serviço humilde uns
aos outros (Jo 8.31-36; 13.34-35). O discipulado exige também obediência (Lc 6.46). (ADEYEMO, 2010, p. 1252).
Vejamos algumas características do verdadeiro discípulo:
3.1 O verdadeiro discipulo enfrenta os desafios diários (Lc 9.23-27). Jesus falou claramente a respeito do custo do
discipulado (Mc 8.34-38; Lc 14.25-33), salientando que envolveria sofrimento (Jo 12.24-26). Ele convocou seus
seguidores a negar a si próprios, tomar a cruz, colocá-lo acima de todos os outros relacionamentos e assumir uma posição
ao seu lado. O padrão de missão de Jesus como Filho do Homem (Lc 9.22,26) é ser o modelo diário de discipulado. Isso
envolve o mesmo caminho de conquista própria e participação no sofrimento.
3.2 O verdadeiro discipulo renuncia sua própria vida (Lc 9.23-27). Os seguidores de Jesus são convocados a “tomar
sua cruz” dia após dia (Lc 9.23). De acordo com Jesus, tomar diariamente a cruz significa que o discipulado é uma tarefa
extremamente dolorosa, pois significa uma autodoação e um esquecimento de si mesmo. Tomar a cruz quer dizer que a
vida cristã é um morrer diário para si próprio, assim como faz Paulo quando diz: “Dia após dia, morro...” (ICo 15.31).
Mais tarde, Lucas apresenta Simão de Cirene cumprindo literalmente essa convocação de seu Senhor: "... puseram-lhe a
cruz sobre os ombros, para que a levasse após Jesus” (Lc 23.26).
3.3 O verdadeiro discipulo é disponível (Mt 4.18-22). Sempre que tiver oportunidade, o verdadeiro discípulo está
disponível e ansioso por estar com seu líder. Sua disponibilidade demonstra a importância que ele dá ao relacionamento de
discipulado e o Reino de Deus em sua vida. Cada convite para o discípulo verdadeiro é uma oportunidade de crescer e
servir. Podemos aprender mais sobre discipulado observando o relacionamento entre Jesus e seus discípulos. O discipulado
dos doze foi uma resposta pessoal ao chamado de Jesus (Mc 1.16-1 7; Jo 6.60-70) e envolveu o abandono de seus próprios
interesses e confortos (Lc 9.57-62).
3.4 O verdadeiro discipulo ama seu mestre (Mc 3.14; Lc 6 12.13). Jesus cumpriu as palavras da Antiga Aliança que nos
ensinam a amar a Deus acima de tudo (Dt 6.5; Mc 12.30,31). Isso não significa deixar de amar a todos e a tudo, mas sim
amar mais a Jesus. Na medida em que o meu amor por Jesus cresce, cresce também o meu amor pelas vidas ao meu redor,
pela minha família e por mim mesmo (Jo 21.14; Lc 14.26). Marcos 3.14 nos diz que: "os escolheu para que estivessem
com ele". Isto quer dizer que Jesus os chamou para que fossem seus amigos (Jo 15.15). É a palavra no grego
"summathetes" que significa: "discípulo companheiro" ou a expressão "mathetes adelphon" que é: "discipulo irmão"
(VINE, 2002, p. 569). É surpreendente que Jesus precisasse de amigos humanos e os escolheu. "... e chamou para si os
que ele quis..." (Mc 3.13).
3.5 O verdadeiro discipulo é submisso (Mc 10.42-45). No Dicionário submisso quer dizer dócil e servo, o verdadeiro
discípulo reconhece que Deus não aceita menos que um espírito quebrantado e contrito. (Sl 51.17). A falta de submissão é
como um câncer que cresce dentro de alguém, ás vezes a pessoa nem percebe que tem essa doença, mas ele fica quieto, não
dá sinais visíveis, mas num determinado instante estoura e destrói tudo que está por perto. (I Sm. 15.24). Existem três
áreas que mais claramente é manifestada a rebeldia do homem: Em palavras, argumentação e pensamentos.
3.6 O verdadeiro discipulo é fiel e frutifica (Jo 15.7, 8,12). O Aurélio diz que fidelidade significa: “qualidade de fiel;
lealdade, constância, firmeza nas afeições, nos sentimentos; perseverança” (FERREIRA, 2004, p. 894). Dar frutos é
reproduzir a vida de Jesus em nós e em outras vidas. É ser um gerador de discípulos, um consolidador e um pai espiritual.
Um discípulo tem que permanecer na Videira que é Jesus. Assim a seiva, a vida Dele, flui em nós e podemos dar fruto que
também permanecerá. Permanecemos Nele por meio da obediência à Sua Palavra, do amor, da adoração, da oração e da
comunhão com a Igreja.
3.7 O verdadeiro discipulo faz discípulos (Mt 28.19; Jo 15.2). Ser um discípulo implica vinculação pessoal a uma
pessoa em particular que molda toda a vida do discípulo. O aprendiz vive com seu professor, aprendendo ao observar,
ouvir e participar de tudo o que o mestre faz. O aprendizado termina somente quando o aprendiz pode fazer o que o
mestre faz. Essa transmissão de conhecimento e experiência é essencial, pois não existe sucesso sem um sucessor. Um
caminho certo para preparar um sucessor é discipulá-lo (2Rs 2.1-14; 2Tm 1.3-6) (ADEYEMO, 2010, p. 1252). A
maturidade do discípulo está em se tornar semelhante a Jesus tanto em Seu caráter quanto em Suas obras. Nossa missão é
fazer discípulos, mas ninguém pode cumprir esta ordem de Jesus se primeiro não for um discípulo.“Você não será um
discípulo de Cristo até que tenha discipulado outro discípulo” (ADEYEMO, 2010, p. 1039).
3.8 O verdadeiro discipulo é perseverante, humilde e serviçal (Fl 2.5). Jesus, abrindo mão de sua glória e vivendo como
homem, deu-nos o maior exemplo para sermos seus discípulos. Como líder, Ele lavou os pés dos seus discípulos e nos
enviou para sermos como Ele. Servir é uma doação de amor ao Senhor e ao próximo. É Deus quem exalta os servos
humildes. O caminho para um discípulo crescer em autoridade e honra é a humildade e o serviço. O orgulho, egoísmo,
soberba, e altivez não podem pertencer a um caráter semelhante ao de Jesus (Mt 20.28 23.11,12; Mc 9.35; Jo 12.26;
13.12,15; Gl 5.13).
3.9 O verdadeiro discipulo imita seu Mestre (1Co 4.16; 11.1; Ef 5.1; Fl 3.17; Hb 6.12; 13.7). O verdadeiro discípulo do
Mestre tem uma marca, uma característica que o identifica em qualquer parte do mundo, ou em qualquer cultura. São
valores e privilégios inerentes a todos os salvos através da graça do Senhor Jesus Cristo. O verdadeiro discípulo é um
imitador de Jesus (1Co 11.1). Discípulos são também imitadores que tentam agir como seus mestres. Recebemos a ordem
de imitar a conduta dos nossos mestres (2Ts 3.7,9), a fé confiante dos guias espirituais (Hb 13.7) e aquilo que é bom (3Jo
11). Paulo encorajou aqueles a quem levou a Cristo a imitá-lo (1Co 4.16; 11.1; Ef 5.1; Hb 6.12).
CONCLUSÃO
Ser discípulo de Jesus é viver como Ele viveu, andar como Ele andou e imitá-lo em todas as áreas do nosso viver!
Isso é o que significa discipulado: treinar cristãos até que eles se tomem capazes de servir ao reino. Precisamos ensiná-los a
viver corretamente e treiná-los nas armas da guerra espiritual. Muitas vezes, seguir o discipulado de Jesus pode levar ao
sofrimento, mais temos a certeza que isso é para uma finalidade, pois, a luz serve para iluminar, indicar a direção no
escuro. De igual modo, o discípulo precisa ser visível, por isso, o discipulado cristão exige sinceridade, por mais que lhe
seja custoso.